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5 poetas brasileiros para ler no Dia Mundial da Poesia

Livro em biblioteca aberto

Ler poesia traz outra visão do cotidiano (Imagem: Chinnapong | ShutterStock)

Celebrado em 21 de março anualmente, o Dia Mundial da Poesia foi instituído pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 1999. A princípio, o objetivo de aproximar a sociedade da primeira arte escrita da humanidade trouxe a data à tona para reconhecer os movimentos poéticos e incentivar o contato literário. Além disso, a poesia é uma arte milenar marcada por promover a diversidade das línguas, já que cada idioma carrega infinitas possibilidades de criar versos e estrofes. Para celebrar a poesia nacional, confira 5 poetas brasileiros para ler.

1. Cecília Meireles

A carioca Cecília Meireles (1901-1964) é um dos grandes nomes da escrita brasileira, que reúne admiradores até os dias atuais. A autora foi jornalista, pintora, poeta, escritora e professora, capaz de eternizar a obra intimista pela qual é reconhecida. A fim de promover a leitura, no período de lecionamento, Cecília contribuiu com o incentivo de bibliotecas infantis.

Também é reconhecida como uma das primeiras vozes femininas ativas na área literária com força na segunda fase do Modernismo e na vanguarda nacionalista. Seus temas incluíam tempo efêmero e vida contemplativa. Ou seja, para iniciar na compreensão de poesia, a leitura de Cecília é fundamental.

“E minha alma, sem luz nem tenda,
passa errante, na noite má,
à procura de quem me entenda
e de quem me consolará”

– Cecília Meireles.

2. Carlos Drummond de Andrade

Representando a alta literatura mineira, Drummond (1902-1987) possui caráter unânime enquanto escritor entre os brasileiros. Foi poeta, farmacêutico, contista e cronista brasileiro que, assim como Cecília, esteve presente na segunda fase do Modernismo.

As características da obra do autor trazem atemporalidade, podendo se encaixar com contextos sociopolíticos, de existência pessoal, culturais e questões cotidianas. Carlos Drummond de Andrade captura o lirismo e subjetivismo, transformando os versos livres em uma corrente própria, por esse motivo, a leitura do autor permite novas perspectivas sobre a poesia.

“Se procurar bem você acaba encontrando.
Não a explicação (duvidosa) da vida,
Mas a poesia (inexplicável) da vida.”

– Carlos Drummond de Andrade.
A poesia é uma arte milenar (Imagem: Impact Photography | Shutterstock)

3. Conceição Evaristo

Nascida na capital mineira, Conceição (1946-presente) é amplamente citada como uma das mais influentes literatas do movimento pós-modernista no Brasil, no qual escreveu diversos gêneros da poesia, como romance, conto e ensaio. Acima de tudo, a autora, agora aposentada, refletiu temas sociais de opressões raciais e de gênero. Seus versos também debruçam em uma recuperação da ancestralidade.

Graduada em Letras pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a premiada autora coloca na ponta do lápis uma poesia visceral sobre afro-brasilidade. Sendo assim, é uma leitura marcada pela manutenção da memória coletiva.

“A voz de minha bisavó
ecoou criança
nos porões do navio.
ecoou lamentos
de uma infância perdida (…)”

– Conceição Evaristo.

4. Martha Medeiros

De origem sulista, a autora (1961-presente) é considerada uma das melhores cronistas atuais brasileiras. As obras de Martha refletem um cotidiano indagado que permeia entre amizade, amor, idade, carreira, viagens e maternidade, enquanto contextualiza olhares únicos das simplicidades do dia a dia.

Lançada pela mesma editora que Paulo Leminski, Caio Fernando Abreu e Ana Cristina Cesar, a cronista leva poesia em todas as frases elaboradas por ela. Desse modo, para uma leitura cotidiana e reflexiva, inteirar-se das produções de Medeiros é um diferencial.

“Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.”

– Martha Medeiros.

5. Luiza Romão

A vencedora recente do prêmio Jabuti 2022, com o livro “Também guardamos pedras aqui”, nasceu no estado de São Paulo. Luiza Romão (1992-presente), há anos, participa da cena de saraus e slams da cidade de São Paulo. Logo, ela eterniza o nome na lista de novos autores poetistas. Atualmente, a jovem, que também é atriz, acredita em uma vinculação contemporânea para a nova escrita nacional, apostando em pequenas editoras independentes.

“não conheci troia
ruínas a mais ruínas a menos
também guardamos pedras aqui
do outro lado do oceano (…)”

– Luiza Romão
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