Recentemente, a influenciadora digital Virgínia Fonseca, de 23 anos, revelou, por meio do seu perfil no Instagram, ter disfunção temporomandibular (também conhecida como DTM). Isso causou repercussão e rumores de que a doença teria sido causada por uma cárie. Todavia, o boato logo foi esclarecido pela empresária, que negou a causa.
No entanto, a declaração gerou dúvidas entre os populares e, em decorrência do compartilhamento, a SBDOF (Sociedade Brasileira de Disfunção Temporomandibular e Dor Orofacial) emitiu uma nota reforçando que a cárie não é capaz de causar o problema.
Para esclarecer quais são as reais causas da disfunção, o cirurgião dentista Dr. Matheus Duarte explicou quais são os sintomas e como tratar a doença. Confira!
O que é a DTM?
Segundo informações da SBDOF, a DTM trata-se de uma anormalidade que atinge a ATM (articulação temporomandibular), que permite o movimento de abertura e fechamento da boca. Localizada entre a mandíbula e o crânio, essa articulação permite o encaixe da mandíbula com o resto dos ossos do crânio, porém, uma vez afetada, ela pode desencadear a disfunção.
“Nessa articulação, temos uma cartilagem que diminui o atrito entre os ossos para que possa ocorrer esse movimento de abrir e fechar a boca, de forma suave e sem causar atritos. Essa cartilagem tem uma inervação que faz com que qualquer alteração anatômica ou de fatores que possam causar danos a ela leve a ter sintomas como dores de cabeça e/ou ouvidos e estalidos”, explica o Dr. Matheus Duarte.
Causas da doença
A causa que pode gerar alterações nessa região é multifatorial. Contudo, entre as principais que contribuem com a disfunção, estão:
- Traumas na mandíbula;
- Estresse;
- Apertar constantemente os dentes;
- Bruxismo;
- Mascar chiclete;
- Roer unhas;
- Predisposição genética.
Em alguns casos, pode haver também a DTM muscular, que faz com que o estresse em algumas musculaturas da face gere dores de cabeça e de músculos que podem se estender às costas, às têmporas e aos trapézios. “Casos mais severos podem levar a dores crônicas e causar confusão na hora de formar um diagnóstico mais preciso. Não podemos afirmar uma relação de problemas dentários com essas disfunções, e apenas uma avaliação oral não é o suficiente para determinarmos um tratamento adequado”, diz o Dr. Matheus Duarte.
Tratamento para a DTM
Atualmente, os tratamentos para disfunção, como placa de mordida, medicação e autocuidado, têm apresentado resultados positivos. No entanto, antes de dar início a qualquer técnica, um correto diagnóstico é fundamental.
“O ideal é sempre buscar um profissional especialista da área quando alguns dos sintomas começarem a surgir. Diversos tratamentos podem ser propostos, e o mais indicado é tratar a causa, e não apenas focar em tratar os sintomas. Uma abordagem multidisciplinar, às vezes, é preciso, em que dentistas, fisioterapeutas e psicólogos podem trabalhar em conjunto para que obtenham melhores resultados. Esse problema é mais comum do que se possa imaginar e tem um alto índice de surgimento dentro dos consultórios”, finaliza o dentista.
*Por Henrique Souza em colaboração com Redação EdiCase