Com a chegada do outono, a susceptibilidade de crianças de até dois anos a uma série de doenças respiratórias aumenta, como resfriados, gripes e até mesmo a temida bronquiolite (infecção do trato respiratório inferior que chega aos pulmões).
O clima mais frio e úmido, aliado à volta às aulas, contribui para o aumento dessas enfermidades. No entanto, há medidas preventivas eficazes que pais e responsáveis podem adotar para proteger seus filhos e manter a saúde respiratória durante a estação.
A seguir, o Dr. Cid Pinheiro, coordenador da Pediatria do Hospital São Luiz Morumbi, explica sobre os sintomas comuns das doenças e como preveni-las. Confira!
Formas de transmissão dos vírus
As doenças típicas desta época do ano são transmitidas principalmente por vias respiratórias e podem ser virais ou bacterianas. “Quando espirramos, por exemplo, lançamos milhares de gotículas, que se espalham por até quatro metros, atingindo outras pessoas e, com esses agentes, disseminando a doença”, destaca o Dr. Cid Pinheiro.
Ainda, o médico afirma que temos questões relacionadas, como a sazonalidade natural desses agentes, em alta entre os meses de março a agosto, e “as ações humanas que favorecem a disseminação, como aglomeração em locais fechados e/ou com pouca ventilação, falta de cuidados ao tossir ou espirrar e com a higiene das mãos”.
Sintomas das doenças respiratórias
Entre os sinais de alerta, estão respiração acelerada, afundamento da fúrcula (área próxima ao esterno, entre as clavículas) e movimento das aletas nasais, que indicam insuficiência respiratória. Além do desconforto respiratório, a febre persistente também é indício de uma evolução negativa desses quadros. “Estamos falando daquela febre que não abaixa, mesmo com o uso da medicação, persistente ou que se mantém por mais de três dias”, complementa o Dr. Cid Pinheiro.
Atenção com a dengue
Outra doença que seguirá em evidência, ao menos no início da estação, se trata da dengue. “Como em outras doenças virais, o tratamento é sintomático, e a hidratação, muito importante. Os pais precisam ficar atentos à mudança no padrão dos sintomas e, caso isso aconteça, buscar novamente o pronto-socorro para reavaliação”, orienta o especialista do São Luiz Morumbi.
Além disso, é preciso atenção com o uso de medicamentos. As recomendações incluem “não utilizar anti-inflamatório, pois aumenta o risco de sangramentos, uma das principais complicações graves da dengue”, enfatiza o Dr. Cid Pinheiro.
Maneiras de prevenir as doenças
Nesta época do ano, algumas medidas são importantes para prevenir a disseminação e a contaminação por essas doenças. Veja:
- Evite locais fechados e com pouca ventilação;
- Higienize as mãos;
- Siga os protocolos de tosse e espirro, cobrindo nariz e boca;
- Faça isolamento social em caso de sintomas;
- Utilize máscara facial;
- Mantenha a carteirinha de imunização sempre atualizada;
- Hidrate o corpo.
No caso da dengue, uma arbovirose, além de eliminar focos de água parada que servem de criadouro para o mosquito transmissor, é essencial adotar barreiras físicas de proteção. Como exemplo, pode-se citar uso de repelentes, roupas compridas e telas nas janelas.
Por Samara Meni