Os cachorros são uma das escolhas mais populares e amadas em todo o mundo como animais de estimação e completam o coração das pessoas com sua fidelidade inabalável, companheirismo e versatilidade. Além disso, eles podem facilmente se adaptar a variados estilos de vida, desde pequenos apartamentos até grandes extensões no campo.
Todavia, nada disso seria possível sem a constante evolução na medicina veterinária, fundamental para assegurar uma vida mais longa e saudável a esses preciosos membros da família. Contudo, mesmo com todos os benefícios dos avanços médicos, os cachorros ainda enfrentam desafios associados ao envelhecimento.
Um exemplo comum é a catarata, uma condição ocular que pode afetar a visão dos cães à medida que envelhecem. “A catarata consiste na perda de transparência do cristalino, que, por impedir a passagem da luz, afeta significativamente a visão e, quando não tratada, pode evoluir para a cegueira total”, explica Laura Paolucci, veterinária da ViZoo, startup que oferece tecnologias, produtos e práticas para preservar, tratar e recuperar a visão dos pets.
Tipos de cataratas em cachorros
Conforme explica a especialista, a forma mais frequente de catarata que costuma atingir os pets é a primária juvenil, que acomete cães de até 6 anos. “A segunda causa mais frequente em cães é a catarata decorrente do diabetes mellitus. Nesse último caso, a progressão da doença é rápida e acomete sempre os dois olhos”, alerta a veterinária.
Em todo caso, é fundamental o tutor estar sempre alerta e visitar regularmente o veterinário. “Como os cães não conseguem expressar quando a doença começa a se desenvolver, é fundamental que os tutores levem seus animaizinhos para uma consulta oftalmológica anual e fiquem atentos aos sinais da doença”, recomenda Laura Paolucci.
Sintomas da catarata
É crucial que os tutores estejam atentos aos sinais e sintomas da catarata em seus cachorros, pois essa condição pode impactar significativamente a qualidade de vida do animal. Conforme Laura Paolucci, alguns dos sinais mais comuns são:
- Mudanças no comportamento, como esbarrar em objetos e móveis;
- Tropeçar nos degraus da calçada durante os passeios;
- Parar de correr para pegar brinquedos;
- Não subir mais nos móveis;
- Apresentar dificuldade para descer ou subir escadas;
- Passar a ficar mais quieto, ansioso ou agressivo;
- Ficar com o olho mais esbranquiçado.
“Conforme a catarata evolui, o cão pode ficar cada vez mais quietinho, desorientado, pode ter dificuldade de conviver com outros animais da casa, perder o apetite e desenvolver outros problemas oculares, como uveíte, luxação do cristalino e glaucoma. A catarata tem impacto negativo e direto na qualidade de vida do animal”, acrescenta a veterinária.
Raças mais propensas a desenvolver a doença
A catarata primária é mais comum em algumas raças de cachorro do que em outras. Isso ocorre devido a predisposições genéticas que as tornam mais suscetíveis a desenvolver essa condição. Segundo a veterinária, pode atingir raças como poodle, cocker spaniel, schnauzer e yorkshire terrier – inclusive quando filhotes.
“Nos casos em que a catarata é de origem primária, os sinais clínicos podem ser sutis e passar despercebidos pelos tutores, por isso é importante o acompanhamento anual em cães de até 6 anos e semestral em cães com mais de 6 anos, com um médico oftalmologista veterinário”, salienta.
Tratamento para catarata em cachorros
Assim como em humanos, a catarata em cachorros também pode ser tratada, oferecendo esperança para melhorar a qualidade de vida e preservar a visão dos animais afetados. “A cirurgia é a única forma de tratamento da catarata. Hoje, na medicina veterinária, é utilizada a mesma técnica da oftalmologia humana: a facoemulcificação”, explica Laura Paolucci.
Segundo ela, essa técnica consiste em remover a lente opaca do olho e substituí-la por uma artificial – exclusiva para cães e adaptável a diversos tamanhos de olhos –, restaurando assim a visão. “O paciente é liberado no mesmo dia e tem a visão restabelecida já no pós-operatório. Por mais que seja um procedimento com alta taxa de sucesso, entre 85 e 95%, é importante lembrar que o resultado também está relacionado ao estágio da catarata e aos cuidados do tutor no pós-operatório”, finaliza.