Diferentes formas de cigarro estão disponíveis no mercado e são consumidas em grande demanda pela população. Isso resulta na alta do número de pacientes que desenvolvem alguma doença vascular devido ao hábito. O Dia Nacional de Combate ao Fumo, promovido em 29 de agosto, foi estabelecido para conscientizar sobre os riscos que o cigarro traz à saúde.
O cigarro tradicional é composto por tabaco e outras substâncias, como a nicotina, uma das responsáveis pela dependência. No chamado cigarro ‘natural’, o fumante fabrica o próprio fumo. No entanto, os malefícios à saúde venosa são iguais em ambos os cenários.
“Não há diferença na forma de consumo de tabaco. Qualquer tipo de cigarro é considerado nocivo”, afirma o diretor da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV- SP), Dr. Daniel Urban Raymundo. Inclusive, cigarro eletrônico e narguilé também são prejudiciais.
Riscos do cigarro eletrônico e narguilé
O cigarro eletrônico ganhou popularidade por prometer ser menos prejudicial ao corpo, o que não é verdade. Além da ação da nicotina, do tabaco e de outras substâncias, os metais que formam o dispositivo apresentam ameaças à saúde. É a situação do narguilé (ou hooka), que por possuir tabaco aromatizado e ser filtrado na água, faz algumas pessoas acreditarem que não apresenta riscos.
Longo tempo de exposição à fumaça é prejudicial
O fumo, porém, possibilita a intoxicação por monóxido de carbono e outras doenças. Pesquisas apontam que em uma sessão de narguilé de duas horas é possível consumir o mesmo que 100 cigarros. De acordo com o cardiologista Dr. Márcio Gonçalves de Sousa, o problema se intensifica devido ao grande tempo de exposição à fumaça.
“Com a questão social, muita gente usando [o narguilé], o usuário acaba consumindo um grande volume de nicotina porque o padrão da tragada é maior e mais frequente que o cigarro comum. A quantidade de fumaça tragada é superior, e isso aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial”, declara o médico.
Fumantes passivos também são afetados
Os riscos à saúde se estendem aos fumantes passivos, ou seja, pessoas que têm contato com a fumaça e acabam inalando frequentemente. Segundo o Dr. Márcio Gonçalves de Souza, um fumante passivo acaba consumindo até cinco cigarros sem necessariamente fumar. “Eles vão ter os mesmos males que um fumante convencional. O que vai diferir é a quantidade de exposição que essa pessoa teve”, aponta. Os pacientes passivos sofrem até 38% de risco de infarto.
Doenças influenciadas pelo tabagismo
O consumo de tabaco, em suas diferentes formas, obstrui as artérias periféricas ao longo do tempo e impede o fluxo de sangue no corpo. “O cigarro também altera a coagulação do sangue, ocasionando fenômenos tromboembólicos”, esclarece o médico Daniel Urban Raymundo.
Já o médico Márcio Gonçalves de Sousa, alerta sobre os riscos dessas substâncias. “Além das doenças cardiovasculares, podem ocasionar doenças pulmonares, como as DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), que são o enfisema e a bronquite crônica. O terceiro caso é o câncer, que abrange 55 tipos”, explica o especialista.
O surgimento das doenças pode passar despercebido, por se tratar de condições silenciosas, como dores nos membros inferiores e dificuldades para caminhar. Sem o tratamento correto, esses sintomas podem evoluir para quadros agudos graves, como a trombose arterial.
Consequências podem durar a vida toda
Mesmo com a interrupção do hábito, o fumante pode carregar as consequências durante toda a vida. “As doenças arteriais associadas ao cigarro, geralmente depois de instaladas, não são mais reversíveis, mas podem se estabilizar após a interrupção do tabagismo. Já doenças como a trombose venosa, podem ser revertidas com o tratamento. Se retirar o fator de risco, no caso o tabagismo, diminui-se a possibilidade de o indivíduo ter novos eventos”, informa o Dr. Márcio Gonçalves de Sousa.
Consulte um especialista
Para escapar de qualquer complicação originada pelo cigarro, a melhor forma é não adquirir o hábito. Os fumantes devem realizar regularmente uma visita ao médico para monitorar a saúde. “O cirurgião vascular é o especialista encarregado em diagnosticar e tratar as doenças vasculares periféricas que podem acometer o fumante”, orienta Daniel Urban Raymundo.
Por Elenice Cóstola