Como se conectar ou reconectar ao prazer que vive nas pequenas coisas? Como ter mais alegria, bem-estar e saúde? Como evitar que a pressão estética e a “vida perfeita” da internet impactem na forma como você se vê no espelho?
Segundo o estudo “A década do (des)Encanto: bem-estar e o impacto das marcas em um mundo imprevisível”, realizado pela MindMiners, 65% dos respondentes da pesquisa afirmam que não estão completamente satisfeitos com seus corpos, e a maioria deste percentual é composto por mulheres, geração Z e público LGBTQIAPN+.
Além disso, 39% acreditam que falta diversidade de pessoas em comerciais e anúncios de forma geral, 23% sentem a necessidade da aprovação das outras pessoas para se sentirem interessantes e bonitos, e 5 em cada 10 pessoas buscam marcas que promovam uma imagem corporal positiva e que não incentivem padrões de beleza irreais, valorizando a saúde mental e autoestima das pessoas.
“O fenômeno de distorção da imagem está se tornando cada vez mais prevalente, especialmente entre os jovens, e muitas vezes é exacerbado não apenas pelo uso de filtros, mas também devido ao conteúdo amplamente divulgado na internet, que incentiva a busca pela perfeição, comparações incessantes, e pode ser implacável”, ressalta Danielle Almeida, CMO da MindMiners.
Insatisfações e desencanto com a vida
O estudo da MindMiners mostra que 4 em cada 10 pessoas não estão satisfeitas com as escolhas de vida que fizeram nos últimos anos; 5 em cada 10 sentem que vivem no piloto automático devido à correria do dia a dia; e 6 em cada 10 têm a sensação de que até hoje não aproveitaram a vida como gostariam. O público feminino e as gerações mais novas aparecem com mais destaque nestas percepções.
O estudo também detectou que 71% das pessoas afirmam que as inovações tecnológicas são essenciais para o progresso do mundo, mas 70% acham que as pessoas estão dependentes demais da tecnologia e isso pode ser bastante prejudicial. Além disso, 61% acreditam que as redes sociais impactam negativamente a autoestima das pessoas.
“[…] Além disso, devemos considerar os desafios enfrentados nos últimos anos, incluindo a polarização política, a crise econômica e a pandemia que assolou o mundo. Esse cenário caótico e imprevisível tem contribuído para um certo desencanto em relação à vida, às relações interpessoais e, principalmente, quanto ao que o futuro nos reserva”, destaca Danielle Almeida.
Importância de cuidar da mente
O estudo levanta a questão de como trazer de volta esse encanto perdido e como esse trabalho começa na esfera individual. Cuidar do corpo e da mente deixa de ser um discurso teórico e passa a se revelar como a ação mais importante para se conquistar uma vida equilibrada e plena.
“É importante entendermos que saúde mental é prioridade, não é gasto, não é desperdício, e precisa ser parte da rotina”, afirma Ana Tomazelli, psicanalista e CEO do Ipefem (Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino e das Existências Múltiplas).
Hábitos que beneficiam a saúde mental
Segundo Ana Tomazelli, para auxiliar no cuidado com a saúde mental, também vale praticar atividade física. “A atividade física reduz os níveis de ansiedade e estresse, além de estar entre as práticas favoritas para cuidar da mente e do bem-estar”, explica a psicanalista.
Além disso, a especialista também explica que é positivo inserir na rotina outros hábitos simples que favorecem a mente e são parte do autocuidado, como tempo com amigos, cuidar da alimentação, tirar um tempo para o ócio (sem trabalho e sem cobrança).
“Mas nada disso adianta se você não aprende a dar limites para o mundo e se não estabelece acordos para dividir a carga do dia a dia”, pontua a psicanalista.
Uso saudável das redes sociais
Manter a autoestima em meio à pressão das redes sociais pode ser desafiador, mas é fundamental para o bem-estar emocional. Veja, abaixo, como fazer isso!
1. Cultive a autoaceitação
Aceite-se como você é, com todas as suas imperfeições e singularidades. Lembre-se de que as redes sociais muitas vezes mostram apenas uma versão idealizada da vida das pessoas. Entenda que ninguém é perfeito, e está tudo bem ter características únicas que o tornam especial.
2. Estabeleça limites
Defina limites saudáveis para o tempo gasto nas redes sociais. O excesso de exposição a imagens e mensagens pode influenciar negativamente a autoimagem. Reserve momentos específicos do dia para verificar as redes sociais e evite a tentação de comparar constantemente sua vida com a dos outros.
3. Crie conexões significativas
Cultive relacionamentos offline significativos. Invista tempo em interações pessoais reais, pois essas conexões podem ter um impacto mais positivo na sua autoestima do que as interações online.
4. Desenvolva habilidades e interesses
Concentre-se no desenvolvimento pessoal e na busca de interesses e hobbies que proporcionem satisfação. Isso não apenas melhora a autoestima, mas também oferece uma perspectiva mais ampla da vida.
5. Pratique o autocuidado
Reserve tempo para cuidar de si. Isso pode incluir exercícios, uma boa alimentação, sono adequado e outras atividades que promovam o bem-estar físico e mental.
6. Seja consciente do tempo gasto online
Monitore quanto tempo você passa nas redes sociais. Estabeleça limites saudáveis e esteja consciente do impacto que o tempo excessivo nas redes sociais pode ter em sua autoestima.
7. Seja seletivo nas redes sociais
Selecione cuidadosamente as contas e perfis que você segue nas redes sociais. Remova ou mute aqueles que constantemente promovem padrões inatingíveis ou causam sentimentos negativos. Procure conteúdo que inspire, motive e promova aceitação e positividade.
8. Procure apoio profissional
Se a pressão das redes sociais estiver afetando seriamente sua autoestima, considere buscar ajuda de um profissional, como um psicólogo ou terapeuta, para orientação e suporte.
Por Letícia Carvalho