Segundo dados do Ministério da Saúde, estima-se que 6,4 milhões de crianças tenham excesso de peso no Brasil e 3,1 milhões já evoluíram para obesidade. Isso mostra que esse problema não afeta somente os adultos. “[A obesidade] trata-se de uma doença nutricional crônica caracterizada por um desequilíbrio entre a ingestão de alimentos e o gasto calórico”, explica a pediatra Lilian Zaboto.
A médica comenta que diferentemente do adulto, em que o diagnóstico é facilmente calculado pelo Índice de Massa Corpórea (IMC), nas crianças é um pouco mais complexo. “Desde o nascimento e ao longo do crescimento dos pequenos, verificamos o valor do IMC por meio de um gráfico que expõe as variáveis de acordo com a idade e o sexo.”
Fatores que influenciam na obesidade infantil
O fator genético exerce um papel fundamental sobre a obesidade, mas pode ser driblado por um estilo de vida saudável. “A rotina acelerada de muitos casais impõe certos hábitos que favorecem o ganho de peso. Atualmente, come-se muito fora de casa e as famílias, que não têm tempo para se dedicar ao preparo do alimento, acabam optando por refeições rápidas e prontas. Essas opções ultraprocessadas são ricas em gordura, açúcar e sal, e pobres em nutrientes”, detalha Isa Maria de Gouveia Jorge, nutricionista e doutora em Nutrição e Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (USP).
Importância dos pais na alimentação da criança
O fato é que o comportamento do adulto à mesa esbarra na criança, portanto, os pais devem ser modelo. “Não adianta querer que seu filho encha o prato de hortaliças e verduras se você não tiver esse hábito”, diz Isa Maria de Gouveia Jorge. Outro fator evidenciado pela nutricionista é a dificuldade que a família tem em perceber o sobrepeso da criança. “Isso é um problema cultural. No Brasil considera-se que a criança gordinha é saudável”, afirma.
Evitando a obesidade infantil
Para Isa Maria de Gouveia Jorge, o melhor caminho para evitar essa doença em crianças é o combate ao sedentarismo com o incentivo dos pais para que os filhos pratiquem esportes ou voltem a brincar em parques, além da prevenção, que deve começar cedo, desde a amamentação.
“As mães não devem negligenciar o período mínimo recomendado de seis meses de aleitamento materno. Ao introduzir alimentos sólidos ao bebê, lembre-se de que você será responsável por educar o paladar dele, então, priorize as frutas e verduras em vez de biscoitos e opções industrializadas”, indica a profissional.