Para evitar a criação de espaços genéricos e sem personalidade, é essencial buscar objetos decorativos que possuam significado e conexão emocional com o morador. A arquitetura de interiores, nesse contexto, destaca-se por sua capacidade de trazer à tona o charme e a autenticidade da estética vintage, com peças selecionadas criteriosamente. No entanto, surge a questão: como encontrar as peças ideais?
“Garimpar é uma experiência que envolve fatores como a história da peça, o estado de conservação, os cuidados e o conceito de aplicação no ambiente em que será inserida, além dos benefícios que o reaproveitamento da arte ou peça vintage significa, pois é uma forma sustentável de lidar com o consumo e descarte excessivos. Também considero excelente para expressar individualidade e conectar com alguma memória afetiva do morador”, destacam as arquitetas Ieda e Carina Korman, à frente do escritório Korman Arquitetos.
Em vista disso, as profissionais elencam 5 dicas para você acertar na hora de comprar peças vintage e transformar a decoração dos ambientes. Confira!
1. Pesquise sobre a peça
Primeiramente, as arquitetas sugerem vislumbrar o item desejado por meio de pesquisas prévias sobre as características, marcas e fabricantes – essa ficha técnica simplifica a busca e a colocação no ambiente, desde a questão de atravessar portas até o local definitivo que o item ocupará.
2. Busque os melhores locais para garimpar
Feito a pesquisa sobre o item, é chegada a hora de procurar os locais para comprá-lo, os principais englobam brechós, feiras de antiguidades, lojas de móveis usados, leilões e até mesmo lojas online especializadas em itens vintage.
3. Observe a qualidade do produto
Na busca por peças vintage, também é importante observar a qualidade, pois, embora as peças antigas tenham sido produzidas com materiais nobres, a utilização no passado pode implicar em danos estruturais significativos. “Devemos nos envolver com os mínimos detalhes, acabamentos artesanais e ao estilo distintivo”, diz Ieda Korman.
No caso de móvel, objeto quebradiço ou estofado que valha a pena restauração, a dupla de arquitetas indica recorrer a um profissional especializado, uma vez que dispõe do conhecimento necessário para a realização de reparos e a preservação da autenticidade das peças.
4. Mescle o item com outros estilos
A genuinidade e a narrativa única do vintage propiciam uma grande facilidade na criação de pontos de destaque em um ambiente, porém elas alertam que o segredo está na combinação entre contraste e equilíbrio. “Em excesso, as peças antigas entregam a percepção de obsoleto e ultrapassado. Esse erro é evitado por meio da mescla com outros estilos, seja o industrial, boho ou moderno, tornando o décor de interiores encantador”, explica Carina Korman.
Além disso, as peças vintage possuem um apelo estético singular e, quando herdadas, tornam-se ainda mais especiais em função do valor sentimental atribuído. No entanto, Ieda Korman enfatiza que a paleta de cores é o elo. “Para o equilíbrio visual entre o vintage e o estilo escolhido, é muito importante conciliar as tonalidades, texturas e proporções”.
Mas o vintage não está apenas focado na história ou lembranças: o design também agrega sua contribuição por meio das linhas curvas, formas orgânicas, pés palito, detalhes entalhados e estofados com tecidos texturizados. Esses traços expressam uma contribuição à preservação do patrimônio cultural ao valorizar peças com importância histórica e cultural. “Sobretudo a expressão pessoal, pois como arte, elas conseguem revelar o íntimo da pessoa”, avalia a profissional.
5. Considere o retrô como uma alternativa
Outra alternativa charmosa e nostálgica é apostar no retrô, que são novas, mas fazem uma releitura com épocas de outrora. Carina Korman afirma que são ótimas adições quando bem combinadas com elementos modernos e a aplicação no décor se assemelha bastante com o vintage.
“Apesar da diferença notória, os dois estilos trazem aquela sensação de época e um significado especial. O design retrô, assim como o vintage, precisa ser pautado pelo contraste e equilíbrio dos elementos no ambiente e, para quem se preocupa em conquistar espaços únicos, as peças costumam ser autênticas ou limitadas, entregando ainda mais no lar”, finaliza.
Por Emilie Guimarães