Em 24 de maio é comemorado o Dia Mundial da Esquizofrenia, um transtorno mental grave que afeta cerca de 1,6 milhão de brasileiros, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa doença é a terceira maior causa de perda de qualidade de vida em pessoas entre 15 e 44 anos. Ela provoca pensamentos confusos, delírios, alucinações e falsas convicções, entre outros sintomas que variam de caso para caso.
Segundo o Dr. Ariel Lipman, psiquiatra e diretor da SIG – Residência Terapêutica, a esquizofrenia não se manifesta da mesma forma nas pessoas, principalmente porque existe mais de um tipo da doença. “Na grande maioria dos casos, trata-se de um transtorno mental em que a pessoa não consegue dar conta da própria vida”, explica ele.
4 tipos de esquizofrenia
O especialista comenta que existem quatro tipos de esquizofrenia: paranoide, hebefrênica, catatônica e indiferenciada, sendo que a primeira é a mais comum. Abaixo, o Dr. Lipman explica cada uma delas:
1. Paranoide
Esse é o tipo mais comum da esquizofrenia e está associado a delírios e alucinações, que são os sintomas mais conhecidos da doença. “Esses pacientes costumam ser desconfiados, já que eles acabam perdendo a noção do que é real e do que não é. Também por isso, é um tipo mais fácil de ser diagnosticado”, comenta o psiquiatra. Nesses casos, os sintomas também incluem insônia, muita irritabilidade e até mesmo uma menor socialização nos ambientes de trabalho, escolares etc.
2. Hebefrênica
O termo, de origem grega, está associado à palavra “adolescência”, já que esse tipo de esquizofrenia normalmente começa durante essa fase da vida. “O tipo hebefrênico vem com a característica de respostas emocionais superficiais ou sem sentido para o contexto”, explica o especialista.
“Essas pessoas também podem ter falas desorganizadas e problemas comportamentais associados a essa desorganização, como rir em momentos tristes e chorar com uma situação postitiva”, complementa ele.
3. Catatônica
Já no caso da esquizofrenia catatônica, o comportamento motor do paciente chama mais atenção. “Nesse tipo, as pessoas podem ficar imóveis, mudas e perder parte de ações voluntárias”, explica o psiquiatra.
A catatonia, no entanto, não ocorre apenas em pacientes esquizofrênicos e também é observada em outras doenças mentais, como transtornos de humor. “Como estamos falando de uma condição que atrapalha ainda mais a qualidade de vida com sintomas físicos, o diagnóstico passa a ser muito importante”, completa.
4. Indiferenciada
A esquizofrenia indiferenciada mostra uma diminuição lenta – e por isso mais difícil de ser percebida – em interesses e interações do paciente. Nesses casos, dificilmente emoções se aprofundam.
“São percebidas uma diminuição de atividade mental e reação simples a situações do cotidiano. Podemos notar nesses pacientes uma indiferença e apatia”, explica o médico psiquiatra.
Embora cada tipo de esquizofrenia apareça de forma diferente em cada pessoa, é importante procurar um especialista. Afinal, trata-se de uma doença mental grave que compromete a vida do paciente.
Por Beatriz Bradley Moreira