Infectologista esclarece dúvidas e explica como se proteger da doença causada pelo vírus Monkeypox
Com casos confirmados em diversos países, inclusive no Brasil, a varíola dos macacos tem preocupado as autoridades de saúde. Isso porque o alerta sobre o surgimento de uma nova doença tem gerado alvoroço entre a população, que ainda desconhece a enfermidade e os seus efeitos.
Apesar disso, segundo informações do Instituto Butantan, entre 2018 e 2021 foram relatados 7 casos de varíola dos macacos no Reino Unido, principalmente em pessoas com histórico de viagens entre os países endêmicos, mas, somente este ano, o surto ganhou força e se espalhou ao redor do mundo.
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O que é a varíola dos macacos?
Segundo a infectologista Ana Carolina Andrade, a varíola dos macacos é uma zoonose, isto é, uma doença infectocontagiosa transmitida de animais para humanos, causada pelo vírus Monkeypox. Este vírus, por sua vez, pertence à família orthopoxvírus, a mesma do vírus da varíola dos seres humanos, erradicada em 1980. “Embora inicialmente descoberto em macacos, a maioria dos animais suscetíveis a este tipo de varíola são os roedores, como ratos, cão-da-pradaria, esquilos e arganazes”, explica a médica.
Quais são os sintomas da doença?
Conforme explica Ana Carolina, os sintomas da doença incluem febre, dor de cabeça, dores musculares e no corpo, dor nas costas, calafrios e fraqueza intensa. Além do surgimento de bolhas e lesões na pele, parecidas com catapora ou sífilis, que formam uma crosta e depois caem. “Essas lesões geralmente se iniciam na cabeça e depois se espalham, podem acometer as regiões genitais e podem ser dolorosas ou estarem associadas a prurido”, afirma a infectologista.
Como ocorre a transmissão?
Apesar da erradicação da varíola dos seres humanos em 1980, a varíola dos macacos continua a ser transmitida na África do Sul e na África Central, em que, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o vírus se divide em dois, sendo a taxa de mortalidade da África Ocidental de 1% e da África Central de 10%.
Até o momento, a fonte de infecção dos recentes casos ainda não foi confirmada pela OMS. Mas, no geral, a médica infectologista explica que a transmissão de humano para humano ocorre por meio do contato físico com pessoas sintomáticas.
“[O vírus] pode ser transmitido por contato com fluidos corporais, lesões na pele ou em superfícies de mucosas internas, como boca ou garganta, gotículas respiratórias e objetos contaminados, como roupa de cama. Portanto, pode ser transmitida pelo beijo, abraço e relação sexual”, diz Ana Carolina Andrade.
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Diagnóstico da varíola dos macacos
De acordo com a infectologista, o diagnóstico da doença é realizado por meio da detecção de DNA viral em fluidos corporais ou por amostras de pele (lesões cutâneas) obtidas por meio de biópsias. A médica explica ainda que a incubação da doença corresponde ao período de contato com o vírus até os primeiros sintomas e tem uma média de 6 a 13 dias, mas que pode variar entre 5 e 21.
Existe vacina contra a varíola dos macacos?
Dados da OMS mostram que a vacina contra a varíola dos seres humanos é eficaz também contra a varíola do macacos. No entanto, não é mais aplicada na população, assim, pessoas com menos de 40 ou 50 anos não se vacinaram e estão sujeitas a terem a doença.
Apesar disso, segundo dados do Instituto Butantan, uma vacina denominada ‘MVA-BN’ e um tratamento específico chamado ‘Tecovirimat’ foram aprovados em 2019 e 2022, mas ainda não estão disponíveis para a população de todo o mundo.
Como se prevenir da varíola dos macacos?
Para evitar o contágio é importante ficar longe de animais doentes, como os macacos e os roedores citados anteriormente. Além disso, higienizar sempre as mãos com água e sabão ou álcool em gel para eliminar qualquer tipo de vírus, usar máscara e evitar o contato com pessoas com suspeita da doença.