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Conheça os novos livros obrigatórios da Fuvest e da Unicamp

Menina de blusa verde sentada olhando um livro

Fuvest e Unicamp modificam lista de leitura obrigatória do vestibular 2024 (Imagem: Anton Vierietin | Shutterstock)

Os vestibulares da Fuvest e da Unicamp são muito concorridos no país. Conhecidos por terem provas com questões reflexivas e conteúdos sobre diversos temas, ambos aplicam exames que medem o nível de conhecimento adquirido pelos candidatos durante a educação básica, especialmente no ensino médio.

Então, se você pretende realizar as provas de uma dessas instituições, é bom saber que parte essencial do processo é fazer a leitura dos livros obrigatórios, pois isso pode aumentar o seu repertório e garantir uma boa colocação na média final.

“Os exames que pedem leituras obrigatórias, como a Fuvest e a Unicamp, têm se notabilizado por questões muito exigentes, tanto relacionadas ao enredo quanto ao entendimento e à compreensão dos textos demandados. Assim, a leitura apenas de resumos não é suficiente, embora eles possam ser ferramentas muito úteis para quem leu integralmente”, diz Heric Palos, coordenador de literatura do curso Etapa.

Novas obras obrigatórias

Para 2024, alguns livros foram incluídos nos exames, mas Heric Palos explica que os estudantes não precisam se preocupar, pois ambas as instituições já estabeleceram um padrão em relação às leituras. “A Fuvest é mais canônica, mais tradicional – por assim dizer. Por exemplo, saiu da lista Mia Couto, autor moçambicano, e entrou Luís Bernardo Honwana, outro autor moçambicano”, conta o coordenador de literatura.

A Unicamp, segundo o especialista, revela uma preocupação com gêneros e autores não convencionais. “Por exemplo, tiraram Racionais MC’s e colocaram uma seleção de 10 canções de Cartola. Assim, levando em consideração o que tem sido tradicional na pedida destes exames, não há surpresas”.

Além das obras citadas, as instituições realizaram as seguintes modificações:

Fuvest

Unicamp reduz a quantidade de livros exigidos na leitura obrigatória (Imagem: Dean Drobot | Shutterstock)

Unicamp

Relação das obras com as provas

As leituras obrigatórias podem aparecer nas provas de diversas formas. Uma das tendências, por exemplo, é pedir que os estudantes analisem e interpretem o texto, bem como relacionem as obras aos eventos históricos da atualidade, pois essas são uma das maneiras de as universidades verificarem o conhecimento linguístico, histórico e cultural do vestibulando.

“Parece que existe uma preocupação das bancas em selecionar obras que, mesmo que não contem com uma relação imediata, conectem-se com a atualidade. Por exemplo, algumas relações sociais apontadas e ironizadas por Machado de Assis que se fazem presentes até hoje; ou a brutalidade cotidiana e até certo ponto banalizada tão presente nos contos de Conceição Evaristo; ou ainda a atualidade e a beleza das canções de Cartola, imortalizadas nas vozes de inúmeros intérpretes, do passado e do presente”, explica o especialista.

Novidade nas questões de literatura da Unicamp

Segundo o professor e coordenador Heric Palos, ao estudarem para as provas da Unicamp, os vestibulandos devem estar atentos ao livro “Alice no País das Maravilhas”, pois é a primeira vez que uma obra de literatura inglesa do século XIX aparece na lista da universidade.

“A Comvest (organizadora do vestibular da Unicamp) alerta para o fato de que qualquer tradução poderá ser utilizada, desde que ‘integral’, ou seja, que não seja uma ‘adaptação’. A pergunta que fica é: como a Unicamp pretende abordar essa obra? Provavelmente não serão levadas em consideração questões linguísticas ligadas a traduções – por exemplo, há um personagem (Dormouse, no original) que ganha versões distintas nas traduções (Caxinguelê e Leirão), ou seja, pormenores deste tipo não deverão ser motivo de questões específicas. Pelo menos é o que se espera!”, destaca Heric Palos.

Como saber qual livro priorizar?

Escolher a qual livro se dedicar primeiro é uma das dúvidas mais frequentes entre os estudantes, porém não existe uma ordem obrigatória. Conforme explica Heric Palos, a escolha depende de cada estudante, que deve decidir qual obra priorizar de acordo com a densidade do texto.

“Por exemplo, para ler poesia, é preciso um pouco mais de concentração do que para um texto em prosa. Uma possibilidade, talvez, seja dar uma atenção especial às novas obras pedidas, embora não se deva fazer uma aposta certeira da presença delas nos exames. Como são muitas obras e poucas questões para atender à demanda, é comum algumas obras ficarem de fora do exame, daí a importância dos resumos”, finaliza o coordenador de literatura.

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