O abandono é uma das principais causas do grande número de animais nas ruas. Os motivos para que isso aconteça são inúmeros, como a mudança de casa ou apartamento em que o tutor considera que não comporta o animal; abandono de cães idosos e doentes; alergias; filhotes não desejados; período de férias em que o tutor não sabe o que fazer com o animal durante as viagens; entre muitos outros.
Ao comprar ou adotar um animal, a pessoa passa a ser responsável por ele e deve atender as necessidades físicas e psicológicas do pet. Não ter consciência de seu dever é o que leva esse grande número de animais às ruas todos os dias.
Acolhimento de ONGs
A ONG Confraria dos Miados e Latidos, por exemplo, resgata cães e gatos em situação de risco (atropelados, feridos ou doentes) e ninhadas. Mesmo trabalhando no limite, infelizmente, as ONGs não têm condições de resgatar nem 5% da demanda, afirma Tatiana Sales, fundadora e presidente da ONG Confraria dos Miados e Latidos, responsável por toda a área de operações e manejo de felinos. A entidade possui uma sede em que ficam alguns bichinhos e outros vão para lares temporários.
Assim que os animais são resgatados, eles vão para o veterinário e recebem os primeiros cuidados. Depois são encaminhados para os lares temporários, até encontrar o futuro tutor. “Todos os nossos bichinhos são castrados, vacinados (múltipla e antirrábica), microchipados e vermifugados antes da adoção”, explica Tatiana Sales.
O que considerar antes de adotar
Antes de optar pela adoção de um bichinho, é muito importante levar em conta alguns aspectos. De acordo com Tatiana Sales, os principais deles são: disponibilidade de tempo para adaptação e convívio. Além disso, é necessário ter consciência de que o animal dependerá do tutor pelos próximos 10 anos.
Também é preciso que todos os moradores da casa estejam de acordo com a adoção. Tudo isso garante que o cachorro ou gato não corra o risco de sofrer novamente, ser abandonado, fugir ou ser maltratado. Inclusive, estas são precauções que as ONGs tomam antes de autorizar a adoção.
Adoção responsável
A Confraria dos Miados e Latidos se certifica de que o animalzinho de estimação será amado e cuidado em seu novo lar. “Nossa ONG é adepta do conceito da posse responsável. Nossos bichinhos são doados somente para lares seguros: gatos para apartamentos com telas em todas as janelas ou casas igualmente seguras e cães para lares que possam atender sua necessidade de espaço”, diz Tatiana Sales.
Ainda segundo ela, a ONG realiza uma entrevista prévia via e-mail. Uma vez finalizada essa etapa, um dos voluntários segue para a casa do adotante já com o bichinho escolhido, para uma vistoria pessoal. “A casa sendo adequada, deixamos o bichinho escolhido mediante assinatura de um termo de adoção”, explica Tatiana Sales.
Filhotes ou adultos
Cada animal tem suas características. Os filhotes dão muito mais trabalho no começo, mas são apaixonantes. Os adultos já estão mais ensinados e necessitam de menos atenção, são ótimos companheiros também. A opção é muito pessoal, depende do que a família está buscando.
“Um cãozinho filhote precisa de um investimento maior de tempo e paciência para que seja educado a não roer as coisas, brincar sem força, passear na rua com guia e coleira e fazer suas necessidades no local certo, juntando a isso a necessidade de não poder ficar sozinho o dia inteiro enquanto for bebê”, alerta Tatiana Sales.
Vantagens de adotar filhotes e cães adultos
As vantagens são que os filhotes são fofos, brincalhões e bagunceiros. “Já um cão com mais idade tem a vantagem de chegar ao novo lar já sabendo como se comportar, tem um temperamento definido. Há ainda a questão do tamanho, pois só com mais idade temos como ter certeza do porte que o cãozinho terá quando adulto, e isso conta muito no ato da adoção de modo a não gerar devoluções ou abandono, porque o filhotinho fofinho se transformou num urso de 30 kg”, esclarece Tatiana Sales. Ao escolher a idade do cachorro é importante ter certeza do tempo disponível, espaço e rotina da família.
Devolução do animal de estimação
É muito triste devolver um animal. Por isso, a ONG toma diversas medidas para evitar que isso aconteça. O animal se apega aos donos, ao lar e quando é devolvido ele fica triste, perdido. Por isso, antes de adotar, tenha certeza de que terá tempo, dedicação e amor disponíveis para seu novo companheiro.
“Como procuramos selecionar com bastante critério nossas doações, temos uma taxa baixa de devoluções. Pode acontecer de o adotante esperar algo do cão que ele não pode atender por qualquer razão, mas os principais motivos de devolução passam longe do cão: muitas vezes falta paciência para se adaptar ou, então, surge alergia em um dos familiares. Por qualquer que seja a razão, o animalzinho volta para a gente e recomeçamos a busca de um novo lar”, explica Tatiana Sales.
Onde adotar
Cada cidade possui ONGs e abrigos para animais abandonados nas ruas. Procure a mais próxima de você. Feiras de adoção também acontecem em muitas cidades e possuem diversas opções para você encontrar o seu novo companheiro perfeito.