À medida que as mulheres atingem a faixa etária de 40 anos ou mais, é crucial redobrarem os cuidados com sua saúde, pois o corpo passa por uma série de mudanças que podem aumentar as chances de desenvolver doenças cardiovasculares e outras complicações.
Durante esse período da vida, elas enfrentam alterações hormonais significativas, como a diminuição dos níveis de estrogênio, que podem afetar negativamente o sistema cardiovascular, aumentando o risco de doenças como hipertensão arterial, colesterol elevado e doença cardíaca coronária.
Prevenindo problemas de saúde
De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde, uma parcela significativa, cerca de 26%, das mulheres acima dos 40 anos enfrentam riscos como Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), obesidade, aumento do colesterol e da glicemia. Por isso, a importância do acompanhamento médico para prevenir ou, ao menos, retardar essas condições.
Conforme a Dra. Carolina Mardegan, médica cirurgiã vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), hábitos saudáveis, equilíbrio entre vida profissional e pessoal, cuidados com a saúde íntima e realização de exames preventivos são essenciais para manter uma vida saudável e aumentar a longevidade feminina em qualquer faixa etária.
Sintomas durante o climatério
Com a chegada dos 40 anos, as mulheres iniciam a fase de climatério, que marca a transição entre a fase reprodutiva e a fase pós-menopausa. Este período pode apresentar diversos sintomas, resultado de alterações hormonais que ocorrem no organismo. São eles:
- Ondas de calor;
- Sudorese e calafrios repentinos;
- Palpitações;
- Cefaleia;
- Tontura;
- Insônia;
- Perda de memória;
- Fadiga.
É neste período que ocorrem as principais modificações hormonais, circulatórias e sanguíneas que favorecem a progressão de doenças cardiovasculares, explica a especialista.
“Durante o climatério é importante focar na própria saúde e manter os cuidados necessários para minimizar os efeitos hormonais e, consequentemente, diminuir a incidência dos sintomas. Buscar uma rotina de exames, praticar atividade física regular, manter uma alimentação saudável e cuidar da qualidade do sono são as principais formas de garantir o bem-estar durante essa fase”, explica a Dra. Carolina Mardegan.
Prevenindo as varizes
Um estudo recente da SBACV (Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular) mostra que cerca de 78% das mulheres acima dos 40 anos estão sujeitas a desenvolver varizes e menopausa. Nesse sentido, a médica ressalta que as medidas de prevenção das varizes não diferem muito das outras fases da vida.
“É importante parar de fumar ou, pelo menos, diminuir o tabagismo; evitar o sobrepeso ou a obesidade, praticando atividades físicas regularmente; optar por uma alimentação saudável também pode diminuir dores nas pernas advindas das varizes; e beber água em uma quantidade ideal. Se acompanhado por um médico, é possível, também, usar meias de compressão, mas é fundamental que a paciente realize o check-up vascular anual”, explica a Dra. Carolina Mardegan.
Aumento de chances de doenças cardiovasculares
Durante a menopausa, as doenças cardiovasculares mais comuns entre as mulheres com 40 anos ou mais são o infarto e o acidente vascular cerebral (AVC), de acordo com dados do Ministério da Saúde. A Dra. Carolina Mardegan ressalta que a ocorrência de doença arterial coronariana é de duas a três vezes maior após a menopausa em comparação com a pré-menopausa.
Além disso, a probabilidade de ter alguma forma de doença cardiovascular aumenta conforme a idade avança, especialmente se existirem fatores de risco presentes, como tabagismo, dislipidemia (aumento de gordura na corrente sanguínea), sedentarismo, sobrepeso e diabetes.
A redução dos níveis de estrógeno no período da menopausa contribui negativamente para o aumento dos riscos de problemas vasculares, já que o estrógeno possui função vasodilatadora e ajuda a equilibrar os níveis de colesterol no corpo.
“O ideal é que em paralelo ao estilo de vida saudável da academia, dieta, evitando o consumo excessivo de álcool e tabagismo, a paciente também busque auxílio médico para entender se a terapia de reposição hormonal é válida. Este procedimento regular costuma ser uma boa opção para aliviar os sintomas da menopausa e proteger contra a perda de colágeno”, finaliza a médica.
Por Alice Veloso