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Veja como diferenciar esquizofrenia e transtorno bipolar

Ilustração representando questões psicológicas

Os dois transtornos mentais podem ser graves e afetar o pensamento nos períodos de crise (Imagem: VectorMine | Shutterstock)

Existem diferentes transtornos mentais que afetam muitas pessoas em todo o mundo, como a depressão, o transtorno bipolar, a demência e a esquizofrenia. Eles podem ter sintomas variados, mas, às vezes, se manifestam de maneiras semelhantes. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), aproximadamente 1 bilhão de pessoas são afetadas por essas condições.

Sintomas em comum

O transtorno bipolar e a esquizofrenia – transtornos mentais que levam muitos pacientes para internação e para residências terapêuticas – são doenças conhecidas, mas muito confundidas. “As pessoas podem confundir essas condições porque alguns sintomas, como agitação, desorganização, sintomas psicóticos, desânimo e inadequação, podem aparecer em ambos, especialmente em momentos de crise”, comenta o Dr. Ariel Lipman, psiquiatra e diretor da SIG – Residência Terapêutica.

Diagnóstico dos transtornos mentais

Os dois transtornos mentais podem ser graves e afetar o pensamento nos períodos de agudização (quando se tornam mais intensos). Às vezes, a doença pode ser indistinguível em um primeiro momento, necessitando de mais tempo de acompanhamento para fechar o diagnóstico, que muitas vezes nem é fechado ou pode, até mesmo, ser modificado ao longo do acompanhamento médico.

Há, também, um diagnóstico no qual essas doenças se misturam, o transtorno esquizoafetivo. “Existe, inclusive, uma teoria bem aceita entre os psiquiatras, em que ambas seriam uma mesma doença, porém, quando falamos da apresentação clássica dos transtornos, elas possuem diferenças”, explica o Dr. Ariel Lipman. Ainda segundo o especialista, a principal delas é a possibilidade de, no transtorno bipolar, o paciente poder ficar quase completamente assintomático.

Importância do diagnóstico correto

De acordo com o Dr. Lipman, os transtornos mentais são doenças que não têm um exame específico para um diagnóstico. É por isso que os relatos do paciente são importantes, assim como a entrevista com os familiares. “Como essas e outras doenças têm sintomas muito parecidos, cada relato, cada informação vinda do paciente é extremamente importante para fechar um diagnóstico certeiro e, assim, realizar o tratamento correto”, orienta ele.

O transtorno bipolar e a esquizofrenia podem ser facilmente diferenciados quando as crises estão tratadas (Imagem: Vectorium | Shutterstock)

Fases do transtorno bipolar e da esquizofrenia

O transtorno bipolar é uma doença com 3 fases, segundo o Dr. Lipman: a fase da depressão, a fase da euforia e a fase da estabilidade, chamada eutimia. “O objetivo do tratamento é prolongar ao máximo a fase da eutimia e reduzir as fases das crises, seja de euforia ou de depressão. Já na esquizofrenia, a fase da estabilidade costuma não ser isenta de sintomas, com um comprometimento maior, sintomas como desinteresse, embotamento afetivo, perdas funcionais mais pronunciadas”, comenta.

“Na verdade, a semelhança entre as doenças aparece em evoluções mais graves do transtorno bipolar, que pode se assemelhar à esquizofrenia, ou no período das crises, porém, com as crises tratadas, costuma ser mais fácil fazer a diferenciação”, completa.

Formas de tratamento

Nos dois casos, o uso de medicação psicotrópica – recomendada por um médico – se mostra fundamental. Na esquizofrenia, o uso de antipsicóticos é a pedra mestre do tratamento, enquanto no transtorno bipolar o mesmo é feito com estabilizadores de humor. “Nos dois casos pode ser necessário o uso de outras medicações, como antipsicóticos e antidepressivos no transtorno bipolar, ou antidepressivos, benzodiazepínicos, entre outros, na esquizofrenia”, explica.

Outras terapias, como psicoterapia e hospital-dia, também são úteis e devem ser avaliadas caso a caso. “Para as duas doenças, os tratamentos são contínuos e têm como objetivo a reversão de sintomas e o alargamento dos períodos intercrises e não da doença, pois as duas são crônicas, ou seja, durarão por toda a vida”, explica o psiquiatra.

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