A radioatividade é um processo natural em que átomos instáveis emitem radiação para se tornarem mais estáveis. Pierre e Marie Curie começaram a estudar a radioatividade a partir dos sais de urânio. Eles perceberam que todos os sais tinham a capacidade de impressionar chapas fotográficas e, com isso, concluíram que o urânio (U) era responsável por algum tipo de emissão química. Para realizar o estudo, o casal purificou os sais de urânio a partir do minério Pechblenda (U30). Ao fim, constataram que as impurezas eram mais radioativas que o próprio metal.
Decaimento nuclear
Os átomos de alguns elementos químicos, como urânio, cobalto, rádio e iodo, são muito instáveis. Para aliviar essa instabilidade, emitem partículas do núcleo do átomo. Esse processo é conhecido como desintegração ou decaimento nuclear.
A estabilidade do núcleo atômico é determinada pelo número de massa (A) e só é rompida nos átomos com número de massa muito grande. A partir do polônio (PO, A = 84), todos os elementos têm instabilidade.
Desintegração radioativa
Quando ocorre a desintegração, os núcleos liberam radiação em forma de partículas Alfa (α), Beta (β) e raios Gama (γ).
1. Desintegração Alfa
Emite partículas Alfa (α), carregadas positivamente com carga 2+. É formada por 2 prótons e 2 nêutrons expelidos do núcleo.
1ª Lei da Radioatividade (Lei de Soddy): quando um núcleo emite uma partícula Alfa (α), seu número atômico diminui 2 unidades, e seu número de massa diminui 4 unidades.
2. Desintegração Beta
Emite partícula Beta (β), formada por um elétron que, por estar instável, é atirado em altíssima velocidade para fora do núcleo.
2ª Lei da Radioatividade (Lei de Soddy – Fajans – Russel): quando um núcleo emite uma partícula Beta (β), seu número atômico aumenta 1 unidade, e seu número de massa não se altera.
3. Desintegração Gama
As emissões Gama (γ) não são partículas, mas ondas eletromagnéticas. Elas possuem um poder de penetração maior que a Alfa e a Beta. As ondas Gama conseguem atravessar até 20 cm no aço e 5 cm no chumbo. Por esse motivo, tais emissões são muito perigosas do ponto de vista fisiológico, podendo danificar tecidos vivos e até matar.
A emissão Gama (γ) não altera o número atômico nem o número de massa. O rádio (A = 226), por exemplo, se transforma em radônio (A = 222), emitindo radiação Gama e partículas Alfa (α).
Efeitos da radioatividade
No ser humano, as consequências dependem da quantidade e do tipo de radiação acumulada no organismo. A radioatividade é inofensiva para a vida humana em pequenas doses; em excesso, entretanto, pode provocar diversos tipos de lesões no organismo (sistema nervoso, aparelho gastrointestinal, medula óssea etc.) e levar à morte (por meio da leucemia ou outro tipo de câncer).
A radiação é impossível de ser percebida, pois, no momento do impacto, não ocorre dor ou lesão visível. Ela ataca as células do corpo, alterando os átomos e sua estrutura. Isso provoca danos biológicos no funcionamento do corpo com o tempo, percebidos a curto ou longo prazo. Os herdeiros (filhos e netos) das pessoas que foram afetadas pela radioatividade também podem sofrer alteração genética.
Por Tao Consult