8 dúvidas sobre o uso do protetor solar
Conforme informações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é estimado que até o ano de 2030 ocorram 27 milhões de novos diagnósticos de câncer de pele globalmente, resultando em 17 milhões de óbitos relacionados à doença, além de 75 milhões de indivíduos convivendo com a condição. Esses números alarmantes reforçam a importância da adoção de medidas de proteção durante a exposição aos raios solares.
“O mau uso – ou nenhum – do protetor solar resultará em problemas a longo prazo; é justamente aí que mora o perigo. O câncer não vai aparecer no final de semana seguinte à exposição ao sol. Mas, sem proteção, é muito provável que em algum momento ele chegue. É preciso conscientizar que ‘perder’ alguns minutos passando o protetor é de extrema importância para cuidar da saúde da pele e evitar doenças mais graves”, explica a médica dermatologista e gerente médica da Mantecorp Skincare, Carla Presti.
Falta de conhecimento sobre o FPS
Segundo a profissional, entre as várias justificativas para não se usar o protetor solar está a falta de conhecimento sobre o FPS (Fator de Proteção Solar). “É normal escutar uma pessoa comentar que não usa o protetor solar para poder se bronzear. Um grande e perigoso erro. Hoje já existem protetores com FPS adequado e tecnologia que permitem um bronzeado saudável”, comenta.
“Mas para a escolha do FPS ideal, alguns pontos precisam ser levados em consideração, como tipo de pele e o tempo de exposição ao sol; além, claro, do uso correto do produto e da frequência de reaplicação”, complementa.
Dúvidas sobre o uso correto do protetor solar
A dermatologista preparou um guia completo sobre a escolha do FPS adequado, além do uso correto do protetor solar. Confira!
1. O que é o FPS?
O FPS (fator de proteção solar), nada mais é, do que a proteção contra a radiação ultravioleta B (UVB) que o produto tem. Ele determina o tempo que uma pessoa pode ficar exposta ao Sol sem adquirir vermelhidão na pele ou queimaduras. “O protetor solar é responsável por proteger a pele contra os raios UVB, que causam queimaduras e câncer de pele”, explica.
2. Como escolher o FPS ideal?
Segundo a dermatologista, “depois que as pessoas entendem a necessidade do uso de proteção solar, a maior dúvida é sobre a escolha do FPS adequado. E na maioria das vezes, a escolha é feita de maneira errônea”, conta.
Algumas pessoas acreditam que o número do FPS diz respeito a quantidade de vezes que elas estarão protegidas. “Por exemplo, se eu uso o FPS 30, estarei 30x mais protegida do sol”, comenta a médica. Contudo, na verdade, esse número define o tempo em que a pele pode ficar exposta ao sol sem ficar vermelha.
“Na teoria, se a pele de uma pessoa demora, por exemplo, 5 minutos para começar a ficar vermelha, utilizando um protetor solar com FPS 30, ela estaria protegida por um período 30 vezes maior, ou seja, demoraria 150 minutos para aquela pele sentir os efeitos nocivos dos raios UVB”, explica.
3. Com qual frequência devo reaplicar o protetor ?
Carla Presti alerta que, “para que o FPS realmente tenha proteção efetiva, o protetor tem que ser aplicado da forma correta e na quantidade adequada; e ainda temos que levar em conta fatores que retiram esse efeito protetor da pele, como suor, água e atrito. Por isso, independente do FPS, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) recomenda a reaplicação do protetor a cada 2 horas”, complementa.
4. Todo tipo de pele precisa do protetor solar?
Não importa o tom ou a sensibilidade da pele, o uso do protetor solar é essencial para todos. “É lenda que pele negra não precisa de proteção. É preciso protegê-la dos raios nocivos, ou seja, não somente contra o UVB, mas também UVA, infravermelho A e especialmente luz visível”, explica a profissional.
Pele claras e mais sensíveis, devem optar pelo FPS 50 ou superior +, mesmo que seja uma pessoa que consiga adquirir um bronzeado com mais facilidade. “Mas, de regra, qualquer protetor com FPS abaixo de 30 não é recomendado, independente da pele, pois o tempo de proteção oferecido é muito curto”, alerta a dermatologista.
5. É preciso proteger o corpo todo?
“Quem vai passar o dia na praia ou piscina precisa proteger todo o corpo, inclusive partes que costumam ficar esquecidas, como orelhas e pés. Mas se o passeio inclui apenas um dia no parque ou o trabalho no dia a dia, proteger tudo que está fora da roupa é muito importante”, recomenda a dermatologista.
A profissional ainda ressalta que a proteção das áreas expostas é essencial todos os dias, independentemente do local ou tempo climático. “Mesmo em dias frios e nublados, o sol não deixa de emitir radiação que penetra em nossa pele. Por isso, a necessidade do uso diário do protetor”, recomenda.
6. Qual é a quantidade recomendada de protetor solar?
De nada adianta comprar o protetor solar, escolher o FPS ideal, passá-lo em todas as partes do corpo, se a quantidade aplicada e a uniformidade não estiverem corretas. “A maioria das pessoas aplica uma quantidade inferior ao considerado ideal, e sem uniformidade, o que acaba por fazer com que não seja respeitado o FPS que está na embalagem do produto, isto é, fica com um FPS menor”, explica Dra. Carla Presti.
Conforme a SBD, a quantidade de protetor solar adequada para cada área do corpo é medida em colheres: uma colher de chá para o rosto, pescoço, cabeça, tronco, braços e pernas. “Depois da aplicação, é só espalhar bem por toda a extensão do corpo”, complementa.
7. Protetor solar com FPS maior não precisa ser reaplicado?
O indicado é reaplicar o protetor solar a cada 2 horas, porém esse tempo pode ser menor em alguns casos, como transpiração em excesso ou mergulhos em mares e piscinas. “A reaplicação nada tem a ver com o número do FPS. Independente do fator de proteção, o protetor solar precisa ser reaplicado a cada 2 horas para manter sua eficácia”, explica.
8. Crianças também precisam utilizar protetor solar?
A dermatologista alerta que protetor solar deve ser usado desde a infância. “A maioria dos cânceres de pele são devido a todo sol a que nos expomos até os 18 anos. O uso regular do protetor, desde os 6 meses de idade, diminui os riscos de melanoma, tipo mais agressivo do câncer de pele, a longo prazo”, explica. Além disso, crianças e adolescentes possuem a pele mais sensível e precisam de um cuidado redobrado!
Por Clarissa Ferrasoli