A relação entre humanos e animais de estimação vai muito além da companhia e do carinho. Para aqueles que têm a sorte de compartilhar a vida com um pet, sabe que a presença deles pode ser uma fonte poderosa de conforto e bem-estar.
E não é apenas o tutor que se beneficia dessa relação. O contato por apenas dez minutos com um cão ou gato — de pequeno ou grande porte, vai depender de cada caso — é capaz de aliviar dor e trazer mudanças em casos de ansiedade e depressão, segundo pesquisadores da Universidade de Saskatchewan, no Canadá.
Esse breve contato já ajuda o corpo a reduzir a pressão sanguínea, o colesterol e o nível de triglicérides, de acordo com pesquisas dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e do Instituto Nacional de Saúde (NIH), nos Estados Unidos. A presença dos bichinhos também auxilia na produção de endorfina, agindo como um analgésico natural, e serotonina, regulando humor, sono e apetite.
Tratamentos com a ajuda de animais
Conhecida como “zooterapia”, a prática pode ajudar pacientes hospitalizados, com câncer, entre outros casos, atuando como um complemento ao tratamento vigente. No tratamento do câncer, por exemplo, os pets ajudam a desviar a atenção dos efeitos colaterais dos remédios e da quimioterapia.
Como parte da zooterapia, existem dois métodos: a Terapia Assistida por Animais (TAA), e a Atividade Assistida por Animais (AAA). A primeira é utilizada visando amenizar dores de pacientes durante recuperação ou tratamento, feita com critérios específicos e diagnósticos, e precisa ser acompanhada por profissionais da área da saúde; já a segunda, é com foco recreativo, sem gerar análise de pacientes, e envolve visitação, recreação e distração com o contato com os bichinhos.
“O importante é sempre avaliar com o médico do caso qual é a abordagem mais adequada. Também é indispensável avaliar se o pet em questão está mesmo saudável e com as vacinas em dia, além de entender se a sua personalidade é compatível para essas situações. Tomados todos os cuidados, a prática tem tudo para ser proveitosa”, comenta Marina Meireles, médica comportamentalista do Nouvet, centro veterinário de nível hospitalar em São Paulo.
Outras contribuições dos animais
Para além de alguns minutos em contato, uma recuperação acompanhada de um animalzinho pode causar um efeito prolongado e melhorias na prática de atividades físicas, comunicação, memória e concentração. “Ter os pets presentes também pode estimular uma humanização do ambiente clínico ou hospitalar, distraindo os pacientes e revivendo um cotidiano familiar”, comenta Marina Meireles.
Com crianças, a prática também se mostra bem-vinda. Para elas, ter que lidar com muitos médicos, o ambiente hospitalar ou os efeitos dos tratamentos pode ser mais delicado e difícil. Então, incentivar a interação entre elas e os bichinhos pode melhorar o humor, a disposição, a comunicação e a paciência durante a hospitalização.
“Existem diversas instituições que promovem esses momentos de forma gratuita com hospitais públicos e privados para levar leveza a um cenário tão delicado. Pets são uma ótima fonte de felicidade, diversão e amor e podem fazer toda a diferença na recuperação de crianças, adultos e idosos”, complementa a veterinária do Nouvet.
Por Giovana Macedo