O Exame Nacional do Ensino Médio, mais conhecido como Enem, é uma das avaliações mais importantes do Brasil. Realizado anualmente, ele é reconhecido por sua abrangência, pois vai além de uma prova tradicional, abordando temas sociais, culturais e atuais.
Este ano, o Enem será realizado nos dias 5 e 12 de novembro em todo o Brasil. Por isso, diversos estudantes se preparam intensamente para a prova, buscando obter boas notas que podem abrir portas para a entrada em universidades e programas educacionais em todo o país.
Para ajudar nessa fase decisiva, reunimos alguns especialistas que dão dicas valiosas para que os estudantes estejam preparados para o Enem 2023. Confira!
1. Preparação para a reta final
Para encarar uma prova como o Enem, é fundamental lembrar que a preparação vai muito além do conhecimento. É preciso que o estudante cuide também da saúde física e emocional. A prática de atividade física, uma boa alimentação, sono adequado e evitar os exageros também fazem parte da preparação.
“Mas o conhecimento, claro, deve estar afiado. Para isso, é preciso ter disciplina e planejamento. A preparação para o Enem deve seguir a lógica da preparação de um atleta”, explica Fabrício Garcia, fundador da Qstione, plataforma de avaliação e análise de dados educacionais. “O estudante deve começar lento, preparando a mente para uma carga maior de estudos e depois intensificar os estudos a médio prazo”.
Agora, a 100 dias da prova, a dica do especialista é diminuir gradativamente a carga de estudos, aumentar o número de exercícios e de simulados, exercitar a prática de fazer a prova e aumentar a resistência cognitiva.
2. Redação nota 1000
Atingir a nota máxima na redação do Enem é o objetivo de muitos alunos. Afinal, como é possível alcançar essa meta? Julia Ferreira, coordenadora de redação da Redação Nota Mil, plataforma de prática e correções de redação, explica que “primeiramente, é importante se preparar no período até a realização da prova: estude a grade e o manual do candidato, bem como as redações que receberam nota 1000 em edições anteriores para entender melhor o que a banca espera”.
Além disso, a especialista sugere estudar e praticar a produção de textos para corrigir eventuais problemas de Língua Portuguesa e treinar a capacidade argumentativa. “Mantenha-se atualizado, ou seja, fique por dentro do que está acontecendo, sobretudo no país, uma vez que quanto mais informações e repertórios originais você tiver em mente, melhor será a sua argumentação”, finaliza.
3. Faça simulados e exercícios
Com a chegada do Enem, muitos alunos começam a fazer simulados e exercícios das versões anteriores da prova, será que isso ajuda? Segundo o professor Rodney Brasil Luzio, coordenador pedagógico do Curso Anglo, essa é uma boa alternativa.
“[…] Para esse exame, dividido em dois dias e cada um deles com características bem distintas, a preparação deve conter, entre outros elementos, dois fundamentais: a resolução de uma grande quantidade de exercícios característicos do modelo dessa prova para que o aluno perceba seus pontos fortes e sensíveis; e testar estratégias de resolução de prova por meio de simulados que mostrarão a eficácia dos exercícios treinados e, consequentemente, se alguma rota deve ser alterada”, sugere.
4. Estude sobre atualidades para o Enem
Estar antenado aos eventos que ocorrem no Brasil e no exterior vai além da necessidade de responder uma questão ou escrever uma excelente redação. Enquanto cidadão, o estudante precisa se inteirar do que está acontecendo no seu país e no mundo para tomar decisões políticas ou até mesmo para escolher o curso e a universidade que irá estudar.
Magna Celene Parreiras de Assis, coordenadora de segmentos do núcleo SP do Grupo Salta, cita um exemplo do que pode acontecer durante a prova. “A temática de ‘mudanças climáticas’ poderá aparecer nas questões de Ciências Humanas ou Natureza, mas o estudante terá que analisar um gráfico sobre o desmatamento na Amazônia, como aconteceu na prova do ENEM em 2008, e ainda fazer uma redação sobre o efeito do desmatamento nas mudanças climáticas do planeta”.
Para estar a par de tudo, a especialista afirma que é importante conhecer temas atuais dos principais veículos de comunicação do país e do mundo, analisar como o governo, as empresas privadas e até mesmo o 3º setor estão lidando com essa problemática e quais são as propostas de resolução apresentadas por cada setor no curto, médio e longo prazos.
5. Possíveis temas de redação 2023
Thiago Braga, autor de Língua Portuguesa do Sistema de Ensino pH, selecionou três possíveis temáticas que podem ser propostas na prova deste ano com base no cotidiano do país. Veja!
A. Obesidade como questão de saúde pública no Brasil
O primeiro tema apontado pelo especialista é a obesidade como questão de saúde pública no Brasil. Dados do Ministério da Saúde, obtidos em um levantamento inédito, apontam que a obesidade atinge 6,7 milhões de pessoas no Brasil. “Vale destacar também que é uma questão social porque você tem faixas de pessoas mais pobres que consomem alimentos mais baratos, ultraprocessados e que geram maior carga calórica”, completa Thiago.
B. Evasão escolar no Brasil
O segundo tema listado é a evasão escolar no Brasil. De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), 35,9% dos jovens brasileiros não estudam nem trabalham – é a conhecida geração nem-nem. Nesse quesito, nosso país fica atrás apenas da África do Sul.
“Essa abordagem tem um recorte social, já que há classes menos abastadas acabam saindo da escola por dificuldade de aprendizagem, por falta de motivação ou de políticas públicas que incentivem a permanência na escola. Além do trabalho infantil e da necessidade urgente de renda, de ajudar a família, por exemplo”, diz o autor.
C. Violência física e sexual contra crianças e adolescentes
O terceiro assunto que pode ser abordado é o da violência física e sexual contra crianças e adolescentes. “Há um dado do Disque Direitos Humanos – Disque 100 (serviço de disseminação de informações sobre direitos de grupos vulneráveis e de denúncias de violações de direitos humanos) que afirma que 80% da violência sofrida por crianças e por adolescentes no Brasil é doméstica e cometida por familiares.
“Essa pesquisa fala de violência no geral, podendo ser física ou sexual”, complementa Thiago Braga. Em março de 2023, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania lançou um programa de prevenção contra a violência sexual. É um assunto que o governo atual está abordando com bastante cuidado e atenção. Isso indica a possibilidade de ele aparecer como tema do Enem”, finaliza.
Por Renata Tomoyose