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Idade Moderna: veja as características e o contexto histórico da época

Mulher de blusa amarela sorrindo e segurando livros em um parque

Estudar sobre a Idade Moderna ajuda a compreender o contexto social atualmente (Imagem: nakaridore | Freepik)

A Idade Moderna, ou Tempos Modernos, compreende o período entre 1453 (século XV, queda de Constantinopla) até 1789 (século XVIII, Revolução Francesa). Esse período foi marcado como uma época de transição em que o comércio foi priorizado e, aos poucos, substituindo o modo de produção feudal (troca agrária) pelo capitalismo (dinheiro). Profundas transformações sociais e culturais também ocorreram nessa época: crenças, formas de trabalho, grupos sociais, formas de poder, visão do mundo.

Mercantilismo

Conjunto de práticas econômicas impostas pelo rei absolutista, buscando desenvolvimento através do acúmulo de riquezas. Conquistar novas terras (colônias) era sinônimo de riqueza, assim como acumular metais preciosos, como ouro e prata (metalismo), além de manter a balança comercial favorável (importação e exportação) por meio do controle de impostos e de taxas alfandegárias (intervenção do Estado e protecionismo).

Expansão marítima

A partir do século XV, um dos fatores que levaram o Ocidente a lançar suas embarcações no tenebroso oceano Atlântico foi a conquista de novas terras (colônias): base do mercantilismo europeu. A busca por especiarias caras (cravo, canela, pimenta-do-reino) era cada vez mais constante e ajudou no avanço de alguns inventos como a bússola, a caravela e o astrolábio. Portugal e Espanha foram pioneiros nas navegações pelo Atlântico, sendo que ambos chegaram à América (Novo Mundo): 1492 – Cristóvão Colombo (Espanha) e 1500 – Pedro Álvares Cabral (Portugal).

América

Na disputa entre Portugal, Espanha, França e Inglaterra por novas terras, todos chegaram à América formando colônias: na América do Norte, França, Espanha e Inglaterra; na América do Sul, Portugal e Espanha. Estipulados os limites pelo Tratado de Tordesilhas (1494), a colônia de povoamento (norte) tinha trabalho livre, policultura (clima temperado e mercado interno) e liberdade econômica para se desenvolver.

Na colônia de exploração (sul), havia trabalho escravo negro, monocultura (clima sub-tropical e mercado externo) e dependência da metrópole. Na América do Norte (hoje, EUA), houve ainda a divisão das Treze Colônias pelo Pacto Colonial (norte, centro e sul), sendo que a parte sul foi colônia de exploração. Eram administradas pelo centro político da Inglaterra.

Renascimento

Movimento cultural de resgate ao pensamento greco-romano por considerar um conhecimento mais amplo da vida. Foi marcado pelo humanismo ou antropocentrismo (homem como centro das atenções), hedonismo (prazer), individualismo (liberdade do indivíduo) e racionalismo (experimentação e observação da natureza). Essas características iam contra os valores medievais que geralmente eram baseados na fé de algum deus, negando os desejos humanos.

Destacaram-se na literatura e filosofia: Erasmo de Roterdã, Michel de Montaigne, William Shakespeare, Miguel de Cervantes e Nicolau Maquiavel. Na pintura, destacaram-se Leonardo da Vinci, Michelângelo e Botticelli. A Itália foi o berço do Renascimento devido à herança direta do Império Romano e ao forte desenvolvimento econômico que financiava os artistas (mecenato ou patrocínio) durante os séculos XV e XVI.

Reforma protestante tinha como objetivo reformular o catolicismo abalado pela econômia e cultura do período (Imagem: rawpixel.com | Freepik)

Reforma protestante

Movimento cristão do século XVI (Alemanha) que propunha uma reforma no catolicismo, abalado pelas transformações econômicas e culturais. Os abusos e o luxo da Igreja, que pregava ideias contrárias à que praticava (pecado do lucro, venda de indulgências/perdões), prejudicavam especialmente a burguesia, que estava em ascensão.

Esse conjunto instalou as reformas, como:

Para combater os protestantes, surgiu:

Absolutismo

Prática política europeia a partir do século XV com poder total na mão dos reis. Após a Idade Média, existia uma só língua e moeda beneficiando burgueses e reis no comércio. As monarquias nacionais (países) praticavam o mercantilismo, buscando desenvolvimento econômico através do acúmulo de riquezas.

O marketing político se difundia por meio dos teóricos pensadores (Nicolau Maquiavel, Thomas Hobbes, Jean Bodin, Jacques Bossuet), que convenciam o povo, entre outras ideias, de que o poder do rei era de origem divina, sendo assim pecado desobedecê-lo.

Iluminismo

Movimento intelectual do século XVII na Europa que defendia o uso da razão para promover mudanças. O Antigo Regime, com sua sociedade estamental (1º clero, 2º nobreza, 3º burguesia, camponeses e operários), em que somente os dois primeiros tinham privilégios e direitos políticos, era criticado pelos iluministas, que tinham o pensamento de “duvidar e refletir”.

John Locke, Montesquieu, Voltaire, Rousseau e Diderot defendiam o liberalismo (contra o absolutismo) com a igualdade de todos, limitação do poder, liberdade de expressão, livre mercado, ideias republicanas, constitucionais e direito ao voto. O iluminismo influenciou a Revolução Francesa, a Independência dos Estados Unidos e a Inconfidência Mineira no Brasil.

Independência dos EUA

Colonizada pelos puritanos ingleses ao norte, em minoria, esta elite era antenada com o que ocorria na Europa (Iluminismo) e inspirou reformas entre os colonos. A disputa de terras entre Norte (colônia de povoamento) e Sul (colônia de exploração), gerou a Guerra dos Sete Anos (Inglaterra e França). A Inglaterra, vitoriosa, aumentou os impostos (por meio de leis), desagradando os colonos, que passaram a lutar por sua independência, concluída em 4 de julho por Thomas Jefferson.

George Washington foi o comandante (com apoio militar da França e Espanha) da tropa contra os ingleses, decidindo a vitória dos colonos. Formaram-se, então, os Estados Unidos da América com republicanos (autonomia para os estados) e federalistas (poder central), em que se equilibraram as tendências com a Constituição de 1787, estabelecendo os três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário, do Iluminismo) e a autonomia regional.

George Washington se tornou o primeiro presidente (federalista) e todo esse movimento inspirou a Revolução Francesa na Europa, a independência das colônias espanholas e do Brasil.

Revolução Francesa

Conjunto de eventos que alterou a política, a economia e a sociedade da França de 1789 a 1799. Regida
pelos pensamentos iluministas, rompeu com o Antigo Regime, iniciando a Idade Contemporânea, com reformas em vários outros países e a independência das colônias. Luís XV convocou a Assembleia dos Estados Gerais para tentar fazer o clero e a nobreza pagar impostos. Sem conseguir o concílio, a burguesia exigiu a criação de uma constituição, movimentando o povo para a Tomada da Bastilha (prisão política da monarquia).

Assembleia Nacional Constituinte

Com a Assembleia Nacional Constituinte (1789), criou-se uma constituição que aboliu o regime feudal, a sociedade estamental e separou Igreja e Estado. A burguesia se dividia em girondinos (alta burguesia) e jacobinos (pequena e média burguesia), que logo tiveram o controle da França. O fato de girondinos sentar à direita e os jacobinos à esquerda nas assembleias, originou os termos políticos “de esquerda” e “de direita”.

Convenção Nacional

Era o nome das assembleias para decretar o fim da monarquia e promover mudanças como abolição dos escravos, ensino primário e obrigatório, entre outras. A luta de interesses entre alta e média burguesia desencadeou o terror em que a violência em “eliminar opositores” matou aproximadamente 45 mil pessoas com perseguições, julgamentos e execuções (assassinatos e guilhotina). Luís XV e a esposa foram para a guilhotina em 1793 (liderança jacobina com o líder Robespierre).

Entretanto, girondinos retomaram o controle da revolução e, em 1794, Robespierre foi para a guilhotina. Em 1975, foi criado o Diretório com cinco membros de poder executivo; e a França imersa em corrupção, fome, ataques internos e externos. A burguesia articulou manobra para um jovem general, influente e poderoso, governar a França: Napoleão Bonaparte.

Revolução Industrial alterou a forma de produzir e comercializar produtos (Imagem: wirestock | Freepik)

Revolução industrial

Conjunto de mudanças tecnológicas com forte impacto na economia e nas relações de trabalho e produção. Implantou o sistema capitalista. A expansão do comércio, o acúmulo de capital (burguesia) e o crescimento do mercado consumidor exigiram novos produtos e desencadearam interesses por novas descobertas (ciência tecnológica). A produção passou da fase artesanal (uma pessoa) para a manufatura (várias pessoas) e, mais tarde, para a mecanização (máquinas) no decorrer da história.

Características da 1ª e 2ª fase

A 1ª Revolução Industrial (Inglaterra, 1750) foi marcada pelo uso do carvão, do ferro e da máquina a vapor, estreitando fronteiras com as ferrovias e instalando indústrias em outros países como Estados Unidos, Japão, França, Alemanha, Bélgica e outros (2ª Revolução Industrial), desta vez com o aço e derivados do petróleo (química).

O surgimento das fábricas foi um verdadeiro símbolo que substituiu o trabalhador artesanal e aumentou o tamanho da produção, principalmente metalurgia e têxtil. Houve, então, a evolução nos meios de transporte e comunicação, maior divisão do trabalho, concentração de população urbana (êxodo rural), novas classes sociais (burguesia industrial e proletariado/trabalhadores), além da expansão do colonialismo em busca de matéria-prima e novos mercados consumidores pelo mundo.

Com o proletariado cada vez mais numeroso, isso se refletiu em excessiva mão de obra disponível, baixos salários, péssimas condições com muitas horas trabalhadas e desemprego. Isso tudo gerou movimentos operários e sindicalistas dessa desigualdade e vários pensamentos opositores ao liberalismo econômico.

Ideologias políticas

Por Tao Consult

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