Fibromialgia: conheça as causas e as formas de tratamento

Fibromialgia: conheça as causas e as formas de tratamento
O TOC é um transtorno multifatorial e pode necessitar de tratamento (Imagem: Feel-Good | Shutterstock)

A fibromialgia é uma doença reumática que afeta o aparelho locomotor (ligamentos, músculos, articulações e tendões). Ela ocorre devido a uma alteração nos neurotransmissores responsáveis pela sensação de dor.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia, essa é a segunda doença reumática mais frequente, ficando atrás somente da osteoartrite. Ela afeta, principalmente, mulheres entre 35 e 45 anos, mas pode acometer outras faixas etárias e homens.

Causas da fibromialgia

Segundo a reumatologista Patrícia Fontes, não há ainda uma causa conhecida, mas sabe-se que há uma predisposição genética para a fibromialgia. Acredita-se que pode haver fatores que, isolados ou em conjunto, possam contribuir para o surgimento da doença, servindo como um “gatilho” para o início dos sintomas. Alguns deles são:

  • Infecções por vírus;
  • Doenças autoimunes;
  • Distúrbios do sono;
  • Ansiedade e/ou depressão;
  • Traumas físicos;
  • Traumas ou estresse psicológico;
  • Após grandes cirurgias;
  • Alterações hormonais.

Principais sintomas

O principal sintoma é a dor difusa no corpo por mais de 3 meses, associada a outros sintomas, tais como:

  • Sono não reparador (paciente acorda cansado);
  • Fadiga;
  • Rigidez nas articulações;
  • Dormência/formigamentos;
  • Alterações de memória;
  • Dificuldade para se concentrar;
  • Sintomas ansiosos e/ou depressivos;
  • Dor de cabeça;
  • Cólicas abdominais;
  • Síndrome de cólon irritável;
  • Sensibilidade na micção;
  • Hipersensibilidade ao toque.

Diagnóstico da fibromialgia

O diagnóstico da fibromialgia é essencialmente clínico. Exames laboratoriais e de imagem são solicitados pelos médicos pois ajudam no diagnóstico diferencial. “Para fazê-lo, devemos observar se o paciente preenche critérios clínicos. Existem critérios clínicos, de 1990, da ‘American College of Rheumatology’, que utilizam 18 pontos dolorosos de fibromialgia. O diagnóstico é confirmado se o paciente tem pelo menos de 11 a 18 pontos positivos”, explica a especialista.

Além disso, em 2020, novos critérios também foram propostos e estes se baseiam no número de regiões dolorosas, gravidade da fadiga, do sono não reparador e da dificuldade cognitiva, sem evidenciar tanto o exame físico. “Na prática, utiliza-se os critérios clínicos juntamente com o exame físico para chegarmos ao diagnóstico,” afirma Patrícia Fontes.

Acupuntura pode ajudar no tratamento de fibromialgia (Imagem: Shutterstock)

Tratamento para fibromialgia

Segundo a reumatologista, para a fibromialgia não existe cura. Contudo, o tratamento tem por objetivo reduzir a dor e melhorar a qualidade de vida do paciente. Para isso, podem ser usados medicamentos, como antidepressivos, anticonvulsionantes, opioides, relaxante muscular, analgésicos, antiparkinsonianos e indutores do sono. “Para tais medicações, recomenda-se sempre iniciar com uma dose baixa e ir aumentando gradualmente até a melhor resposta”, ressalta Patrícia Fontes.

Além disso, dependendo da recomendação médica, também podem ser utilizados métodos não farmacológicos, como:

  • Atividade física regular (2 a 3 vezes por semana) com progressão lenta e gradual;
  • Psicoterapia;
  • Acupuntura;
  • Hidroterapia.

Recomendações para quem tem a doença

Para melhorar a qualidade de vida do paciente com fibromialgia, os médicos costumam indicar também o acompanhamento regular com reumatologista, psicólogo e/ou psiquiatra, além da realização de atividade física regular, uso correto das medicações e cuidados com o sono: reduzir luz, barulho e abolir o uso do celular até 1 hora antes de deitar-se.

Andreza Melo

Jornalista e fotógrafa

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