A terapia, para além da resolução de conflitos internos, é um hábito saudável para quem precisa ou para quem quer ingressar na jornada do autoconhecimento. Todavia, a pergunta mais comum sobre ela é: todo mundo precisa fazer? A resposta, segundo Alana Anijar, autora do livro Psicologia na Prática e psicóloga especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental, é não.
“Não são todas as pessoas que precisam de terapia. Na minha especialidade, por exemplo, trabalhamos com a psicoeducação. Ou seja, ensinamos a pessoa a lidar com seus problemas e resolver as próprias questões”, explica. Apesar de o tratamento não ser uma necessidade para algumas pessoas, ele pode ser feito por quem não precisa. “Talvez, no seu caso, as sessões sejam dispensáveis. Talvez não”, elucida.
Mesmo com essas informações, é possível que ainda haja dúvida. Alana Anijar traz, em seu livro, alguns pontos para saber se você precisa, de fato, de terapia. Veja abaixo!
1. Se você já tem um diagnóstico
Se você já tem o diagnóstico de algum transtorno mental, você precisa de terapia. “Acho importante ressaltar aqui que isso se aplica a qualquer tipo de transtorno. Depressão, ansiedade, esquizofrenia, pânico… uma patologia, seja qual for, sempre causa muitos prejuízos”, diz Alana Anijar.
Quem tem um transtorno precisa de tratamento adequado. Isso envolve, além da terapia, a atuação do psiquiatra. “Se você tem um transtorno diagnosticado ou desconfia que possui algum, busque a ajuda de um profissional. Faça uma avaliação com um psicólogo ou psiquiatra e inicie o tratamento quanto antes para ter mais qualidade de vida e uma boa saúde mental”, ressalta.
2. Se você tem dificuldade em resolver seus problemas
O fato de se sentir paralisado diante de um problema, ficar muito ansioso ao considerar o resultado de suas ações ou não saber bem como lidar com alguns sentimentos, não quer dizer que você tenha algum transtorno. Pode ser que sua autoeficácia – capacidade de resolver problemas sem recorrer a muitas pessoas que, às vezes, nem estão relacionadas à situação – esteja baixa.
“Nesse caso, o acompanhamento psicológico auxiliaria muito. É muito possível que questões complexas e profundas estejam atrapalhando o seu desenvolvimento”, explica Alana Anijar. Com o acompanhamento correto, esse processo é bem mais rápido e menos doloroso.
3. Em busca de autoconhecimento
Há também quem busque a terapia por curiosidade ou para obter suporte rumo ao autoconhecimento. Existem muitas pessoas que não têm um diagnóstico e conseguem lidar bem com as suas questões, porém, ainda assim, desejam descobrir como é o processo terapêutico.
“Caso tenha se identificado com essa descrição, você não precisa de terapia, mas pode se beneficiar dela. A terapia vai muito além de só ajudar a solucionar problemas, pois também trabalha com o desenvolvimento pessoal e interpessoal. Muitas pessoas buscam o tratamento terapêutico simplesmente porque entendem que podem reagir melhor às situações que estão vivendo e reconhecem isso com humildade”, finaliza Alana Anijar.
Por Martina Colafemina