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5 dúvidas sobre a doação de sangue para cães e gatos

Ilustração vetorial de cachorro com bolsa de sangue

A doação sanguínea é um procedimento simples e que pode salvar a vida do pet em caso de doenças, acidentes ou cirurgias (Imagem: Becris | Shutterstock)

Que doar sangue salva vidas, todo mundo sabe, mas um fato pouco conhecido é que cães e gatos também podem ser os heróis dos pets. Certas enfermidades podem levar um animal a precisar de sangue; acidentes ou cirurgias também são capazes de provocar a perda de volume sanguíneo, despertando a necessidade da transfusão. 

Doenças que causam anemia, como hemoparasitose (“doença do carrapato” e mycoplasmose), doenças autoimunes, intoxicações, FeLV nos felinos e alguns tipos de neoplasias (tumores) são as mais recorrentes na rotina clínica.   

No entanto, por envolver o emocional dos pets — já que eles não entendem o que está sendo feito —, a doação de sangue pode ser um pouco mais delicada. Mas nada que uma boa orientação aos tutores, carinho e paciência não resolvam.  

Pensando nisso, abaixo, as veterinárias Nathália Chiroze e Amanda Farinelli, do Nouvet, centro veterinário de nível hospitalar em São Paulo, esclarecem as principais dúvidas sobre a doação de sangue animal!

1. O procedimento é seguro?

A doação sanguínea é simples, e os locais que aceitam têm profissionais especializados para realizar o procedimento. “Cães e gatos podem e devem doar sangue, mas existem certos requisitos e procedimentos a serem seguidos para garantir uma experiência tranquila e saudável para o pet, sem que isso abale seu emocional e atrapalhe sua missão em ajudar”, comenta Nathália.

2. Quais são os requisitos para a doação? 

Tanto cães quanto gatos não podem ter passado por procedimento cirúrgico há pelo menos dois meses; devem estar com as vacinas, controle de ecto e endoparasitas atualizados; e, no caso das fêmeas, elas não podem estar prenhas ou amamentando. Também é ideal que o pet tenha um comportamento dócil e esteja clinicamente saudável. 

Para cães, é preciso ter entre 1 a 7 anos e pesar 25 kg ou mais, levando em consideração seu porte; já os felinos, precisam ter entre 1 e 8 anos e pesar mais de 4,5 kg.  

3. Como é realizado o procedimento? 

Após o cadastro e check-up com exames laboratoriais de triagem, que confirmam a possibilidade da doação, tem início o procedimento. Ele dura de 15 a 30 minutos, a depender do comportamento do pet, que fica deitado durante toda a coleta. Ela é realizada com um acesso próximo ao pescoço; por esse motivo, costuma ser um procedimento mais delicado e que exige mais tranquilidade do animal.   

“Respeitar o comportamento e tempo do pet durante o processo garante seu bem-estar e proporciona um atendimento humanizado”, comenta Nathália. Por ser um procedimento rápido, a maioria dos cães consegue realizá-lo sem nenhum tipo de sedação, mas ela pode ser necessária. Já os gatos precisam geralmente de medicação leve, já que são menos adeptos à manipulação. 

Após a coleta da bolsa, o sangue é dividido em três componentes (plaquetas, plasma e hemácias) e armazenados sob refrigeração. Desta maneira, um doador de sangue pode ajudar mais de um animal com componentes sanguíneos diferentes, salvando mais vidas. 

Cães e gatos podem ter diferentes tipos sanguíneos (Imagem: Rawpixel.com | Shutterstock)

4. Existe tipificação sanguínea? 

De acordo com as especialistas do Nouvet, existem tipos sanguíneos nos cães, e a compatibilidade entre eles é importante no momento em que for realizada a transfusão, pois nem todos são compatíveis entre si. Os tipos sanguíneos dos cães são seis, porém são complexos e continuam em estudo, mas sabe-se que o “DEA 4” é considerado doador universal.  

Em relação aos gatos, os grupos sanguíneos são descritos pelo sistema AB, sendo eles: A, B, AB. O tipo sanguíneo A tem maior prevalência, sendo o tipo B mais incomum e o tipo AB considerado raro. “Para garantir o máximo de segurança do paciente pet e verificar se o sangue do doador poderá ser recebido, o exame de tipagem sanguínea e o teste de compatibilidade podem ser empregados previamente”, explica Amanda. 

5. Quais cuidados os tutores devem ter com os pets após a doação?  

Ao final da doação de sangue, o animal é liberado para casa e não há restrição ou necessidade de internação, podendo continuar com sua rotina normalmente. As veterinárias explicam que, caso o pet seja um doador frequente, é necessário esperar de 1 a 3 meses entre uma doação e outra. Geralmente, esse intervalo depende do estado geral do doador e do protocolo empregado pelo banco de sangue.   

Poucas pessoas sabem ou percebem que seus bichinhos podem doar sangue e salvar a vida de outros. Por isso, é importante incentivar o check-up recorrente e o cadastro em banco de doadores elegíveis. 

Por Giovana Macedo

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