Na jornada para manter a saúde do coração, a alimentação é um dos pilares fundamentais. Os alimentos que consumimos afetam diretamente fatores de risco cardiovasculares, como o nível de colesterol no sangue, a pressão arterial, a inflamação e o peso corporal. Todavia, os transtornos alimentares, que distorcem a forma como o paciente se alimenta, também podem impactar diretamente a saúde cardiovascular, como explica o cardiologista Dr. Roberto Yano.
“Transtornos alimentares como anorexia e bulimia têm impactos severos na saúde cardiovascular. A restrição alimentar extrema, como na anorexia, pode levar a uma redução drástica na massa muscular e gordura corporal, enfraquecendo o coração e aumentando o risco de arritmias cardíacas e insuficiência cardíaca”, afirma.
Causas dos transtornos alimentares
De acordo com o psiquiatra Dr. Flávio H. Nascimento, os transtornos alimentares podem surgir a partir da combinação entre diversos fatores, como genética, saúde psicológica e questões sociais e culturais. “Eles agem basicamente de duas formas: distorcendo a imagem corporal do paciente ou afetando a sua percepção sobre os alimentos, os vendo como nocivos ou válvulas de escape”, explica o especialista.
Tratamento para a condição
O tratamento para os transtornos alimentares, geralmente, é realizado de forma multidisciplinar, como explica o Dr. Flávio H. Nascimento. “O tratamento envolve psicólogo, psiquiatra e nutricionista, que realizam tratamentos terapêuticos, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), mas também podem ser usados medicamentos específicos, mas sempre sob orientação médica”, diz.
Dicas para manter uma dieta saudável para o coração
Além do tratamento clínico, também é possível adotar algumas práticas alimentares na rotina para evitar transtornos alimentares e manter a saúde do coração, como explica o Dr. Roberto Yano:
1. Estabeleça uma dieta balanceada
Evite excessos, principalmente de ultraprocessados e comidas com alto teor de gorduras. Priorize alimentos naturais, como frutas, vegetais, grãos integrais, gorduras saudáveis, como as encontradas em abacate, nozes e peixes.
2. Reduza o consumo de gorduras
Limite o consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas e trans, como carnes gordurosas, produtos lácteos integrais e alimentos processados. Estes alimentos podem aumentar os níveis de colesterol LDL (o “mau” colesterol), promover a formação de placas nas artérias e aumentar o risco de doenças cardíacas.
3. Controle o consumo de sal
O brasileiro consome, em média, mais sal do que a recomendação diária, que é de 5 gramas. Por isso, reduza a ingestão de sal, optando por temperos naturais e limitando o consumo de alimentos processados e fast-foods, que são normalmente ricos em sódio.
4. Evite o excesso de açúcar
O consumo de açúcares adicionados, como refrigerantes, doces e alimentos industrializados, podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares, estimulando obesidade, resistência à insulina, diabetes tipo 2 e inflamação.
5. Hidrate o corpo
Beba bastante água ao longo do dia para manter a hidratação adequada e apoiar a saúde cardiovascular por meio da regulação da pressão arterial e melhora do transporte de oxigênio para as células
Por Adriana Quintairos