4 dicas para escrever um bom texto e usar a tecnologia como aliada

4 dicas para escrever um bom texto e usar a tecnologia como aliada
Escrever à mão desenvolve habilidades distintas das proporcionadas pela digitação no teclado (Imagem: Prostock-studio | Shutterstock)

No cenário atual, em que a comunicação digital é onipresente, a qualidade da escrita tornou-se um diferencial essencial. Em meio a um mar de informações, manter a excelência na redação é mais importante do que nunca, principalmente aos estudantes que prestarão vestibular e Enem neste ano, pois essa etapa da prova tem um peso representativo na nota final.

Por isso, abaixo, confira algumas dicas para escrever um bom texto e utilizar a tecnologia como aliada!

1. Treine escrever no papel

Segundo Renata Ramisch, linguista da Redação Nota 1000, plataforma de prática e correção de redações, estudos científicos têm mostrado que escrever à mão ajuda a desenvolver habilidades diferentes das possibilitadas ao digitar no teclado, e uma delas é a memória.

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Em geral, quando é necessário escrever no papel, há o planejamento do texto primeiro, depois é feito um rascunho e só então a versão final é escrita (ou, pelo menos, esse seria o processo ideal). “Quando você escreve na tela, é mais fácil simplesmente ir digitando o que vem à mente, já que é possível reordenar partes do texto posteriormente”, afirma.

Conforme ela explica, isso pode não ser tão positivo para a produção textual. “Com isso, pode ser que a qualidade do texto como um todo acabe caindo, porque não houve um planejamento inicial. A escrita acaba ficando menos cuidadosa e reflexiva, e esse cuidado é muito importante para preservar a qualidade de um texto no ambiente digital”, diz Renata Ramisch.

2. Leia para escrever bem

Outro pilar muito importante quando o assunto é qualidade da escrita é a constância na leitura, segundo Renata Ramisch. Não há a menor dúvida de que alguém que lê muito tem mais repertório para escrever um bom texto.

É no contato com diversas formas de escrever que se consegue desenvolver uma visão mais crítica sobre a construção de um texto, o vocabulário, a adequação ao gênero. “Ler aumenta a riqueza vocabular e permite que o aluno tenha uma bagagem de conhecimentos mais ampla para escrever um texto bem-embasado”, reforça a especialista.

Em uma redação dissertativa-argumentativa, por exemplo, como a do Enem, ter conhecimentos diversos ajuda a sustentar os argumentos com base em repertórios socioculturais, que podem ser adquiridos a partir da leitura de textos variados. “Entram aqui livros de ficção e não ficção, jornais, reportagens, blogs, poemas e tantos outros formatos de texto aos quais temos acesso atualmente”, comenta a linguista da Redação Nota 1000.

Estudante escrevendo em um caderno com uma xícara ao lado
O recomendado é desativar as notificações e afastar-se do celular quando estiver escrevendo (Imagem: Antonio Guillem | Shutterstock)

3. Reduza as distrações digitais

As distrações podem prejudicar a escrita nos ambientes digitais, porque são muitos os estímulos externos existentes. É mais difícil escrever um texto enquanto entram notificações do WhatsApp, por exemplo, e resistir à tentação de parar o que está fazendo para conferir uma mensagem ou o último vídeo daquele influenciador de que você gosta é um desafio.

Existe um conceito que explica a nossa necessidade de estar sempre por dentro do que está acontecendo. Em inglês, se chama “fear of missing out”, ou FOMO, na tradução para o português “medo de ficar de fora”. Isso pode trazer ansiedade aos jovens, porque escrever um bom texto exige que eles estejam concentrados por algum tempo nessa única atividade. Então, a qualidade da escrita também depende de habilidades como autodisciplina e foco.

De acordo com Renata, o ideal é desativar as notificações e ficar longe do celular, caso o aluno não esteja justamente usando esse aparelho para escrever. Existem, inclusive, aplicativos e extensões do navegador que bloqueiam notificações e o acesso a determinados aplicativos por um tempo específico. Também é possível estabelecer um período de foco total, seguido de uma pausa.

“Por exemplo, o aluno pode colocar um alarme para trabalhar totalmente sem distrações por 25 minutos, depois fazer uma pausa de 5 minutos para checar todas as suas redes ou esticar as pernas. Vale a pena dar uma olhada na técnica de produtividade chamada Pomodoro, que ajuda muito nessa questão”, indica a Renata Ramisch.

4. Uso estratégico de ambientes digitais na educação

Segundo Renata Ramisch, em primeiro lugar, os professores precisam ter clareza do objetivo que têm com a utilização do ambiente digital. “É importante que conheçam bem esse ambiente e saibam lidar com as oportunidades que oferece. Algumas possibilidades de uso dessas ferramentas são plataformas digitais de escrita colaborativa, que podem envolver até mesmo alunos de escolas diferentes”, comenta a profissional.

Também é possível desenvolver projetos de escrita multimodal, que combinam textos escritos com outros recursos visuais e multimídia. Esse tipo de iniciativa enriquece o aprendizado sem prejudicar a qualidade da escrita.

A especialista destaca que uma boa maneira de começar a introduzir ambientes digitais em sala de aula é justamente conversar com os alunos sobre esse contexto, incentivar que pesquisem possibilidades, trazê-los para a discussão e fomentar a autonomia.

Com um acompanhamento próximo do professor, é possível falar sobre vantagens e desvantagens das ferramentas, ajudando os alunos a terem uma visão crítica e a fazerem um uso mais responsável, de forma a aproveitar o que têm de útil sem comprometer o aprendizado.

No contexto da escrita, vale a pena manter um equilíbrio entre o uso de ambientes digitais e a escrita em sala de aula sem a mediação de tecnologia, principalmente para desenvolver habilidades de revisão dos textos.

Por Julia Vitorazzo

Redação EdiCase

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