Entenda por que é importante sentir tudo o que o amor desperta
Quem nunca sofreu por amor, não é mesmo? Não importa o quanto a gente corra, o quanto a gente se esconda, o quanto a gente cresça e amadureça: a dor sempre nos espreita como um inimigo oculto que, a qualquer momento, pode dar as caras e nos pegar de surpresa.
O amor, às vezes, parece tão sorrateiro que nos pega naqueles momentos em que nos sentimos mais fortes e invencíveis, pode acontecer num metrô lotado, na fila da lotérica ou no escritório. O amor também é algo bastante traiçoeiro. Ele pode se apresentar a você exatamente quando você já está tomado de amor por outro. Ele pode te tomar de diversas formas: mais carnal, mais espiritual, mais sentimental. Na forma de respeito, tesão, amizade, admiração.
Amor para os gregos
Os gregos definem o amor como deuses: Eros, Philos e Ágape, por exemplo. Cada um deles com suas peculiaridades e particularidades, cada um deles com suas armas e vontades. E sinceramente, quem sou eu para discordar dos gregos?
A dor do amor
Acontece que o amor dói. Dói porque ele nos dá esperanças e essa coisa nos frustra quando a esperança não tem resposta. E quanto mais esperamos, mais frustrados ficamos até que… um dia o amor nos dá a chance de correspondências e nós nos apaixonamos (abraçamos Eros) e essa paixão é correspondida.
O amor é importante, mas é uma armadilha
Dominar esta arte é dominar a vida, ser aquilo que chamamos de um “discípulo de Eros”, pois ela movimenta nossos instintos mais básicos da vida: nos oferece proteção e acalanto, sentimento de pertencimento a um grupo. Nos dá ideias para o futuro e planos, coisas sem as quais entramos em depressão ou ansiedade, coisas de nosso cérebro querendo dopamina. Faz parte.
Não posso dizer que o amor não é sublime, mas o que posso dizer é que o amor é, como todo o restante dos sentimentos que temos, uma armadilha. Ou nós somos senhores dele, ou ele nos domina. E quando domina, nos leva para onde ele quer, não nós. A partir deste momento, nós costumamos dizer que o amor adoeceu.
Amor doentio
Quando o amor adoece, coisas como liberdade e autonomia deixam de existir. Autonomia é tudo o que precisamos hoje em dia. Controlar nossas vidas nos deixa, por incrível que pareça, mais tranquilos. O amor doente tira isso de nós e substitui pela vontade do outro. “O outro manda, eu faço o que o outro quer”. Deixo os amigos de lado, deixo a família de lado e parto como um curativo para esse amor doente, esperando que ele melhore.
Cultivando o amor
Vou contar uma coisa para você: o amor não funciona assim. O amor não é, em si, um sentimento que nós temos. Ele é um caldeirão onde os sentimentos fervilham, e o alimento que sairá deste caldeirão é aquele cujo ingrediente nós colocamos em maior quantidade.
“Cultivar o Amor”, acho eu, foi uma das coisas mais sábias que já nos disseram. Quando colocamos esse desbalanço de subserviência versus dominância, o que colhemos é… bom, nada que seja bom. Confuso, não é? Entretanto, quem de nós não quer o amor? Quem não o deseja como desejamos o alimento quando temos fome?
Um sentimento múltiplo
O importante aqui, e é a mensagem que quero deixar a você, é que o amor é um sentimento múltiplo; não existem fórmulas para ele acontecer ou receitas para se colocar no caldeirão. Você sempre terá que agir por instinto e ver no que dá.
O amor vale a pena
Às vezes, pode dar certo por muito tempo, até que o tal do Eros se torne Philos e viva para sempre. Às vezes, dá certo por um curto espaço de tempo, até que Eros se enjoa e vai embora. Mas se tem uma coisa que posso te dizer é que o amor sempre vale a pena. Pode doer em algum momento, mas essa dor é como aquela da academia: é uma dor que a gente sente para construir um músculo e nos deixar mais fortes para a vida.
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Por Nino Denani
Pós-graduado em neuropsicologia, Mago Hermetista, Grão Mestre da Ordem do Grande Oriente Místico e host do canal do Nino Denani no YouTube.