A dengue é uma doença viral transmitida principalmente pela picada do mosquito Aedes aegypti. Os sintomas podem variar de leves a graves. Os mais comuns incluem febre alta, dores de cabeça intensas, dores musculares e articulares, náuseas, vômitos, erupções cutâneas e fadiga extrema. Em casos mais graves, os sinais incluem dor abdominal intensa, vômitos persistentes, perda de sensibilidade e movimentos e sangramento de mucosas.
Medicamentos que devem ser evitados
O ácido acetilsalicílico (presente em medicamentos como aspirina e AAS) e seus derivados, como os salicilatos, encontrados em alguns alimentos, não devem ser consumidos, pois aumentam a permeabilidade vascular, o que pode ser agravado pela dengue, aumentando o risco de hemorragia.
A diferença entre os salicilatos encontrados nos alimentos e nos medicamentos está na quantidade da substância, que é muito menor nas comidas do que nos remédios. De qualquer forma, o ideal é evitar a ingestão desses alimentos tanto em quadros leves quanto graves de dengue, a fim de diminuir o risco de sangramento e agravamento da doença.
Alimentos para evitar em casos de dengue
Esses alimentos incluem:
Damasco, cereja, melão, pêssego, maçã, ameixa fresca, uva, amêndoa, nozes, amora, batata, limão, morango, pepino, curry, páprica, pimenta (principalmente caiena), tangerina, tomate, alho, cebola e gengibre.
Alimentos para consumir em casos de dengue
A alimentação deve ser fracionada, leve, nutritiva e de fácil digestão para ajudar no restabelecimento da saúde e no fortalecimento do sistema imunológico. Aqui estão algumas sugestões:
1. Frutas e vegetais
Opte por frutas e vegetais ricos em vitamina C, como laranja, acerola, kiwi e mamão, brócolis e pimentões. Esse nutriente fortalece o sistema imunológico ao promover a produção de células brancas do sangue, essenciais na defesa contra patógenos, como o vírus da dengue. Além disso, suas propriedades antioxidantes reduzem o risco de estresse oxidativo.
2. Alimentos ricos em vitamina D
Presente em alimentos como gema de ovo, salmão, atum, tilápia, cogumelos, sardinha, bife de fígado, ostras, leite e por meio da exposição ao sol, a vitamina D acelera a recuperação do organismo após infecções agudas.
3. Alimentos anti-inflamatórios
Salmão, atum, sardinha e linhaça são ricos em ômega 3, enquanto frango, feijão, arroz, lentilha, grão-de-bico, gema de ovo, espinafre, amêndoas, castanha-de-caju e amendoim são fontes de zinco. Tanto o ômega 3 quanto o zinco são excelentes agentes anti-inflamatórios, auxiliando no combate às inflamações causadas por infecções virais.
4. Alimentos coagulantes (vitamina K)
Os alimentos ricos em vitamina K incluem óleos vegetais e folhas verdes escuras, como brócolis, couve de bruxelas, repolho roxo, repolho verde, espinafre e agrião. Esses alimentos são importantes em casos mais graves de dengue, uma vez que estimulam a coagulação sanguínea.
5. Proteínas magras
Opções como peito de frango sem pele, carnes bovinas magras e peixes são fontes de ferro e vitamina B12. Como a dengue reduz a quantidade de plaquetas no sangue, é fundamental consumir alimentos que forneçam boas quantidades desses nutrientes para evitar anemia e ajudar a restabelecer o sistema imunológico.
6. Grãos integrais
Prefira alimentos integrais, como arroz integral, quinoa, chia, feijões de todos os tipos (preto, carioca, fradinho), grão-de-bico, lentilha, ervilha, aveia, pão e massas integrais, que fornecem energia de forma gradual e contêm fibras prebióticas que ajudam na saúde intestinal.
7. Alimentos probióticos
Consuma alimentos ricos em probióticos, como iogurte natural, kefir e chucrute, que ajudam a equilibrar a flora intestinal e fortalecer o sistema imunológico.
Mantenha-se hidratado
Recomenda-se, em média, 60ml de líquido por quilo de peso corporal nos primeiros 5 dias. A ingestão deve ser fracionada em pequenos volumes ao longo do dia. Podem ser utilizados frutas com alto teor de água como melancia, melão e abacaxi, água de coco (rica em eletrólitos e minerais) e reposição com soluções isotônicas. Estas são excelentes opções para manter a hidratação durante a recuperação da doença, evitando a desidratação causada pela febre alta e vômitos.
Por Adriana Stavro
Nutricionista Mestre pelo Centro Universitário São Camilo