O Chat GPT é uma ferramenta baseada em inteligência artificial capaz de redigir textos, emular diálogos, resumir livros e uma variedade de outras funcionalidades. Na minha opinião, como Linguista Cognitivo, na mesma velocidade em que essa ferramenta pode ajudar companhias a aumentar a velocidade de seus negócios, também pode prejudicar sobremaneira a cognição humana.
Possíveis prejuízos da ferramenta
Muito daquilo que mantém nosso sistema cognitivo em alerta e saudável tem a ver com a forma como nós o exercitamos. Você precisa ler, escrever, interagir, ser criativo, ser proficiente em algo durante o dia para que não viva em um perpétuo tédio de automação. Na contramão desse processo, uma ferramenta que “cria” pelo indivíduo é capaz de gerar uma atrofia cognitiva no processo de criação do ser humano. Praticamente como se não fosse mais necessário pensar para que os textos sejam produzidos. O algoritmo dá conta.
Questões para um futuro próximo
Bem, é claro que ainda há lacunas nessa ferramenta – os textos produzidos ainda são imprecisos em diversas situações, há incorreções gramaticais e uma prolixidade perceptível após ler dois ou três textos.
A grande questão que se avizinha é: como lidaremos com essa ferramenta nas escolas, nas universidades? O que será da produção científica? Artigos, teses, dissertações? Uma gama de escrita automática e irrefletida? O aluno do ensino médio ainda será obrigado a escrever uma redação? Essa habilidade ainda será algo necessário, uma vez que há ferramentas que já automatizam a escrita? A reflexão é dura e exige energia cognitiva, o que não é a praia de quem usa o Chat GPT.
Por Pablo Jamilk
Doutor em Letras, ele desenvolveu uma metodologia de ensino remota revolucionária que conquistou a internet. Seu trabalho no mercado digital teve início em 2010, quando passou a lecionar para alunos no Brasil e no exterior.