As férias escolares de julho, muito aguardadas pelos estudantes, estão se aproximando e representam o período ideal para descansar, viajar, rever amigos e familiares. Além disso, muitos jovens, especialmente aqueles que se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e os vestibulares mais concorridos do país, aproveitam esse tempo livre para revisar as matérias nas quais possuem mais dificuldade. O objetivo é aumentar as chances de conquistar uma vaga na universidade almejada.
Curtir o período de descanso sem deixar os estudos de lado é uma estratégia muito importante. Isso porque quem passa as férias sem estudar pode ter uma perda significativa no intelecto. Um estudo da National Summer Learning Association (NSLA) mostra que, a cada mês de férias, as crianças perdem, em média, 10% do aprendizado de Matemática.
Neste contexto, especialistas em educação explicam como manter o equilíbrio entre os estudos e o descanso nas férias. Confira!
1. Planeje as atividades
Nas férias, de acordo com Mateus Lopes, coordenador da Escola Vereda, os estudantes têm a liberdade de ajustar a programação conforme as necessidades individuais. Neste sentido, ele explica que é possível harmonizar as atividades que proporcionam lazer com as obrigações. A família, aponta ele, pode auxiliar no planejamento. “O papel da família é muito importante neste momento, principalmente por auxiliar na organização de uma programação cultural”, destaca.
Ao elencar as atividades a serem realizadas, o estudante deve destinar parte do tempo para a melhora da qualidade do sono, para se desconectar das telas, alimentar-se de forma equilibrada e praticar atividades físicas, ações essenciais para relaxar e recarregar as energias. “É importante não sobrecarregar a agenda com muitos compromissos. Organize seu tempo programando atividades que estimulem tanto o corpo quanto a mente de forma saudável”, indica Luiz Cláudio de Araujo Pinho, autor da Coleção de Sociologia da Rede Pitágoras.
Ele também sugere que o descanso seja priorizado na primeira semana, considerando estudar mais na segunda e na terceira. A última, por sua vez, pode ser o momento oportuno para revisar o que foi aprendido. Uma dica importante é que, nesta semana que antecede o retorno às aulas, seja elaborada uma lista com os pontos a serem estudados com maior foco no segundo semestre.
2. Aproveite para ampliar o repertório cultural
As férias podem ser propícias para ampliar o repertório cultural, iniciativa importante para quem quer pontuar na nota da redação dos vestibulares. Afinal, usar fatos e citações externas no texto enriquece o conteúdo e atende a uma das competências da redação do Enem.
“A ampliação do repertório cultural depende exclusivamente do contato que o aluno tiver com matérias de jornais, podcasts, documentários e filmes”, afirma Thiago Braga, autor do Sistema de Ensino pH. Segundo ele, é importante criar o hábito de seguir os portais de notícias nas redes sociais para que o candidato fique por dentro dos temas de atualidades, cobrados nos exames.
3. Estude história e pratique inglês assistindo filmes
Na educação bilíngue, o estudo não deve se limitar ao contexto escolar. Pelo contrário, assistir filmes em casa pode ser uma ótima opção para assimilar o conteúdo e praticar a língua estrangeira. Por isso, Murilo Motta, Tayrone Medeiros e Ananda Campolina, profissionais da Eduall (programa bilíngue da SOMOS Educação), indicam títulos e recomendam para essa tarefa a seleção de áudio em inglês e legenda em português, visando esse aprendizado. Confira os filmes listados por eles:
- Steven Universo;
- O Incrível Mundo de Gumball: O Filme;
- Meninas Malvadas;
- Duna;
- Não Olhe Para Cima;
- Encanto.
Mergulhar no universo do cinema também é uma oportunidade para adquirir conhecimento sobre os temas de História, facilitando a aprendizagem da disciplina. Mas é preciso selecionar títulos adequados para essa finalidade, pois, conforme explica Francisco Moreira Júnior, professor de História e coordenador do time pedagógico da plataforma Amplia, podem ocorrer distorções na cinematografia, ou seja, narrativas que não encontram respaldo no estudo científico ou nas fontes históricas. Assim, ele indica alguns dos filmes não somente para entretenimento, mas também como fonte de estudo. São eles:
- Adeus Lenin;
- Guerra de Canudos;
- Cartas de Iwo Jima;
- Conquista da Honra.
4. Faça intercâmbio
Para quem deseja sair ainda mais da rotina, a realização de um intercâmbio de verão pode ser interessante. A especialista em internacionalização da Efígie Academy, Lara Crivelaro, explica que passar um tempo no exterior estudando tem diversas vantagens.
“Os intercâmbios de verão são uma oportunidade de aprender com acadêmicos renomados e ganhar experiência prática em várias disciplinas. Além de acrescentar muito no currículo e nos conhecimentos na língua inglesa, os estudantes exploram novas culturas, costumes e tradições, o que amplia a visão de mundo e proporciona uma valiosa rede de contatos internacionais”, diz.
Contudo, a profissional alerta sobre a necessidade de se programar e buscar uma instituição que ofereça suporte completo. “É importante entender todos os detalhes do programa escolhido, desde os custos até as acomodações e o itinerário, isso garante uma experiência segura e enriquecedora”, destaca Lara Crivelaro.
5. Destine tempo para a leitura de crônicas
Por serem textos geralmente curtos, as crônicas são uma ótima opção de leitura para as férias de julho. Pensando nisso, Laura Vecchioli do Prado, coordenadora do editorial de literatura e informativos da SOMOS Educação, selecionou três livros de crônicas para crianças e jovens.
- Em “A vitória da infância” (Editora Ática), Fernando Sabino nos transporta de volta à magia da infância, narrando fatos curiosos e vivências marcantes dessa fase.
- Em “Antes de virar gigante e outras histórias” (Editora Ática), Marina Colasanti traz memórias, histórias envolventes e até aventuras protagonizadas por animais, levando o leitor a conhecer novas visões de mundo.
- “As crônicas de Fiorella” (Editora Saraiva), de Vanessa Martinelli, apresenta a temática da transição da infância para a adolescência por meio de uma prosa divertida e emocionante.
Por Julia Vitorazzo