Nesta semana, a NASA (Agência Espacial Norte-Americana) divulgou imagens de uma formação atípica na superfície de Marte. No formato de círculos quase perfeitos, as dunas de areia que se formaram no planeta vermelho surpreenderam os cientistas, e a sua aparência intrigou os estudiosos.
Apesar de não ser difícil encontrar montes de diferentes tipos e formatos no planeta, a imagem capturada pela sonda Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) revela mais que apenas buracos na superfície do astro. Isso porque a diversidade das formas e as texturas das formações podem trazer informações importantes sobre o quarto planeta do sistema solar.
“Dunas de areia de muitas formas e tamanhos são comuns em Marte”, explicam os cientistas da NASA em comunicado, que completam: “[mas], neste exemplo, as dunas são quase perfeitamente circulares, o que é incomum”, dizem os estudiosos.
Pesquisas sobre o inverno em Marte
As imagens foram tiradas em novembro de 2022 e fazem parte de um projeto da agência espacial para monitorar como a geada desaparece no final do inverno. Nas novas fotos, obtidas através de uma série de observações feitas pelo High-Resolution Imaging Experiment (Experimento de Imagem em Alta Resolução), os cientistas perceberam que algumas das dunas aparecem sem a camada congelada; em capturas anteriores, estavam cobertas por gelo.
A câmera a bordo do Mars Reconnaissance Orbite também tem estudado as mudanças no hemisfério norte de Marte, à medida que a estação muda para primavera. Recentemente, enquanto sobrevoava o planeta vermelho, o equipamento também capturou imagens com figuras semelhantes a um rosto de urso.
Influência dos ventos na formação dos montes
Os montes foram encontrados em uma região com dunas bem mais íngremes e perto de uma cratera Utopia Planitia, no hemisfério norte do planeta. A partir da observação das formações, cientistas sugerem que o fenômeno foi formado pelos ventos, que, nessa época do ano, sopram em direção ao sul.
“[Essas formações] são ligeiramente assimétricas, com faces de deslizamento íngremes nas extremidades sul. Isso indica que a areia geralmente se move para o sul, mas os ventos podem ser variáveis”, diz Alfred McEwen, professor de Geologia Planetária da Universidade do Arizona e integrante da pesquisa.
Além disso, com a análise das dunas, os cientistas puderam monitorar a velocidade em que o planeta se movimenta. Assim, descobriram que as crateras têm avançado cerca de um metro do Equador aos polos do astro.
Aspectos meteorológicos do planeta vermelho
A variação de formatos e tamanhos das dunas também revelou importantes informações sobre as questões meteorológicas de Marte. Isso porque as imagens obtidas pelo High-Resolution Imaging Experiment mostram que, enquanto o MRO examinava a cratera Lyot em Marte, em 2010, a cratera criava uma espécie de canal que direcionava os ventos.