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Entenda o que é o Transtorno Opositivo Desafiador (TOD)

Criança com a cara fechada e uma mulher do lado olhando

TOD pode desenvolver comportamentos desafiadores nas crianças (Imagem: szefei | Shutterstock)

O TOD é um transtorno do neurodesenvolvimento de diagnóstico independente, mas é frequentemente estudado em conjunto com o transtorno déficit de atenção e hiperatividade (TDA-H) ou com o transtorno de Conduta (TC). A característica principal do TOD é estar incluído nos Transtornos Disruptivos, onde a criança apresenta um padrão de comportamento negativo, desafiador, desobediente e hostil, todos com intensidade, frequência e duração acima do esperado para sua idade e, em alguns casos, o descontrole emocional pode levar a agressividade e episódios de violência verbal e física.

Causas do TOD

A causa do TOD é desconhecida ainda, mas pesquisadores identificaram diversas linhas de abordagem, um estudo atual sugeriu que a exposição pré-natal à álcool, nicotina, entre outros teratógenos aumentam as chances de a criança ter o problema, e muitos pais de crianças com TOD sofrem de transtornos emocionais, como ansiedade e depressão. 

Sintomas do transtorno 

Geralmente os sintomas são classificados como birra, mas a questão é bem mais complexa. Os primeiros sinais costumam surgir durante os anos de pré-escola e, raramente, mais tarde, após o início da adolescência. É uma comorbidade de início e curso continuo. 

Com frequência o TOD precede o desenvolvimento do TC, mas em números mínimos, também pode preceder o transtorno de ansiedade e depressivo maior, e nos que possuem sua classificação dentro dos sintomas de humor raivoso/irritável respondem pela maior parte de riscos para os transtornos emocionais. Entre alguns dos indícios estão: 

Classificação dos subtipos de TOD

Atualmente vem se buscando distinguir os dois subtipos e suas dimensões, que foram abordados por pesquisadores da Universidade de Calgaria (Canadá), que relatam que há dois subtipos: 

O bebê por instinto usa o choro para conseguir o que quer, e conforme ele vai crescendo modula esse comportamento, utilizando a comunicação para receber suas demandas. Até os três anos esse comportamento vai se intensificando à medida que vão sendo alcançados seus feitos e a criança passa a querer chamar a atenção gritando, chorando e  se jogando no chão, mas ao ser direcionada ela consegue se moldar ao querer dos pais, essas atitudes tendem a sumir até os 4 anos e meio de idade, sendo uma criança neurotípica. 

Uma criança com TOD age dessa forma não só no ambiente familiar, começando a se estender ao convívio social. Quando chega aos 5 anos é onde geralmente esse comportamento se torna mais preocupante para os pais, pois nesse período cerca de 60% dos responsáveis por crianças com TOD não conseguem controlar as crises e uma das primeiras questões a serem eliminadas não é os sintomas, mas o convívio social, já que os adultos deixam de frequentar locais públicos, festas, reuniões e atividades, receosos que o filho (a) tenham crises. 

Níveis de TOD

O TOD é tratado com terapia psicológica específica para modelação de comportamento (Imagem: spass | Shutterstock)

Formas de tratar o transtorno 

O Transtorno opositivo Desafiador quando isolado é tratado com terapia psicológica específica para modelação de comportamento, sendo a Cognitiva Comportamental, e o treinamento parental em conjunto para que todos os procedimentos utilizados nas terapias sejam reforçados em casa. O TOD não tem uma cura específica, e sim uma redução significativa dos sintomas, chegando a possibilidade de autorregulação por parte da criança/jovem. 

Quando a criança apresenta o transtorno como uma comorbidade concomitante ao TDA-H se faz necessário a introdução de medicação para controlar os sintomas pertinentes ao TDA-H, e minimizar os efeitos coligados dos transtornos. 

Em alguns casos também é necessário aderir ao tratamento farmacológico em associação ao tratamento terapêutico como forma de reduzir, tornar o tratamento eficaz e seguro. Nesse ponto de vista, reduzir e/ou eliminar os sintomas de agressão e outros comportamentos disruptivos é de extrema importância.

Ainda não há estudos que comprovem efetivamente a eficácia real dos fármacos, mas sim a redução dos sintomas. Levando em consideração cada caso, analisando os efeitos adversos, alterando as dosagens e monitorando o processo, pode-se chegar ao fármaco mais propício. 

Maneiras de ajudar pessoas com TOD

Em um primeiro momento pode parecer bem difícil lidar com os comportamentos e sintomas do TOD, principalmente quando se inicia as atividades escolares, mas se todos se prepararem, existem várias possibilidades de se alcançar êxito. 

Compreender o comportamento 

Ajustar e iniciar as técnicas parentais. 

*Por Emanoele Freitas 

Neurocientista especializada em Transtornos do Neurodesenvolvimento e Psicopatologia. Entre os livros lançados está “Transtornos do Neurodesenvolvimento – Conhecimento, planejamento e inclusão” (Wak Editora).

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