O texto dissertativo-argumentativo, que defende uma ideia com argumentos, opinião e explicações fundamentadas, costuma ser o mais cobrado em provas de redação dos vestibulares e no Enem. Resumidamente, o texto dissertativo-argumentativo divide-se em três etapas:
- Introdução (em que se apresenta a tese);
- Desenvolvimento (espaço por excelência para arrolamento de argumentos);
- Conclusão (encerramento do texto em consonância com a tese defendida por meio dos argumentos arrolados).
Confira abaixo mais dicas para estruturar o seu texto e alcançar a nota máxima!
Importância do título
O título é a carteira de identidade do texto e deve conter, de forma concisa, a ideia central do texto, de forma sedutora e natural. Use com equilíbrio trocadilhos e recursos poéticos. Títulos genéricos como “As eleições no Brasil”, além de não serem atraentes, não delimitam o tema. Vale a pena “praticar” títulos, mesmo quando o modelo de prova que você fará não o exigir.
Epígrafe
Nenhuma prova de redação a exige. No entanto, atribui elegância intelectual ao texto. Prefira versos da MPB ou de poemas, trocadilhos bem feitos, provérbios e citações que não pertençam ao senso comum etc. Em tempo: não se esqueça das aspas e da referência ao autor (Carlos Drummond de Andrade, provérbio popular nordestino etc.).
Argumentação
Exemplificação
Exemplos compõem a argumentação. Deve-se evitar, portanto, apenas citá-los, ou simplesmente fazer listas, sem que haja análise ou ao menos concatenação minimamente clara com o que se pretende expor e/ou provar.
Argumentação histórica
Referências pontuais, linhas do tempo e outros procedimentos fortalecem a argumentação, à medida que demonstram conhecimento e leitura abrangente, diacrônica sobre o tema. Referências temporais ou de conteúdo incorretas devem ser evitadas. Já as referências temporais abrangentes ou aproximadas (desde que claramente anunciadas, e não para maquiar imprecisões ou “enganar” o leitor) não contaminam a argumentação.
Constatação
Uma constatação não deve ser confundida com senso comum ou lugar comum, sendo fruto da observação crítica do autor do texto.
Comparação
Aqui também, como no caso da exemplificação, deve-se evitar fazer listas, sem que haja análise ou ao menos concatenação minimamente clara com o que se pretende expor e/ou provar.
Testemunho e argumento de autoridade
Em ambos os casos, deve-se evitar a simples citação, sem comentários, sem análise. Tanto o testemunho quanto o argumento de autoridade não são meros enxertos ou mesmo soluções para argumentações fracas. Ao contrário, devem fortalecer a argumentação do autor do texto, ou seja, você.
Argumento de comprovação ou baseado em provas concretas
Apoia-se em dados, fatos comprovados, pesquisas, estatísticas.
Argumento por raciocínio lógico
Por meio do percurso de causa e efeito, visa convencer (no caso de uma prova/de um concurso, não necessariamente persuadir) o leitor de que se tem razão.
Argumento por consenso
Trata-se de proposições universalmente aceitas, as quais, entretanto, não devem ser confundidas com o senso comum e precisam ser comprovadas.
Conclusão
Síntese
Mais adequada para textos expositivos, consiste em resumir/sintetizar/condensar as ideias apresentadas/defendidas no texto.
Retomada da tese
Sem apelar para a redundância/repetição da tese, confirma a ideia central, isto é, a tese apresentada no início do texto.
Encaminhamento de soluções
A partir das questões levantadas na discussão, propõe encaminhamentos, isto é, possíveis soluções para essas mesmas questões. Não se trata de soluções alheias à realidade, muito menos desconectadas do que foi discutido/apresentado no texto.
Pergunta retórica
A pergunta retórica deve suscitar a reflexão do leitor, e não jogar para ele a responsabilidade de encaminhar possíveis soluções para o que foi discutido/apresentado no texto.