O bullying, também conhecido como “intimidação sistemática”, refere-se a todo ato agressivo, verbal ou psicológico, intencional e repetitivo, que ocorre sem motivação. Praticada por um ou mais indivíduos, a ação tem se tornado um dos principais problemas de convívio social, principalmente no ambiente escolar, quando crianças e adolescentes ainda estão em formação.
“O problema pode causar dor e angústia em crianças e adolescentes que são intimidados ou agredidos por outra pessoa sem ter a possibilidade ou a capacidade de se defender, principalmente porque, na maioria das vezes, quem exerce o bullying possui uma relação desigual de forças ou poder sobre o outro”, explica a médica psiquiatra Dra. Jéssica Martani, especialista em comportamento humano e saúde mental.
Como identificar o bullying?
O bullying faz com que as vítimas sofram uma grande pressão. Em decorrência disso, elas tornam-se frágeis, apresentando alguns sinais físicos e psicológicos que podem ser observados por pais e educadores, como:
- Falta de interesse pela escola: birra por não querer ir com medo de agressão física ou verbal;
- Isolamento: quando a criança evita amigos e família, fechando-se no quarto e não desejando sair com colegas;
- Notas mais baixas na escola: devido à falta de atenção nas aulas;
- Falta de valorização: sentimento de ser incapaz de fazer diversas ações e tarefas com frequência;
- Ataques de fúria e impulsividade: querendo bater em si e nos outros ou atirando com objeto;
- Chorar: ataques de choro constantemente e aparentemente sem motivo;
- Falta de ânimo: mantendo-se cabisbaixo e alegando sensação de cansaço;
- Insônia: apresentando problemas para dormir ou tendo pesadelos;
- Machucados: com feridas no corpo, com a criança dizendo não saber como surgiram;
- Objetos danificados ou perdidos: roupa rasgada, suja ou falta dos pertences;
- Falta de apetite: a criança não deseja comer nem a comida preferida;
- Queixa de dores: em partes do corpo, na cabeça ou dor de barriga frequente.
Influência do bullying virtual
Uma modalidade crescente e grave de bullying é o cyberbullying ou bullying virtual, aquele que ocorre em meios eletrônicos, com mensagens difamatórias ou ameaçadoras. Estas, por sua vez, podem circular por e-mails, sites, blogs (os diários virtuais), redes sociais e celulares.
“É quase uma extensão do que os alunos dizem e fazem na escola, porém de forma anônima. O anonimato pode aumentar a crueldade dos comentários e das ameaças e os efeitos podem ser tão graves ou piores, por isso a atenção precisa ser ainda maior no controle dos celulares, tablets e computadores das crianças e dos adolescentes”, diz a especialista.
Por Mayra Barreto Cinel