Reconhecer uma relação tóxica ou abusiva é um passo essencial para a manutenção da saúde física e mental. Segundo a médica psiquiatra Dra. Jéssica Martani, esse tipo de relação demanda atenção especial. A vítima envolvida em um relacionamento que não é saudável pode passar anos infeliz e, em casos mais graves, até correr perigo dentro dessa dinâmica. Possíveis transtornos mentais do parceiro podem agravar a situação.
“O Transtorno de Personalidade Narcisista, por exemplo, é facilmente identificado em pessoas que passam muito tempo se preocupando com a própria aparência, com as qualidades físicas e habilidades. Querem ser sempre o centro das atenções, tem dificuldade em reconhecer ou considerar os sentimentos e necessidades dos outros, possui fantasias frequentes de sucesso ilimitado e com histórico de relacionamentos os quais muitas vezes superficiais e baseados no que os outros podem fazer por ele, alerta a psiquiatra”.
A Dra. Jéssica Martani alerta que “essas pessoas demonstram ainda charme e atenção no início da relação, mas rapidamente começam a exigir atenção constante, desconsiderar os sentimentos do parceiro e manipulá-lo emocionalmente”, completa.
Sinais de relacionamentos tóxicos
As relações tóxicas são aquelas que constantemente envolvem gritos, as conversas são sempre em tom agressivo e seguidas de insultos, chantagem emocional ou manipulação. “Normalmente essas pessoas acabam afastando o parceiro(a) dos amigos, da família e ainda querem ter sempre o poder de decisão nas mãos”, afirma a psiquiatra Jéssica Martani.
A médica alerta sobre a manipulação emocional que faz a vítima dos relacionamentos abusivos duvidar da própria memória, percepção ou sanidade. “Esse tipo de abuso pode ainda vir em períodos que são alternados por fases de carinho e arrependimento e com promessa de mudanças, criando um ciclo vicioso com dependência emocional”, diz a psiquiatra. A pessoa tóxica pode culpar o parceiro por suas emoções e comportamentos negativos.
Como se livrar de relacionamentos abusivos?
A médica alerta que além da psicoterapia, em alguns casos, pode ser necessário a prescrição de medicamentos para tratar condições como depressão, ansiedade ou transtornos de humor que podem estar contribuindo para comportamentos tóxicos tanto de quem é vítima quanto da pessoa com comportamentos abusivos.
“É importante compreender que o estresse prolongado em uma relação abusiva ou tóxica, por exemplo, pode afetar negativamente o cérebro, especialmente a amígdala e o hipocampo, áreas envolvidas na regulação emocional e memória. A compreensão neurológica dessas condições é essencial para que haja intervenções terapêuticas eficazes para tratar essa relação ou para que ela se acabe sem maiores prejuízos emocionais e psíquicos para ambas as partes”, conclui a Dra. Jéssica Martani.
Por Mayra Barreto Cinel