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Infertilidade feminina: conheça as causas e veja como tratar

Mãos de mulher adulta jovem segurando testes de gravidez

O estresse, a correria do dia a dia, a ansiedade e muitos outros fatores psicológicos dificultam a ovulação (Imagem: FotoDuets | Shutterstock)

Nos últimos anos, a organização da sociedade passou por significativas transformações. A crescente conquista de espaço pelas mulheres no mercado de trabalho é motivo de celebração, refletindo anos de luta árdua. Entretanto, essa evolução também trouxe novos desafios, como a busca por equilibrar o desejo de ter filhos com as demandas profissionais, o que nem sempre ocorre de forma imediata.

Gestação tardia

De acordo com a Dra. Liliane Guimarães, ginecologista e obstetra pela Universidade de São Paulo (USP), a espera pelo momento certo de engravidar faz com que as mulheres tenham filhos cada vez mais tarde. Isso, por sua vez, nem sempre é simples.

“Esse atraso no início da maternidade é, em parte, responsável pela dificuldade de concepção, visto que, a partir dos 35 anos, já é observada uma queda na fertilidade feminina, além de uma piora na qualidade dos óvulos produzidos”, explica a profissional.

Segundo ela, além de uma dificuldade para engravidar, isso também causa “um aumento do risco de alterações genéticas e alterações clínicas maternas durante a gestação, como hipertensão e diabetes gestacional”.

Dificuldade de engravidar

Além de a idade dificultar a fertilização, de acordo com a Dra. Liliane Guimarães, o estresse, a correria do dia a dia, a ansiedade e muitos outros fatores psicológicos dificultam a ovulação. Por isso, muitas mulheres buscam ajuda em clínicas de tratamento para engravidar.

Acompanhamento médico na gravidez

Quando a mulher decide que quer engravidar, a primeira coisa a fazer é consultar um ginecologista para sanar possíveis dúvidas, fazer exames e tomar todas as precauções que o processo exige.

“O ideal é que a gestação seja planejada para que se tenha a chance de uma avaliação do estado clínico da mulher antes da gravidez e [para] tratar possíveis alterações. Algumas vacinas, como a de rubéola, antitetânica e de hepatite B, devem ser realizadas antes ainda de a mulher interromper o método contraceptivo, além do início do uso de ácido fólico, que minimiza o risco de alguma má-formação [no feto]”, esclarece Liliane Guimarães.

Segundo a ginecologista e obstetra, a redução do nível de estresse, o controle da ansiedade, uma dieta balanceada e a prática de atividade física também são fatores muito importantes para que o processo ocorra de forma natural.

Causas da dificuldade de engravidar

De acordo com a Dra. Liliane Guimarães, após a interrupção do método anticoncepcional, a mulher pode ter alguns ciclos menstruais irregulares em que não ocorre a ovulação. Logo, não acontece também a gravidez.

Além disso, “se a mulher tem algum tipo de corrimento, a vagina pode se tornar um meio hostil ao espermatozoide, fazendo com que ele morra antes de conseguir chegar até o óvulo”, explica a especialista.

Além desses, existem muitos outros motivos que podem dificultar a gestação. “Por isso, é muito importante que a gravidez seja planejada e que a mulher procure seu ginecologista antes mesmo de começar a tentar engravidar”, enfatiza a ginecologista obstetra.

Um casal saudável pode demorar cerca de 1 ano a 1 ano e meio para conseguir um resultado positivo (Imagem: interstid | Shutterstock)

Investigando o problema

A ansiedade da mulher pode atrapalhar muito a fertilidade e o funcionamento do organismo. É importante ter paciência, pois, segundo a Dra. Liliane Guimarães, mesmo um casal saudável pode demorar cerca de 1 ano a 1 ano e meio para conseguir, finalmente, um resultado positivo.

Por esse motivo, os médicos não costumam indicar tratamentos antes desse período. “Nos casos em que realmente houver uma demora maior para concepção, sugere-se uma consulta com especialista em reprodução humana, que dará início a uma investigação profunda do casal, indicando o tratamento adequado, se necessário”, esclarece.

Para o homem, os exames são mais simples, um espermograma geralmente aponta a causa da infertilidade. Já para as mulheres, normalmente é necessária uma investigação profunda e detalhada para encontrar a raiz do problema, conforme a ginecologista e obstetra.

Tratamentos para engravidar

Atualmente, existem diversos tratamentos para auxiliar o casal que tem dificuldades para a concepção. A Dra. Liliane Guimarães explica alguns deles:

Indução da ovulação

A mulher recebe medicamentos para auxiliar na ovulação, podendo até ocorrer a concepção de forma natural. A indução é indicada quando a mulher tem ciclos menstruais sem ovulação.

Inseminação artificial

É a introdução do espermatozoide no trato genital feminino, geralmente dentro do útero, no período ovulatório. É indicada, por exemplo, em casos de número reduzido de espermatozoides ou alterações vaginais que impeçam que eles cheguem ao óvulo.

Fertilização in vitro

Após controle hormonal da ovulação, o óvulo é retirado do ovário e adicionado em meio fluido em que são inseridos os espermatozoides para que ocorra a fecundação. Após a fecundação, o ovo é transferido para o útero, onde espera-se que ocorra a implantação para o desenvolvimento da gestação. O processo é indicado, por exemplo, nos casos de obstrução das trompas, em que o espermatozoide não é capaz de atingir o óvulo para que ocorra a fecundação.

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