Vivenciamos uma era de transformação acelerada, impulsionada pelo avanço tecnológico que molda não apenas o nosso cotidiano, mas também o panorama profissional. Novas profissões surgem, e outras se redefinem à medida que o universo High Tech, que possibilita o uso da conectividade, assume um papel central em todas as esferas da sociedade. Independentemente da área de atuação, a adesão à evolução tecnológica é necessária, pois a tecnologia desempenha um papel crucial na facilitação da comunicação e na ampliação do conhecimento.
O mercado de trabalho se transforma constantemente
A dinâmica do trabalho está em constante metamorfose. Setores como o das vendas já não dependem exclusivamente de interações presenciais, pois negociações online se tornam cada vez mais comuns. Enquanto isso, testemunhamos professores superando desafios para se reinventar, adotando o ensino remoto ou o EAD como uma ferramenta para compartilhar conhecimento.
Essa transformação exige adaptação, e o mundo educacional ilustra de forma clara como a tecnologia pode ser uma aliada poderosa. Ao mesmo tempo, as empresas estão buscando profissionais que possuam não apenas habilidades técnicas, mas também competências humanas fundamentais, como empatia, comunicação eficaz, assertividade e a capacidade de tomar decisões ágeis.
A inteligência emocional emerge como um traço essencial nesse novo cenário profissional. Assim, é preciso entender como a interseção entre tecnologia e humanidade está moldando as carreiras e os empregos do presente e do futuro.
Desenvolver a habilidade de “ser camaleão” é importante
A habilidade para atuar em diversos departamentos, sendo capaz de multitarefas, é importante: ser um “camaleão” se adaptando, sem dificuldades, às mudanças de cenário e de cidade. O atual mercado de trabalho não exige que os candidatos tenham notas máximas na sua trajetória escolar, não sendo problema uma nota 7 e outra 8, por exemplo, em determinadas áreas de estudo. Isso não os caracteriza como menos competentes para funções do trabalho.
A pressão para escolher a profissão pode ser prejudicial
A necessidade precoce dos jovens terem que escolher uma carreira profissional logo que saem do Ensino Médio é prejudicial. Na maior parte das vezes, o adolescente entre 15 e 17 anos não tem maturidade para fazer essa escolha.
Muitos adultos, até entre 30 e 40 anos, ainda ficam questionando se fizeram a escolha certa e chegam à conclusão de que deveriam recomeçar. Imaginemos um adolescente de 15 a 17 anos, que não tem experiência de vida e que ainda não sabe o que é arcar com despesas. Essa faixa etária é complexa e está distante de ser a ideal para decidir algo para a vida inteira.
Essa escolha deve ser bem pensada, pois requer anos de estudo em uma faculdade, tomado um tempo que poderia ser aproveitado se houvesse a escolha certa. Eu sou um exemplo, pois, diante de preferência familiar, ingressei no curso de direito. No oitavo período, percebi o quanto estava infeliz, mas tive coragem de mudar o meu caminho e acertei! O ideal seria que, desde cedo, eu tivesse refletido melhor sobre o que, realmente, queria.
Os estudantes costumam escolher a carreira de forma precipitada
É raro os alunos fazerem uma pesquisa. Por exemplo, há dúvida sobre atividades semelhantes, mas com pontos fundamentalmente diferentes, como qual é o cotidiano profissional de um designer, de um engenheiro e de um arquiteto. Ao ingressar em uma faculdade, alguns estudantes percebem, mesmo só por meio da teoria, que fizeram a escolha equivocada.
O papel dos pais na escolha da profissão
Os pais, muitas vezes, oportunizam esses caminhos, e o desejo dos filhos é que recebam apoio. E, como na escola, os pais devem buscar atualizações em relação ao mercado, ver as novas tendências, incentivando empreendedorismo, a criatividade e a inovação.
A escola pode ajudar na orientação
É indispensável que as escolas e as famílias prestem atenção à comunicação. Há alunos auditivos, visuais e sinestésicos, e se faz necessário descobrir o melhor canal de comunicação. Quanto mais assertiva é a comunicação entre a escola e a família, o aluno ganha; quanto maior a assertividade entre a família e o aluno, a escola ganha; e quanto maior assertividade entre a escola e o aluno, a família ganha. A comunicação é a coluna cervical, a base desse processo. Ela que dá as diretrizes.
Por Vicente Falcão
É Mestre e Doutorando em Educação. Graduado e Mestre em Administração de Empresas. Atua como palestrante para professores, diretores, pais e jovens.