Durante a gravidez mulheres veganas, não precisam interromper a dieta vegetariana estrita. Isso porque não existe nenhum risco para a saúde da mãe e do bebê, desde que sejam mantidos os cuidados que todas as grávidas precisam ter durante a gestação.
“Não há nenhuma contraindicação da alimentação vegetariana na gestação nem na lactação, inclusive algumas pesquisas mostram que gestantes vegetarianas e veganas tendem a ter menor risco de diabetes gestacional e de pré-eclâmpsia, que são complicações na gestação”, analisa a nutricionista Thaisa Navolar. Segundo ela, mulheres que seguem uma dieta vegetariana estrita durante a gravidez também têm mais facilidade para manter o peso adequado.
Suplementos importantes durante a gravidez
Conforme a nutricionista Priscilla Mazza, grávidas vegetarianas estritas (veganas), para terem uma boa saúde, também precisam ter as mesmas preocupações que as gestantes onívoras. Por isso, veja algumas suplementações que costumam ser importantes nesse período, citadas pela especialista:
1. Ácido fólico
Irá prevenir anomalias congênitas e defeitos no fechamento do tubo neural do bebê. O ideal é que este seja suplementado pelo menos um mês antes da gravidez e prolongado durante o primeiro trimestre.
2. Proteínas
No segundo e terceiro trimestre, quando não atingida a proteína na alimentação, é necessário aumentar a ingestão proteica com suplemento de proteína em pó vegetal.
3. Ômega 3
Quando não consumido de forma adequada a quantidade de chia e linhaça, no caso da paciente vegetariana, é utilizado o suplemento de algas rico em DHA, ácido docosa-hexaenoicoque, que auxilia na formação de membranas celulares do Sistema Nervoso Central (SNC) e na redução de risco de parto prematuro, aumenta acuidade visual e a coordenação de mãos e olhos do bebê. Também ajuda a melhorar a imunidade e a resposta do sistema nervoso autônomo.
4. Ferro
É interessante quando há baixa reserva no organismo, pois é comum observar a presença de anemia tanto em gestantes vegetarianas quanto em onívoras.
5. Vitamina B12
Adequar os níveis de B12 sanguíneos também é de extrema importância, já que, na maioria das vezes, a suplementação desta vitamina acaba se tornando necessária, porque ela evita tanto o risco de descolamento da placenta quanto a possibilidade de que o bebê nasça com pé torto congênito e com defeitos no tubo neural.
6. Cálcio
É preciso adequar o consumo de cálcio e, até mesmo, suplementar quando não atingido via alimentação, principalmente no terceiro trimestre e durante a lactação.
7. Vitamina D3
Por fim, a suplementação de vitamina D3 vegana também é importante quando se encontra baixa nos níveis sanguíneos. Esta pode levar à absorção deficiente de cálcio e, com isso, pode causar um retardo na formação dos ossos das crianças e no crescimento das cartilagens.
Alimentação durante a amamentação
Durante a amamentação, as recomendações não são muito diferentes, é necessário manter uma alimentação rica em legumes, verduras, frutas, leguminosas e cereais. “A gente sabe que existem alguns nutrientes no leite materno que dependem muito da nutrição materna […]. Então, para garantir via suplementação a alimentação, que é o caso da vitamina B12 e do ômega 3, a gente precisa fazer a suplementação certinha de acordo com as necessidades e com os exames da mãe. Mas, geralmente, a suplementação de DHA na gestação e lactação é feita na dose de 200 a 300 miligramas ao dia”, explica a nutricionista Thaisa Navolar.
Na dúvida, procure um profissional
Thaisa Navolar cita que a alimentação vegetariana é saudável e segura para a família inteira, portanto não oferece risco para nenhum grupo. “Sempre que tiver dúvidas e inseguranças, procure um profissional que tenha conhecimento também na área do vegetarianismo para fazer as orientações necessárias e realmente apoiar e respeitar a opção das famílias veganas, pois é importante encontrar esse respaldo dos profissionais que acompanham a família”, recomenda.