Quando o protagonista tem sua narrativa “encolhida” no próprio filme, para poder te instigar a ver os próximos, você sabe que tem algo de errado.
Em algum lugar de Quantumania, existe um filme sincero sobre um pai que perdeu muito tempo com a filha e deixou passar a chance de vê-la crescer. Mas, o sentimento sobre isso foi soterrado por coisas como piadas de cunho sexual que não almejam um público adulto ou infantil – e que eu, sinceramente, não sei para quem são.
Cenário malfeito
O aspecto divertido que o primeiro filme da trilogia tinha de brincar com o tamanho das coisas e utilizar dos arredores, simplesmente desaparece para dar lugar a um cenário malfeito, em que não há qualquer perspectiva de tamanho.
Diminui e cresce
A única coisa que diminui é a habilidade do diretor Peyton Reed, que sai de um filme medíocre, como “Homem-Formiga e a Vespa” (2018), para esse que apresenta diálogos vergonhosos e que me fizeram levemente afundar na cadeira.
O que cresce é a cara de pau da Marvel Studios em gastar tanto (e pagar mal os artistas de CGI – Computer-Generated Imagery, ou imagens geradas por computadores em português) em um filme tão feio e apressado, que mais parece aqueles quadrinhos de “prequel” que ninguém lê.
Vilão é a exceção
O único que se sobressai é Jonathan Majors como Kang, que segura a maioria das cenas dando um show de vilão de quadrinho. Por fim, o gosto que esse filme me deu se equivale à tentativa das três palmas que no final buscaram puxar um aplauso.
Por Antonio Carqueijó
Cursa Cinema na FAAP/SP, além de ser um apaixonado pelo universo Marvel