Segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Dermatologia, o melasma atinge uma em cada três mulheres no Brasil, cerca de 35% das brasileiras. Essas manchas escuras na pele ocorrem devido ao aumento da produção de melanina, o pigmento responsável pela cor da pele.
“A condição é caracterizada por manchas acastanhadas de bordas irregulares que surgem principalmente em áreas fotoexpostas, como a testa e a região do malar”, diz a Dra. Cláudia Merlo, médica especialista em Cosmetologia pelo Instituto BWS.
Embora não represente um risco para a saúde, pode causar desconforto estético significativo para muitas pessoas. Além disso, infelizmente, não há uma cura definitiva. “O melasma é uma doença crônica, isto é, não tem cura. O tratamento, então, não é definitivo, focando na redução das manchas e controle da condição. Logo, exige grande disciplina, paciência e comprometimento da paciente”, afirma a especialista.
Por isso, a seguir, confira fatores que podem piorar o melasma!
1. Exposição solar sem proteção
A exposição aos raios UV pode desencadear ou piorar o melasma. A radiação solar estimula a produção de melanina. Sem proteção solar adequada, essas áreas pigmentadas se tornam mais visíveis e escuras. “O principal fator desencadeante do melasma é, sem dúvida, a radiação ultravioleta do sol, que estimula os melanócitos a produzirem melanina, pigmento que dá cor à pele e causa as manchas. Dessa forma, o uso diário de fotoprotetor com, no mínimo, FPS 50 é importante para controlar e prevenir o melasma, assim como sua reaplicação ao longo do dia”, destaca a médica.
2. Luz visível e azul
Dispositivos eletrônicos que emitem luz visível e azul podem estimular a produção de melanina, contribuindo para o agravamento das manchas. “Um estudo recente publicado pela Academia Americana de Dermatologia sugere que exposições diárias de até 8 horas às telas de TVs, computadores e celulares não foram capazes de agravar o melasma. Mas ainda não podemos descartar a possibilidade de exposições cumulativas poderem, sim, cooperar para a piora do melasma (especialmente em peles de fototipos altos) e do envelhecimento cutâneo”, pontua o dermatologista Dr. Luann Lôbo.
3. Alterações hormonais
Flutuações hormonais, como aquelas durante a gravidez ou uso de contraceptivos hormonais, podem influenciar diretamente a produção de melanina na pele, agravando o melasma. “Pacientes com histórico familiar da doença têm maior chance de sofrer com as manchas do melasma e, por isso, devem redobrar os cuidados preventivos. O mesmo vale para grávidas e pessoas que fazem uso de anticoncepcionais devido à ação dos hormônios femininos no estímulo da pigmentação da pele”, destaca a Dra. Cláudia Merlo.
4. Estresse crônico
O estresse prolongado pode desencadear desequilíbrios hormonais no corpo, o que pode aumentar a produção de melanina e piorar as manchas de melasma.
5. Uso de produtos irritantes
Cosméticos agressivos ou produtos para a pele que contenham substâncias irritantes podem desencadear inflamação na pele, levando a uma maior produção de melanina e piorando o melasma. “Uma barreira cutânea íntegra, além de proteger a pele contra agressores externos, garante um melhor controle do melasma. Nesse sentido, é importante, por exemplo, evitar produtos e tratamentos muito agressivos que podem prejudicar a barreira cutânea e causar irritação na pele, com consequente ativação da produção de melanina”, aconselha a Dra. Cláudia Merlo.
6. Tratamentos abrasivos na pele
Peelings químicos intensos ou procedimentos dermatológicos agressivos podem irritar a pele e desencadear uma resposta de pigmentação exacerbada, agravando as manchas.
7. Má alimentação e desidratação
A falta de nutrientes essenciais na dieta e a desidratação podem comprometer a saúde da pele. Uma dieta desequilibrada pode afetar a capacidade da pele de se recuperar e se defender contra danos, enquanto a desidratação pode prejudicar sua função protetora.
8. Falta de cuidados específicos
A ausência de uma rotina de cuidados específicos para tratar o melasma pode resultar em agravamento das manchas. A falta de orientação profissional ou tratamentos inadequados podem piorar a condição, tornando as manchas mais evidentes.
“Por fim, vale lembrar novamente que o melasma é uma doença sem cura definitiva e, por isso, o tratamento deve ser contínuo, com os cuidados sendo mantidos ao longo de toda a vida para reduzir as manchas existentes e prevenir o aparecimento de novas alterações”, finaliza a Dra. Cláudia Merlo.