Em 31 de março é celebrado o Dia da Saúde e da Nutrição, sendo uma boa oportunidade para refletir sobre a importância dos hábitos alimentares para prevenir doenças graves. Embora amplamente reconhecido que a alimentação desempenha um papel fundamental na qualidade de vida, sua definição é mais complexa do que aparenta.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou, em 1995, que a definição para qualidade de vida (Quality Of Life – QOL) é “a percepção do indivíduo de sua inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.
A médica paliativista e intensivista Carol Sarmento explica que, apesar de toda subjetividade que a definição possa causar, o significado de QOL diz respeito a questões do indivíduo e do seu desenvolvimento pessoal, assim como aspectos sociais e coletivos.
“QOL é ampla e abrange vários ângulos e cenários do que nos faz humanos. Ela pode ser medida ao se observar quão frequentemente ficamos doentes, assim como a capacidade e aptidão para cuidar de si, a disposição para fazer as atividades da rotina e do dia a dia e outras”, explica Carol, idealizadora do projeto Cuida, focado em estimular a prática do cuidado entre as pessoas.
Alimentação e construção da qualidade de vida
A nutricionista oncológica Olívia Podestá, também integrante do projeto Cuida, explica que é preciso pensar no alimento como um remédio, pois ele modula o sistema imunológico e a composição corporal.
“Saber o que você está comendo é muito importante, porque a alimentação saudável é tão relevante quanto o exercício físico. Além de ser aliada à saúde mental, dá condições de desempenhar melhor os exercícios físicos. Uma alimentação equilibrada, rica em verduras, legumes, frutas, boas gorduras, carboidratos integrais e proteínas de boa qualidade: esses são os grupos que podem, sim, melhorar o estilo de vida”, explica.
Relação entre alimentação e câncer
A nutricionista alerta, ainda, para os alimentos que têm uma ligação direta com o desenvolvimento do câncer, segundo a Agência Internacional Pesquisa em Câncer – IARC, da Organização Mundial de Saúde, e de outras doenças mais sérias.
“São eles, os alimentos ultraprocessados, principalmente as carnes embutidas, por conterem adicionados nitratos e nitritos, como presuntos, linguiças, salsichas, salames, mortadelas, apresuntados e bacon. Precisamos nos basear em uma alimentação mais limpa e com alimentos mais naturais o possível, à base de frutas, verduras, legumes, e bastante hidratação, nada dessas bebidas açucaradas, mas sim água, suco de fruta e água de coco”, diz Olívia.
Caminho para a saúde integral
Por mais que entendamos a alimentação saudável como um remédio poderoso, é irresponsável abandonar os medicamentos. “A combinação de medicamentos e os vários outros remédios de que podemos desfrutar, associada ao conhecimento avançado de que dispomos atualmente, faz diferença significativa para evitar e controlar doenças, curar boa parte delas e prover controle de sintomas e alívio de desconfortos”, explica a médica Carol Sarmento.
Segundo ela, remédio significa aquilo que cura, além de ser todo e qualquer tipo de cuidado utilizado para evitar ou curar doenças e aliviar sintomas, desconforto e mal-estar. “Medicamento é o produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico”, conclui Carol.
Consuma superalimentos
Para finalizar, a nutricionista Olívia Podesta explica que o alimento limpo é o mais importante para conseguir se alimentar bem e ter boa saúde. “Dê preferência à alimentação colorida e às superfoods, aqueles alimentos que têm compostos bioativos que já são reconhecidos no reparo das células que foram danificadas e diminuem o processo inflamatório. O mais importante dessas superfoods são os fitoquímicos presentes nelas. Fitoquímicos são substâncias superantioxidantes e, portanto, reparadoras de danos que o contato com substâncias nocivas ao ser humano gera”, explica.
Por Karolyne Antunes De Souza