Nesta quinta-feira (20), o Dia do Amigo celebra não apenas as relações humanas, mas também o vínculo com animais de estimação, principalmente os cachorros, conhecidos como “melhores amigos do homem”. A relação vem de longa data e cresceu nos últimos anos.
Segundo o censo do Instituto Pet Brasil de 2021, o país é o terceiro no mundo em número de animais domésticos, com 149,6 milhões. A adoção de pets saltou 400% durante o auge do isolamento social devido à COVID-19. De acordo com a consultoria alemã GFK, a preferência é pelos cachorros, presentes em 58% das casas brasileiras.
Convivência com cachorros reduz desgaste cardiovascular
Um estudo realizado pela Universidade de Toronto aponta que a convivência com cães pode reduzir a mortalidade, principalmente por causas cardiovasculares. Outro estudo publicado no Scientific Reports evidencia que o risco de desenvolver doenças cardíacas é menor entre tutores de cães.
“Diversas terapias são instituídas através da troca entre animais e pessoas. Um cão traz acolhimento, diminui o estresse, estimula atividades físicas e sociais de seus tutores”, explica a Dra. Ariane Bartholomeu, médica veterinária e gestora na rede hospitalar WeVets, que complementa: “Caminhar regularmente ou brincar com seu pet pode diminuir a pressão arterial, os níveis de colesterol e triglicerídeos”.
O animal ajuda no senso de empatia das crianças
Segundo a veterinária, a relação com pets é benéfica em todas as idades. “Muitas famílias adotam cachorros para estimular o senso de responsabilidade e empatia em crianças. No cenário da terceira idade, fase em que a mobilidade é reduzida, o animal traz companheirismo e estímulo físico, além de benefícios mentais”, diz a Dra. Ariane.
Como prova disso, 74% dos tutores relatam melhora na saúde mental em decorrência da relação com o pet, segundo dados do Human Animal Bond Research Institute (HABRI). O diagnóstico é validado pela doutora, que afirma: “Animais de estimação podem ajudar a controlar a solidão e a depressão, dando-nos companhia”.
Bem-estar dos pets também é mantido com afeto
O que poucos sabem é que os animais também estão suscetíveis a problemas emocionais. Estudo da Universidade de Ghent, da Bélgica, mostra que cachorros têm conexões neurais mais fortes entre a amígdala, o hipocampo, o tálamo e o lobo frontal. As disfunções dessas regiões podem levar a sintomas de depressão e ansiedade, como mais medo, menos excitabilidade e menos treinabilidade.
Nesse sentido, a Dra. Ariane explica que a relação humano-animal é igualmente benéfica para o bem-estar dos cães: “É uma troca recíproca. Diversos cachorros têm estresse, agitação ou até mesmo agressividade acalmada somente pela presença de seus donos”.
Por Helena Maeda