Basta uma pesquisa rápida por “animais miniaturas” nas ferramentas de busca pela internet para aparecer opções de cores, raças e tamanhos, como uma vitrine de produtos. No entanto, o crescimento da procura por esses animais estimula a reprodução ilegal. Com isso, eles têm grande tendência de nascerem ou desenvolverem diversas doenças decorrentes do peso e tamanho.
Além dos problemas genéticos, todas as raças podem sofrer com maus-tratos e abandono. Quem opta por comprar um bichinho de estimação está deixando de adotar animais que precisam de um tutor e estimulando o comércio indiscriminado.
Animais com a saúde debilitada
Os animais denominados miniaturas costumam ser os mais cobiçados pelos tutores, por serem considerados mais fofos e ocuparem menos espaço. Porém, essa fofura tem um valor muito alto para esses cães, pois podem nascer com inúmeros problemas.
“Frequentemente apresentam epilepsia, bronquite, graves doenças oculares, hipotireoidismo, hidrocefalia, dentes fracos, moleira aberta e características de nanismo. De modo geral, possuem a saúde frágil, pois são pequenos e, muitas vezes, atividades simples como subir em um sofá ou cama, podem ser extremamente perigosas e resultar em fraturas”, explica a veterinária Joyce Magalhães.
Estimula a redução exagerada de tamanho
A maior parte dos problemas de saúde dos animais miniaturas é devido à redução exagerada do tamanho, em função da manipulação do cruzamento de raças pequenas. Por isso, não é recomendado o cruzamento para gerar cães menores que o padrão da raça.
“Pois pode acarretar o desenvolvimento de doenças, sendo muito comum que essas fêmeas menores não suportem a gestação e, em alguns casos, pode resultar no óbito do animal”, analisa a veterinária. Segundo ela, algumas associações não aceitam cães fora do padrão da raça para pedigree, o que seria uma forma de penalizar quem faz esse procedimento.
Contribui para criação de raças menores e frágeis
De acordo com a veterinária, quem procura por cães extremamente pequenos é tão responsável pela situação quanto quem o produz. “Acho que o mais importante é a saúde e bem-estar desses pequenos. Afinal, ninguém quer adquirir um cão que vá viver em sofrimento, além de desumano, é extremamente oneroso para o tutor. Sendo assim, não há justificativa para estimular essa comercialização”, pontua a médica veterinária.
Até mesmo em uma criação planejada dentro dos padrões, pode nascer um filhote menor, que deverá ser castrado e afastado da reprodução. “Essas classificações “miniatura”, “zero”, “anão”, não são reconhecidas pela Confederação Brasileira de Cinofilia, geralmente está associada às raças pinscher, poodle, pug, maltês, shih tzu, spitz, yorkshire e chihuahua. São reconhecidos apenas o poodle micro toy e o spitz alemão anão”, explica Joyce Magalhães.
O tamanho e o peso variam de acordo com a raça, em alguns casos podem ter 15 cm e menos de 1,5 kg. “ Porém, é preciso entender que alguns cães são naturalmente pequenos. O grande perigo está em estimular uma nova geração de animais frágeis e com problemas de saúde”, ressalta a veterinária.
Não incentive a reprodução ilegal
Existem diversos canis clandestinos em que não existe o menor controle na reprodução, onde as fêmeas são exploradas ao limite. Geralmente são obrigadas a cruzar em todos os cios, além de permanecerem em confinamento, assim como os machos reprodutores.
Em muitos, as condições de higiene e saúde são degradantes. Os cães ficam no meio das próprias fezes. Também não existe controle no padrão de raças, o que pode gerar cães com problemas físicos e comportamentais. Os filhotes são separados das mães muito cedo e ficam confinados em espaços minúsculos. Por isso, a melhor opção é adotar ou comprar o seu pet em lugares que você sabe que eles têm todos os direitos respeitados.