O mês de fevereiro é marcado pela iniciativa do “Fevereiro Roxo”, que busca conscientizar sobre três condições crônicas de saúde: Alzheimer, lúpus e fibromialgia. A campanha procura não apenas aumentar a conscientização sobre essas doenças, mas também promover a compreensão, a empatia e o apoio para aqueles que enfrentam esses desafios diariamente.
A seguir, entenda um pouco sobre Alzheimer, lúpus e fibromialgia.
O que é o Alzheimer?
Ligado à perda de lembranças e ao esquecimento de entes queridos e de si, o Alzheimer é a doença mais conhecida. Os sintomas são progressivos e passam por fases, indo desde perda de memória, desorientação, indecisão e depressão, passando por alteração na personalidade, na fala, alucinações, repetições, má coordenação, incontinência sanitária, inanição e alienação, chegando até o mutismo, perda de movimentos, infecções e morte.
Embora não tenha cura, o cuidado é mais eficaz em casos diagnosticados precocemente, proporcionando mais qualidade de vida ao portador. O tratamento é variado, de acordo com os sintomas presentes em cada caso, e buscam retardar a evolução da doença.
Prevenindo o Alzheimer
A prevenção do Alzheimer inclui dieta equilibrada e saudável, atividade física regular e fuga de tóxicos, bem como prevenir problemas cardiovasculares, diabetes, colesterol e hipertensão. Na maturidade, manter o cérebro ativo por meio de leituras, passatempos e jogos de lógica também ajuda.
“Ao envelhecer, o ser humano tem maior probabilidade de desenvolver demências. Estimativas apontam que até 2050 a população mundial com Alzheimer deve triplicar, indo a aproximadamente 150 milhões de indivíduos”, conta Dr. Alessandro Sousa, neurologista do Hospital São Luiz Campinas.
Só no Brasil de hoje, cerca de 4,2 milhões de cidadãos têm demência ou declínio cognitivo leve, de acordo com a ABRAz (Associação Brasileira de Alzheimer). “Para não ser parte dessas estatísticas é importante ficar atento e evitar alguns fatores que, de acordo com estudos, podem aumentar o risco de degeneração mental. São eles: baixa escolaridade, perda auditiva, hipertensão arterial, obesidade, diabetes, alcoolismo, traumatismo cranioencefálico, sedentarismo, depressão, tabagismo, isolamento e poluição”, alerta o médico.
Para o especialista, os desafios em controlar o Alzheimer devem seguir progredindo, já que dados da ABRAz apontam que pelo menos um milhão de idosos brasileiros têm a doença sem diagnóstico.”A avaliação médica com neurologista ou geriatra é primordial […]”, acrescenta.
O que é o lúpus?
O lúpus (Lúpus Eritematoso Sistêmico) é uma enfermidade autoimune, que faz o sistema de defesa do próprio corpo atacar tecidos saudáveis. Possui características inflamatórias e destrutivas em órgãos como pele, rins e cérebro e, se não tratado, tem potencial mortal.
O diagnóstico é complexo, por se apresentar clinicamente de maneira muito heterogênea. Exames de sangue, urina e de imagem juntamente com a avaliação de um reumatologista são fundamentais. Mesmo sem cura concreta, a probabilidade de melhora é alta no tratamento com proteção solar, corticoides e imunossupressores, que reduzem manifestações graves e buscam proporcionar uma rotina normal ao paciente.
Prevenindo o lúpus
Para prevenção do lúpus, hábitos saudáveis e proteção solar são essenciais. Estudos dizem que os gatilhos podem vir de fatores como hormônios, hereditariedade e variáveis externas. Em termos de predisposição, a doença pode ocorrer em qualquer pessoa, com maior incidência em mulheres de 15 a 40 anos.
Garantindo a qualidade de vida
Para a Dra. Ana Paula Del Rio, reumatologista do São Luiz Campinas, no lúpus “há uma disfunção do sistema imunológico que leva à produção de anticorpos contra órgãos, com períodos de exacerbação e remissão”.
Por isso, é importante consultar um reumatologista assim que houver suspeita. “O tratamento tem avançado nos últimos 10 anos com a aprovação de novas medicações imunossupressoras e imunobiológicas, reduzindo novas manifestações e melhorando a qualidade de vida”, destaca a médica.
O que é a fibromialgia?
Menos conhecida das três doenças, a fibromialgia classifica-se como uma síndrome miofascial. “É uma dor crônica generalizada associada à fadiga, insônia, ansiedade e depressão, e mais comum em mulheres de 30 a 50 anos. A causa da doença ainda não está bem estabelecida, mas estudos indicam uma ativação das vias de transmissão do estímulo doloroso a nível cerebral”, explica a Dra. Ana Paula Del Rio.
Tipos de tratamento
Os cuidados para a fibromialgia incluem fisioterapia, atividade física, analgésicos, acupuntura e infiltrações dos pontos dolorosos. Para evitar crises, é necessário um estilo de vida saudável e o seguimento com fisioterapeuta e educador físico, para elaboração de plano de ergonomia, além de identificar os gatilhos e mitigar os fatores de risco.
Como identificar a fibromialgia
Como não há exames confirmatórios, o diagnóstico é realizado no consultório. “A avaliação é importante para descartar outras doenças que cursam com dor crônica generalizada. Essa síndrome é combatida com abordagem múltipla — fisioterapia, atividade física, alongamento e fortalecimento com psicoterapia, analgesia e medicamentos específicos […]”, complementa a Dra. Ana Paula Del Rio.
Por Samara Meni