Entenda a importância da psicomotricidade na vida do idoso
Quando a velhice chega, muitas vezes o medo se instala, já que restrições aparecem e a qualidade de vida fica comprometida. É importante discutir a necessidade para uma melhor preparação da população idosa, atendendo as demandas dessas pessoas, assim como durante o processo de envelhecimento. Tendo em vista a expectativa de vida cada vez mais alta, vários estudos têm sido desenvolvidos de modo que contribuam para a melhoria da qualidade de vida do idoso.
O que é psicomotricidade?
A psicomotricidade é a ciência que estuda o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interior e exterior, podendo ser definida como a capacidade de determinar e coordenar mentalmente os movimentos corporais. A palavra vem do termo grego psiché = alma e do verbo latino moto = mover frequentemente, agitar fortemente.
A psicomotricidade está relacionada com o processo de maturação, no qual o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas, sendo sustentada pelo movimento, intelecto e afeto. É a capacidade psíquica de realizar movimentos, por meio da atividade psíquica, que transforma a imagem para a ação em estímulos para os procedimentos musculares adequados e ajuda o idoso a viver melhor, pois ajuda a não haver uma sobrevida de incapacidades e dependência.
Importância dessa ciência para o idoso
Fazer exercícios, educar o corpo, cuidar da saúde, alimentar-se bem e com qualidade e usar a memória são práticas que devem ser cumpridas para não haver interrupções nesse processo natural da vida, o envelhecimento. Essa ciência faz aprender a delinear procedimentos necessários, elaborando condições necessárias para o idoso preservar sua condição de vida. É um trabalho demorado e existem muitas etapas e obstáculos a serem vencidos.
Impactos positivos da psicomotricidade no dia a dia
Quando o idoso se vê envolvido em uma sobrevida de qualidade, ele sente satisfação porque se enxerga útil. Isso facilita sua relação com a família, sua participação socialmente nos diversos eventos do dia a dia e, com isso, seu bem-estar físico passa a ser priorizado. A psicomotricidade ajuda o idoso evoluir seu estado de espírito, mental e físico. Ajuda ele a ser mais percebido diante da sociedade em função do seu papel no meio social.
A psicomotricidade por meio da educação, reeducação e terapia para o idoso contribui na construção e preservação da saúde dele, da mesma forma que leva a um sentimento de valorização e reconhecimento desse idoso para uma melhor qualidade de vida. É o encontro com o prazer, instalado quando a realidade oferece as possibilidades de gratificação dos desejos.
Deve ter um tempo e um espaço para discussões, solidariedade, participação e cooperação. A ideia é fazer perceber que existe capacidade de melhorar e que novas descobertas podem ajudar e contribuir para a manutenção e preservação do aspecto jovial de uma pessoa que só parece idosa em suas atitudes, e passar a ter ou a continuar para uma melhor qualidade de vida, como diz Rosita Edler Carvalho.
Benefícios de praticar a psicomotricidade
Trabalhar a psicomotricidade no idoso é demonstrar algumas metas básicas como a aquisição do domínio corporal, por meio do qual obtém a definição e a dominância lateral. A orientação do seu corpo no tempo e no espaço, o desenvolvimento da coordenação motora por meio de atividades diversas, assim como a flexibilidade, o equilíbrio, o ritmo e a respiração, dentre outros aspectos relevantes à educação psicomotora. Importante também dizer que a psicomotricidade ajuda a reconhecer as condições nutricionais, afetivas e estimuláveis que podem causar prejuízos à sua saúde.
Por meio de um programa adequado, salienta-se a desmobilização das articulações e o aumento do tônus muscular e, assim, facilita e aumenta a sua disposição no dia a dia, diminuindo as tensões psíquicas e levando o idoso se sentir mais disposto. Mostrar também a função do corpo e seus comprometimentos, as manifestações e expansões que ele faz o idoso experimentar.
Uma boa velhice equivale ao autocuidado
Devemos lembrar – e por que não aprender? – que a boa velhice se identifica com a boa saúde, com o autocuidado, com um estilo de vida saudável, atividades, satisfação e otimismo para se sentir jovem e assim produzir e continuar a produzir. Neste caso, parto do pressuposto de que o cenário mundial globalizado tem disseminado como realidade plena a utilização do idoso como ser que produz, útil, ativo.
A psicomotricidade dá esperança e abre caminhos para novas propostas de interesse para o envelhecimento e suas consequências, auxiliando e fazendo compreender a forma pela qual as pessoas envelhecem.
Por Fátima Alves
Psicomotricista, sócio-terapeuta Ramain-Thiers e ex-presidente da ABP (Associação Brasileira de Psicomotricidade). Autora do livro “A Psicomotricidade e o Idoso: uma educação para a saúde”, publicado pela Wak.