A infecção urinária é uma condição causada pela proliferação de bactérias no trato urinário, que inclui a uretra, bexiga, ureteres e rins. Esses microrganismos geralmente entram no trato urinário por meio da uretra e podem se multiplicar, causando irritação e inflamação. Existem diferentes tipos dessa doença, sendo a cistite (infecção na bexiga) e a pielonefrite (infecção nos rins) as mais comuns.
Os sintomas dependem da área afetada, mas os mais comuns incluem sensação de queimação ao urinar, aumento da frequência urinária, urgência em urinar, dor abdominal ou pélvica, urina turva ou com odor forte e com presença de sangue. Em casos mais graves, pode causar febre, calafrios, náuseas e vômitos.
Existem diversos hábitos que podem contribuir para o desenvolvimento dessa condição. Abaixo, confira alguns deles!
1. Não beber água suficiente
A desidratação frequentemente resulta na superconcentração da urina, facilitando a proliferação de bactérias no trato urinário. Além disso, conforme o Dr. Christian Aguiar, médico especialista em suplementação natural, não consumir água adequadamente “pode levar a uma urina mais concentrada, irritando a bexiga e comprometendo a imunidade no local, propiciando o surgimento de infecções”.
2. Segurar a urina por períodos prolongados
Demorar muito tempo para ir ao banheiro faz com que as bactérias se multipliquem na bexiga. “Uma atitude simples que pode ajudar muito, além do aumento da ingestão de líquidos, é não prender urina por longos períodos. O fato de a bexiga ficar muito tempo sem esvaziamento favorece uma colonização maior de bactérias nessa região, que facilita o surgimento da infecção urinária”, ressalta o ginecologista Dr. André Vinicius.
3. Não urinar após relações sexuais
Durante a atividade sexual, as bactérias podem ser empurradas para dentro da uretra. Assim, urinar após o sexo ajuda a eliminar esses microrganismos antes que eles causem infecção.
4. Não manter a higiene adequada
Uma má higiene pessoal, especialmente após a utilização do banheiro, propicia que bactérias entrem no trato urinário. “Quando for ao toalete, limpe sempre de frente para trás e, ao evacuar, prefira realizar uma lavagem ou utilizar lenços umedecidos neutros, como aqueles próprios para bebês, limpando a área para remover os resíduos de fezes e bactérias”, recomenda a Dra. Adriana Campaner, líder da comissão de Trato Genital Inferior da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).
Além disso, na hora da limpeza, a médica recomenda evitar utilizar sabonetes muito perfumados, visando não irritar a região íntima. “Se possível, utilize produtos específicos para higiene íntima, pois eles podem ser utilizados todos os dias”, indica.
5. Usar roupas apertadas
Roupas apertadas, especialmente calcinhas ou cuecas de materiais sintéticos, costumam criar um ambiente úmido e abafado que favorece o crescimento de bactérias. “[…] Use roupas mais leves e arejadas. Isso reduz o risco de desenvolver infecções vaginais, que, por sua vez, estão associadas a infecções urinárias. A uretra (canal por onde sai a urina) é muito próxima da vagina; infecções vaginais podem levar bactérias da vagina para esse canal da uretra, gerando a cistite, que é um tipo de infecção urinária”, explica o Dr. André Vinicius.
6. Consumir uma dieta rica em açúcares e alimentos processados
O consumo excessivo de açúcares e alimentos processados favorece o crescimento bacteriano no trato urinário. Uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais e proteínas magras, nesse cenário, ajuda a manter um sistema imunológico saudável e a reduzir o risco de infecções. Segundo o Dr. Christian Aguiar, a ingestão de vitamina C, cranberries e probióticos, por exemplo, auxilia no equilíbrio saudável de bactérias.
7. Higiene inadequada durante o período menstrual
Não trocar os absorventes com frequência suficiente ou não manter uma higiene adequada durante o período menstrual é capaz de aumentar o risco de infecções urinárias. Por isso, troque os absorventes internos a cada 4 horas, dependendo do fluxo menstrual. Os absorventes externos, por sua vez, devem ser trocados a cada 3 a 4 horas, variando conforme a intensidade do fluxo.
8. Depilação total da região íntima
Remover completamente pelos pubianos está associado a um maior risco de infecção urinária recorrente. “[…] A depilação total pode favorecer a mais transpiração, mudança das bactérias locais favorecendo a infecções, alergias, prurido e irritação local. Estudos recentes mostraram que aumenta o risco de ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) como clamídia e gonorreia que podem levar à infertilidade, e infecções urinárias de repetição”, explica a Dra. Marise Samama, ginecologista e obstetra e presidente da AMCR.