Entenda por que o acolhimento é um ato de amor

Entenda por que o acolhimento é um ato de amor
A maior manifestação de amor é o acolhimento (Imagem: Vensto | Shutterstock)

Fui chamado para palestrar em uma empresa da área da saúde. Aceitei de pronto porque, no encontro com executivos e médicos, além das apresentações de estratégia, seria falado sobre o valor de uma palavra que passaria a ser a pedra angular de tudo o que se fizesse na empresa: acolhimento!

Gostei. Tenho afeição por esse substantivo derivado do latim acolligere, que os romanos usavam para estabelecer a maneira como tratariam quem fosse por eles recebido: com respeito, cuidado, segurança e gentileza. Eles tinham lá seus critérios de seleção, e mais bem-acolhidos eram aqueles com os quais havia alguma expectativa, como uma aliança político-militar.

Amar é acolher

E foi no início da Roma cristianizada, entre os séculos 4 e 5, que viveu aquele que viria a ser um dos grandes da Igreja: Agostinho de Hipona, o Santo Agostinho. É a ele que se atribui a criação da doutrina católica. Para Agostinho (que foi acolhido pela fé cristã depois de anos dedicado ao maniqueísmo e ao hedonismo), o acolhimento é sempre um ato de amor. Acolhemos a quem amamos, no sentido maior da palavra, o amor ágape, universal. E quando acolhemos quem não amamos, acolhemos por amor a Deus.

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Esta, que é uma belíssima filosofia cristã exposta às nossas mentes e corações por Agostinho, pode ser aplicada na vida prática de todos nós cotidianamente. A maior manifestação de amor é o acolhimento, que significa compreender o outro e dar-lhe proteção e afeto, recebendo-o em nossa intimidade, seja ela nossa casa, nosso trabalho ou, simplesmente, nosso olhar atento.

Ilustração 3D de uma mãe abraçada com seus filhos
O amor é perceptível por meio das nossas ações (Imagem: Roberto Castillo | Shutterstock)

Compreendendo o amor de forma mais profunda

Falta acolhimento entre nós, talvez porque falte amor. E este falta porque não é totalmente compreendido. O amor que dedicamos à senhora a quem cedemos o lugar no metrô é diferente do amor que temos por nossa família, mas continua sendo amor. Seja pela pessoa, seja pela civilidade.

O médico que acolhe o paciente a ponto de este se sentir seguro e feliz faz isso porque sente compaixão, que é uma forma de amor, mas também porque ama sua profissão e respeita o juramento que repetiu na formatura, atribuído a Hipócrates.

Da mesma forma, um professor, que ama ensinar, um atendente de loja, um funcionário público, um vizinho ou um transeunte. Entre todos, um olhar atento, um sorriso suave, uma palavra amiga representam o acolhimento, sem o qual perdemos a prerrogativa de nos considerarmos aquilo que nos orgulhamos de ser: humanos.

Por Eugenio Mussak – revista Vida Simples

É jornalista e diz que fica felicíssimo quando seu texto é bem acolhido pelos leitores da Vida Simples.

Redação EdiCase

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