6 mitos e verdades sobre a osteonecrose

6 mitos e verdades sobre a osteonecrose
Para tratar a osteonecrose, existem diversas opções, variando conforme o estágio e a causa da condição (Imagem: Ground Picture | Shutterstock)

Ao sentir desconforto nos ossos do quadril, glúteos, coxas e joelhos, é importante ficar atento, pois isso pode ser um sinal de osteonecrose. Essa condição acaba comprometendo a saúde óssea devido à falta de irrigação sanguínea adequada, o que pode gerar morte das células ósseas.

“Essa interrupção no fluxo sanguíneo pode ser desencadeada por diferentes fatores, incluindo lesões, uso de certos medicamentos e outras condições que afetam a circulação sanguínea para os ossos. A ausência de irrigação do sangue para o tecido ósseo leva à deterioração, causando comprometimento da sua estrutura”, explica o Dr. David Gusmão, ortopedista e especialista em quadril.

Os sintomas costumam incluir fortes dores e dificuldade de movimentação. Embora a maioria dos casos ocorra em homens entre 30 e 50 anos, a osteonecrose pode afetar pessoas de qualquer gênero ou idade, incluindo jovens e mulheres.

Segundo a Sociedade Brasileira do Quadril, entre 10 a 20 mil pessoas são diagnosticadas com osteonecrose da cabeça femoral anualmente nos Estados Unidos. E embora não tenhamos dados confiáveis sobre quantas pessoas sofrem com a condição no Brasil, especialistas acreditam que a proporção de casos seja semelhante. 

A seguir, confira 6 mitos e verdades sobre a osteonecrose:

1. A osteonecrose afeta apenas os quadris

Mito. O Dr. David Gusmão explica que, por mais que boa parte dos casos de osteonecrose sejam nos quadris e joelhos, ela pode afetar diversas áreas do corpo. Isso inclui também a mandíbula, causada por lesão oral, no úmero (osso do braço), pés, mãos, punhos, entre outros locais.

2. Não há tratamentos eficazes para a condição

Mito. Na verdade, há diversas opções para tratar a osteonecrose, e isso varia dependendo do estágio e da causa. “Para casos iniciais, medicamentos podem ser usados para aliviar a pressão nas articulações e promover a regeneração óssea. Se a condição estiver avançada, a cirurgia pode ser necessária. Diferentes procedimentos, como a remoção de áreas necróticas ou o transplante de tecido ósseo, são opções para restaurar a função articular e reduzir a dor”, ressalta o profissional.

3. A osteonecrose afeta apenas humanos

Mito. Para a tristeza dos tutores de pets, o ortopedista explica que os animais, principalmente os cãezinhos, também podem enfrentar essa condição. Neles, a osteonecrose pode surgir devido a diversas razões, incluindo lesões, distúrbios genéticos ou problemas circulatórios.

A condição é comumente encontrada em cães jovens de raças pequenas, raramente em cachorros de grande porte, e geralmente ocorre na região da cabeça do fêmur e colo femoral. É necessário observar os sinais como o animal mancar e demonstrar desconforto ao andar. O diagnóstico inicial é crucial para diagnosticá-los e tratá-los.

Assim como nos humanos, o tratamento pode envolver estratégias que vão desde o manejo da dor até intervenções cirúrgicas, proporcionando abordagens abrangentes para garantir o bem-estar dos companheiros de quatro patas. 

Três corredores correndo na rua em uma cidade
A prevenção e cuidados durante treinos e competições são essenciais para evitar a osteonecrose em atletas (Imagem: oneinchpunch | Shutterstock)

4. A atividade física intensa não é uma garantia de osteonecrose

Verdade. Apesar de o trauma repetitivo em locais como joelho aumentar o risco, a osteonecrose, diferentemente do senso comum, não é uma certeza para atletas de alto desempenho. Ela acontece comumente com atletas que têm lesões ou luxações graves, pois elas podem lesionar os vasos sanguíneos e ocasionar morte óssea.

Mas nem todos os atletas terão osteonecrose, isso dependerá principalmente da prevenção e cuidados adequados nos seus treinos e competições, além de evitar outros fatores de risco como o consumo de álcool em excesso

5. Os sintomas da osteonecrose podem ser silenciosos inicialmente

Verdade. De acordo com o ortopedista, nos estágios iniciais a osteonecrose pode ser assintomática. “Geralmente, após as primeiras semanas aparecem as dores nos ossos. Em alguns pacientes, a necrose só demonstra pequenos sinais, que são ignorados, e quando eles chegam no consultório a situação já está bem avançada. Por isso, destaco a necessidade de exames médicos regulares para uma intervenção adequada nos primeiros sintomas. Grupos de risco ainda devem buscar acompanhamento com uma maior frequência”, alerta o médico.

6. A osteonecrose nem sempre resulta em deformidade óssea

Verdade. O especialista destaca que a osteonecrose pode induzir alterações na estrutura óssea, mas que nem todos os casos resultam em deformidades visíveis, visto que a extensão do impacto depende de fatores como a localização do tecido afetado, a rapidez da intervenção médica e a eficácia do tratamento. O Dr. David Gusmão afirma que diversos pacientes demoram a buscar diagnóstico de osteonecrose, pois acreditam que precisa aparecer alguma alteração óssea ou um grande inchaço inicialmente, mas isso não é obrigatório.

Por Adriana Quintairos 

Redação EdiCase

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