Após o nascimento do filho, muitas mães enfrentam uma significativa mudança em sua rotina diária, o que frequentemente resulta em desafios para manter uma prática regular de atividade física. A atenção intensa e constante demandada pelo bebê, juntamente com a falta de sono e a necessidade de equilibrar múltiplas responsabilidades, pode deixar pouco tempo e energia disponíveis para se dedicar a exercícios.
No entanto, o retorno às atividades físicas no pós-parto está associado a inúmeras vantagens, como a redução da incidência de depressão, a diminuição da pressão arterial e, claro, a maior produção de leite. “Conciliar a amamentação com a prática de exercícios físicos requer diversos cuidados e muito planejamento, afinal, grandes mudanças estão acontecendo com a mãe e com a criança. Porém, é extremamente importante essa inserção, para o bem-estar de ambos”, comenta Leidiane Carvalho, professora do Tonus Gym – marca da rede de Studios do Grupo Smart Fit voltada para a musculação.
Benefícios para a saúde da mente e do coração
Normalmente, depois do parto, a principal recomendação é que a mulher fique de repouso, o que, consequentemente, faz com que ela não tenha tanta interação com outras pessoas quanto costumava ter. “Por isso, após a liberação médica, participar de aulas em grupo e/ou atividades ao ar livre são ótimas formas de proporcionar momentos de interação social, sendo benéfico para a saúde emocional da mãe”, explica a especialista.
Além disso, a inclusão de exercícios físicos na rotina pós-parto é capaz de melhorar a saúde do coração e a circulação sanguínea do corpo como um todo. “Eles contribuem para uma boa condição cardiovascular e, consequentemente, diminuem possíveis câimbras e inchaços decorrentes do pós-parto”, ressalta Leidiane Carvalho.
Outras vantagens para a saúde física e mental
Outro ponto importante é que a prática de exercícios de fortalecimento tonifica os músculos, aprimorando a resistência física e o desenvolvimento muscular. “Eles também são capazes de aumentar os níveis de energia e combater a fadiga, o que é especialmente valioso para as mães que, em sua maioria, possuem um dia corrido”, ressalta a professora.
Segundo ela, a realização da atividade ajuda na perda de peso pós-parto, impactando positivamente a autoestima de muitas mulheres, as quais geralmente ficam um tanto inseguras com o corpo, devido às diversas modificações que ocorrem durante a gestação. Outro benefício é a redução do estresse, ansiedade e depressão, promovendo um melhor estado mental.
Atividade física favorece a produção de leite
A prática regular de atividade física, conforme explica Leidiane Carvalho, não prejudica a produção de leite materno. “Na verdade, ele pode até ajudar a aumentar essa produção em algumas mulheres, dependendo da intensidade e frequência dos treinos”, afirma.
Leidiane Carvalho ainda dá algumas dicas para garantir o bem-estar físico das mães durante a realização dos treinos, como ter horários estratégicos para amamentar ou extrair o leite com antecedência, o que irá diminuir o desconforto e pressão durante o movimento. Usar sutiãs de amamentação confortáveis e com suporte adequado também ajuda a evitar possíveis lesões nos seios.
“É importante planejar os exercícios em torno dos períodos de amamentação. Além disso, escutar as necessidades do próprio corpo é vital para manter a constância”, recomenda. Também há determinadas práticas que podem auxiliar na produção saudável de leite, como beber a quantidade correta de água e ter uma alimentação balanceada, nutritiva e variada.
Exercitando-se com segurança
Segundo Leidiane Carvalho, durante a fase inicial de retorno aos exercícios, as mães devem optar por caminhadas leves, yoga para o pós-parto, exercícios com o peso do corpo e alongamentos. Os mais complexos precisam ser analisados por um profissional e estar de acordo com o condicionamento físico.
Além disso, ela orienta a não voltar à ativa por meio de exercícios pesados, como spinning, dança e musculação intensa, pois podem afetar a amamentação. Por fim, aconselha consultar um médico ou profissional da saúde antes de iniciar qualquer tipo de programa, para prevenir lesões e garantir bons resultados.
“É importante lembrar que cada mãe é única e que o tipo e intensidade do exercício devem ser adaptados às suas necessidades individuais, considerando fatores como o nível de condicionamento físico prévio, saúde geral e orientações médicas. Sempre é recomendado consultar alguém especializado, especialmente durante o período de amamentação”, finaliza.
Por Isabella Sala