Veja como interpretar a linguagem corporal dos cachorros

Veja como interpretar a linguagem corporal dos cachorros
As principais formas de comunicação canina são a corporal, a vocal e a semioquímica (Imagem: Olena Yakobchuk | Shutterstock)

Os cachorros utilizam principalmente a linguagem corporal para se comunicar com seus tutores. Dessa forma, é fundamental compreender esses sinais para atender as necessidades e vontades deles a fim de garantir uma relação saudável e o bem-estar desses bichinhos.

De acordo com Ruan Daros, professor de Etologia e Bem-Estar Animal, Sabrina Sato e Rafael Winieski, que desenvolvem pesquisas na área de comportamento felino e canino, “interpretações errôneas sobre o comportamento animal podem reforçar estados emocionais negativos nos animais e, assim, culminar em uma redução da qualidade de vida do seu pet”.

Além disso, os estímulos, o ambiente, as experiências e muitas outras coisas podem influenciar a linguagem corporal dos animais. Por isso, Beatriz Espallargas, veterinária especializada em comportamento animal, afirma que é preciso ter cuidado ao analisar as posturas e avaliar o contexto como um todo, pois “alguns sinais que eles emitem podem ser similares, mas significar coisas diferentes”.

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Como funciona a comunicação canina?

As principais formas de comunicação canina são a corporal, a vocal e a semioquímica (substância química utilizada na comunicação entre os seres vivos na natureza). Porém, os humanos não são capazes de identificar diretamente as informações transmitidas pela semioquímica.

Comunicação corporal 

Segundo os pesquisadores de comportamento animal, a maneira mais comum de comunicação dos cães com os humanos é por meio da linguagem corporal, que é bastante ampla e envolve diversos sinais. “Por meio da linguagem corporal, podemos entender o que o cão ‘quer dizer’, assim como na comunicação vocal”, explicam.

Veja, a seguir, o que significa cada expressão corporal do seu cão!

Medo e dor 

Por meio das posturas corporais, o cachorro consegue demonstrar que está amedrontado. “Cães em estado de medo apresentam posturas encolhidas, rabo entre as pernas e podem, às vezes, tremer e ‘congelar’”, explica o professor Ruan Daros. Nesses casos, ao aproximar-se do animal, ele pode tentar fugir de forma brusca ou atacar. 

Ainda segundo ele, as posições recolhidas também podem representar dor. “É sempre importante avaliar se o cão está atento ao ambiente, orelhas e olhares em direção aos estímulos sonoros e visuais do dia a dia. Falta de atenção pode indicar alguns estados emocionais negativos, como dor”, aponta. 

Estado de estresse

Quando a parte branca do olho do animal fica bastante visível, pode ser sinal de estresse. Conforme os veterinários, bocejar e lamber o próprio focinho repetidas vezes (em contextos nos quais ele não deveria fazer isso) também são sinais de que o cachorro está estressado.

Cachorro bravo ou nervoso

Um cachorro agressivo pode ser identificado pela postura bastante tensa. “Dentes à mostra, rosnado e o corpo posicionado firmemente sobre os membros posteriores quer dizer ‘afaste-se ou vai ter problemas comigo'”, exemplificam o professor Ruan Daros e os pesquisadores Sabrina Sato e Rafael Winieski.

Homem jogando frisbee para cachorro em gramado, no quintal de uma casa
Quando o animal está brincando e se divertindo, ele costuma ficar agitado (Imagem: Gorodenkoff | ShutterStock)

Animal feliz

O abanar de rabo pode significar que o cachorro está feliz. Contudo, também é necessário que ele esteja com o corpo, a face e as orelhas relaxadas. Quando o animal está brincando e se divertindo, por exemplo, costuma ficar agitado e realizar diversos movimentos corporais e expressões faciais.

Segundo Fernanda Fragata, veterinária e diretora clínica do Hospital Veterinário, Petshop e Hotel Sena Madureira, quando o cão está com as patas dianteiras reclinadas e o traseiro para cima, provavelmente está chamando o tutor para brincar.

Olhar pode expressar interesse por algo

Beatriz Espallargas explica que olhar nos olhos não é um hábito comum dos cães, pois normalmente é visto entre eles como uma ameaça. Entretanto, por conta da convivência com os humanos, eles podem exibir esse tipo de comportamento.

“Um exemplo é quando ele olha para algo que seja do interesse dele, que está fora de alcance, e olha para o tutor. Esse comportamento pode ou não vir acompanhado de vocalizações e gestos”, aponta a veterinária.

Posição do rabo

A posição do rabo do cachorro também pode revelar muito sobre ele. “De modo geral, o rabo entre as pernas demonstra medo. O rabo para baixo demonstra relaxamento. O rabo tenso demonstra tensão, e o rabo alto demonstra atenção”, explica Beatriz Espallargas.

Porém, antes de tirar qualquer conclusão sobre a disposição da cauda, é preciso levar em consideração o contexto da situação e a raça, pois alguns cachorros possuem naturalmente o rabo para cima. 

Segundo o professor Ruan Daros e os pesquisadores Sabrina Sato e Rafael Winieski, na maioria das vezes, o abanar do rabo representa uma expressão de felicidade, seja para com pessoas conhecidas, seja para animais conhecidos. No entanto, a velocidade e a forma como o cachorro movimenta a cauda podem fornecer outras informações, que também dependem do contexto.

Comunicação vocal 

De acordo com o professor e os pesquisadores, os tipos de vocalizações dos cães são latidos, uivos, ganidos, rosnados, choramingo, gemidos e suspiros. Cada som pode representar algo diferente. “De forma geral, latidos altos e rosnados podem estar associados à defesa de território, enquanto gemidos e choramingos podem estar associados a dor”, afirmam. A veterinária Fernanda Fragata acrescenta que “o latido que te chama para brincar é um pouco mais grave”.

Segundo Beatriz Espallargas, a vocalização é pouco utilizada por cães adultos. Geralmente, é usada quando há uma ameaça ou quando eles se perdem uns dos outros. “Porém, devido ao convívio com os seres humanos, eles acabam usando muito este recurso, já que damos muita atenção a isso”, aponta.

Laleska Diniz

Jornalista pela PUC-SP e pós-graduanda em Marketing pela USP. Apaixonada por produção de conteúdo, trabalha há quase 6 anos com comunicação. Na EdiCase, produz textos sobre os mais variados assuntos para revistas impressas e digitais e portal de notícias.

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