Excesso de atividade física pode favorecer envelhecimento precoce
Os exercícios físicos são uma excelente maneira de manter a saúde geral do corpo. Perder peso, ganhar músculos e manter o condicionamento físico estão entre alguns dos benefícios proporcionados pela atividade. No entanto, assim como qualquer outra prática, o seu excesso pode causar danos à saúde física, incluindo à qualidade da pele.
“Para a pele, quando a atividade física é ao ar livre, ela pode trazer alguns malefícios, porque o raio ultravioleta é danoso para o tecido cutâneo e pode causar flacidez. E, dentro de uma academia, os gestos de dor e força fazem com que os músculos da face sejam contraídos, o que acelera o aparecimento de linhas de expressão e rugas, além de acentuar os vincos naturais e as rugas pé de galinha”, afirma o Dr. Abdo Salomão Jr., dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Influência no envelhecimento da pele
Segundo a médica cirurgiã plástica Dra. Beatriz Lassance, quando feito na medida, os exercícios físicos são benéficos para a pele. “Quando fazemos exercício, geramos radicais livres, mas isso estimula nossa defesa antioxidante. O exercício estimula a produção de antioxidantes!”, afirma.
Ainda de acordo com a profissional, além da força estabelecida na prática dos exercícios, o excesso da atividade também pode causar o envelhecimento da pele.”Agora, se o gasto de energia é alto demais, com um excessivo levantamento de peso, há um aumento gigantesco da produção de radicais livres e, sem defesa suficiente, chegamos ao estresse oxidativo. Isso danifica várias moléculas, entre elas, o colágeno e a elastina, aumentando a flacidez e piorando a qualidade da pele”, diz.
Impacto do emagrecimento acelerado na pele
O emagrecimento acelerado, com aporte ineficiente de calorias ou ainda consumo aquém do necessário de proteínas, também é um erro que correlaciona exercício físico e envelhecimento. “Há uma perda natural de gordura no corpo todo, inclusive na face, o que acentua os vincos já existentes”, diz o Dr. Abdo Salomão Jr. “Com a diminuição do volume facial, temos mais pele sobrando e a sensação de flacidez e envelhecimento”, lembra a Dra. Beatriz Lassance.
Medidas para evitar as rugas precoces
Uma boa maneira de evitar as rugas precoces é diminuindo os excessos, adequando os pesos, aumentando de forma progressiva. A dieta também deve estar relacionada a esse objetivo. Por isso, o melhor a fazer é procurar um nutrólogo ou nutricionista para o consumo ideal de proteínas, gorduras de boa qualidade e sem esquecer dos carboidratos na quantidade exata, para dar energia ao corpo, segundo os médicos.
Tratamentos indicados contra envelhecimento da pele
1. Toxina botulínica
As rugas de expressão já instaladas na testa por conta das caretas podem ser tratadas com a toxina botulínica, segundo a dermatologista Lilian Brasileiro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Ela atua na musculatura evitando contração e fraturas da pele. No entanto, é um tratamento que deve ser feito frequentemente de duas a três vezes ao ano, pois possui durabilidade de quatro meses”, diz a profissional.
2. Botox-like e ultrassom microfocado
Para quem tem trauma de agulhas, dá para ter o efeito botox-like e também levantar as sobrancelhas, com o ultrassom microfocado. “O ultrassom Atria tem ação em camadas mais profundas. Ele atua até mesmo no SMAS (Sistema Músculo Aponeurótico Superficial), que é a camada muscular mais profunda e que sustenta a face. Os pontos de coagulação causam uma contração no músculo, com efeito de lifting sem cirurgia”, diz o Dr. Abdo Salomão.
3. Pico Ultra 300
Já as manchas que apareceram em virtude do sol podem ser tratadas com tecnologias como o laser de picossegundos, a exemplo do Pico Ultra 300 ou Picolo. Conforme o dermatologista Dr. Renato Soriani, membro da SBD e expert em tecnologias dermatológicas, essa é uma das mais recentes tecnologias para tratar manchas e melasma.
“Picossegundo é igual a um segundo dividido por trilhões, ou seja, trilionésimos de segundos. O laser de tratamento de manchas, ao ser aplicado, é capaz de ‘despedaçar’ o pigmento, ou seja, ele é espatifado em pedaços muito menores, o que facilita ao organismo eliminar esses pigmentos com menos efeito colateral”, afirma o Dr. Renato Soriani.
4. Morpheus e bioestimuladores injetáveis
Para a flacidez, existe uma infinidade de tratamentos. Uma das técnicas indicadas para casos leves é o Morpheus, um equipamento cuja ponteira conta com microagulhas que vão penetrar profundamente na pele e liberar radiofrequência nas camadas mais profundas.
“Cada agulha emite radiofrequência para aquecer as camadas do tecido cutâneo, estimulando a produção de colágeno e elastina e firmando a pele. O procedimento é rápido, mas os resultados não são imediatos, surgindo gradualmente e melhorando conforme mais sessões são realizadas”, diz o Dr. Renato Soriani.
Outra forma de estimular o colágeno e combater a flacidez, além de promover sustentação, é por meio dos bioestimuladores injetáveis, segundo a Dra. Lilian Brasileiro.”As substâncias utilizadas geralmente são o ácido polilático ou a hidroxiapatita de cálcio; quando aplicados, provocam uma inflamação muito controlada que provoca estímulos e aumento do número de fibroblastos (células jovens), causando uma maior produção de colágeno naquela região. É uma técnica muito interessante para promover sustentação da pele; o bioestimulador é aplicado nas bochechas, mandíbula, queixo, têmporas e pescoço, conforme indicação”, esclarece a dermatologista.
5. Lipoenxertia
No caso da perda de volume, o uso de lipoenxertia é indicado. “Essa é uma técnica similar à aplicação de preenchimento, mas que utiliza a gordura do próprio corpo do paciente para preencher, definir e dar volume à região das maçãs do rosto. Para isso, a gordura é retirada através de lipoaspiração, que também ajuda a afinar e definir a região onde é realizada, sendo, em seguida, tratada para remover sangue e outros resíduos celulares. Após o tratamento, a gordura é enxertada na região das maçãs do rosto através de pequenas agulhas, o que é feito em centro cirúrgico”, diz a Dra. Beatriz Lassance.
Por Maria Claudia Amoroso