A fibromialgia é uma doença reumática que afeta o aparelho locomotor (ligamentos, músculos, articulações e tendões). Ela ocorre devido a uma alteração nos neurotransmissores responsáveis pela sensação de dor.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, essa é a segunda doença reumática mais frequente, ficando atrás somente da osteoartrite. Ela afeta, principalmente, mulheres entre 35 e 45 anos, mas pode acometer outras faixas etárias e homens.
Causas da fibromialgia
Segundo a reumatologista Patrícia Fontes, não há ainda uma causa conhecida, mas sabe-se que há uma predisposição genética para a fibromialgia. Acredita-se que pode haver fatores que, isolados ou em conjunto, possam contribuir para o surgimento da doença, servindo como um “gatilho” para o início dos sintomas. Alguns deles são:
- Infecções por vírus;
- Doenças autoimunes;
- Distúrbios do sono;
- Ansiedade e/ou depressão;
- Traumas físicos;
- Traumas ou estresse psicológico;
- Após grandes cirurgias;
- Alterações hormonais.
Principais sintomas
O principal sintoma é a dor difusa no corpo por mais de 3 meses, associada a outros sintomas, tais como:
- Sono não reparador (paciente acorda cansado);
- Fadiga;
- Rigidez nas articulações;
- Dormência/formigamentos;
- Alterações de memória;
- Dificuldade para se concentrar;
- Sintomas ansiosos e/ou depressivos;
- Dor de cabeça;
- Cólicas abdominais;
- Síndrome de cólon irritável;
- Sensibilidade na micção;
- Hipersensibilidade ao toque.
Diagnóstico da fibromialgia
O diagnóstico da fibromialgia é essencialmente clínico. Exames laboratoriais e de imagem são solicitados pelos médicos pois ajudam no diagnóstico diferencial. “Para fazê-lo, devemos observar se o paciente preenche critérios clínicos. Existem critérios clínicos, de 1990, da ‘American College of Rheumatology’, que utilizam 18 pontos dolorosos de fibromialgia. O diagnóstico é confirmado se o paciente tem pelo menos de 11 a 18 pontos positivos”, explica a especialista.
Além disso, em 2020, novos critérios também foram propostos e estes se baseiam no número de regiões dolorosas, gravidade da fadiga, do sono não reparador e da dificuldade cognitiva, sem evidenciar tanto o exame físico. “Na prática, utiliza-se os critérios clínicos juntamente com o exame físico para chegarmos ao diagnóstico,” afirma Patrícia Fontes.
Tratamento para fibromialgia
Segundo a reumatologista, para a fibromialgia não existe cura. Contudo, o tratamento tem por objetivo reduzir a dor e melhorar a qualidade de vida do paciente. Para isso, podem ser usados medicamentos, como antidepressivos, anticonvulsionantes, opioides, relaxante muscular, analgésicos, antiparkinsonianos e indutores do sono. “Para tais medicações, recomenda-se sempre iniciar com uma dose baixa e ir aumentando gradualmente até a melhor resposta”, ressalta Patrícia Fontes.
Além disso, dependendo da recomendação médica, também podem ser utilizados métodos não farmacológicos, como:
- Atividade física regular (2 a 3 vezes por semana) com progressão lenta e gradual;
- Psicoterapia;
- Acupuntura;
- Hidroterapia.
Recomendações para quem tem a doença
Para melhorar a qualidade de vida do paciente com fibromialgia, os médicos costumam indicar também o acompanhamento regular com reumatologista, psicólogo e/ou psiquiatra, além da realização de atividade física regular, uso correto das medicações e cuidados com o sono: reduzir luz, barulho e abolir o uso do celular até 1 hora antes de deitar-se.